Boa leitura!
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"Jungkook estava sendo segurado por dois alfas fortes, cada um se encarregava de pegar um dos seus braços, forçadamente, enquanto ele se debatia, tentando se livrar do aperto.
Ele gritava e chorava, implorando. Sentia-se destruído, como ele pôde fazer isso consigo? Por mais que tentasse se soltar para salva-la, não conseguia... Mesmo sendo um lúpus, ainda era jovem e isso tornava impossível qualquer relutância contra a força dos homens que tinham o dobro do seu tamanho.
- Olhe para si mesmo! - seu pai falava com desprezo ao olhar o seu filho à frente - Como ousa se rebaixar a esse nível por causa dessa ômega nojenta? - segurava o rosto da moça já morta de forma cruel.
A surra que ele havia levado não doía nada comparado com a dor de ver o amor da sua vida ser morta na sua frente e não poder fazer nada para tirar a amada das mãos daquele monstro.
O sangue no chão, ela agonizando de dor pedindo por ajuda e com o rosto totalmente desfigurado.
'Tudo por culpa minha'."
E foi com essas lembranças que jungkook acordou, soltando um grito rouco e dolorido. Esse era o preço que tomava quando não consumia seus remédios, tinha pesadelos ou madrugadas de insônia.
Demorou apenas alguns segundos para que as lágrimas começassem a cair, ele sempre tentou esquecê-la, mas as recordações ainda eram presentes em sua mente e os pesadelos sempre atormentavam. Há tempos o lúpus não degustava de uma noite de sono tranquila.
Tentou ao máximo esquecer aquele ocorrido, criou barreiras sentimentais e, consequentemente, deixou de amar. Definitivamente, não queria mais passar por outro trauma, acabou vivendo em uma vida solitária, perdendo muitos amigos.
Até então, morava sozinho e a casa era vazia, sendo possível apenas ver os poucos empregados rodeando o local. Aprendeu a viver na solidão, com apenas seus amigos o visitando e apoiando. Tinha se tornado um adolescente cansado e cheio de responsabilidades, isso obrigou a ele amadurecer cedo demais. Uma empresa não era brincadeira.
Na tentativa de relaxar e esquecer a melancolia, Jungkook fechou os olhos e relaxou os músculos tensos, mas o sono não vinha. Nos últimos anos, suas noites eram assim: após os pesadelos, passava o resto da noite em claro.
Tateou o celular na mesa de cabeceira, verificando as horas e abrindo suas redes sociais. Alguns minutos se passaram e ele ouviu um choro estridente que ecoava por toda a casa; alguém gritava de maneira agonizante, fazendo o coração do alfa perder uma batida.
Era um som tão sofrido e dolorido que, por um momento, ele pensou que sua ômega estivesse ali. O medo percorreu seu corpo. Saiu imediatamente e seguiu o som alto até abrir a porta do quarto, onde encontrou a criança se debatendo no tapete, ao pé da cama.
O peito do garoto subia e descia rapidamente, de forma desesperada, enquanto ele tentava respirar, movendo a cabeça de um lado para o outro.
— N-não... Socorro! — o pequeno gritava, reproduzindo algo que o faziam lembrar tanto dela. Sua ômega.
Recuando um passo, jungkook entrou em transe, os flashes daquela noite passaram a reaparecer em sua mente.
"O sangue escória pelo rosto da ômega frágil, mas seu pai fazia questão de quebrar cada um de seus ossos. Ela implorava por ajuda e eu não podia fazer nada.
- J-Jungkook ... S-Socorro - a dor que veio a seguir arrancou-lhe qualquer resquício de ar restante em seus pulmões."
Saiu de seus devaneios com o grito agudo do pequeno, que parecia ainda mais desesperado. Mesmo estando atônito, Jungkook se aproximou da criança e, de forma desajeitada, segurou os ombros encolhidos do garoto, movendo-os com delicadeza na tentativa de despertá-lo daquela tortura vinda de seu próprio subconsciente.
— J-Jimin, acorda — chamou em voz baixa, sem obter resposta. Remexeu o corpinho fraco do garoto mais algumas vezes, até finalmente ver o pequeno abrir os olhos.
Assustado, o ômega se moveu rapidamente para longe do alfa, com uma expressão medrosa estampada no rosto. Jimin tremia da cabeça aos pés, ainda chorava, com os olhos inchados pelo choro e as bochechas rubras, totalmente molhado de suor. Tentou dizer algo, mas ao se mover sentiu as calças úmidas e viu que havia se molhado. O pensamento na possível punição fez seu corpo gelar. Já estava cansado e frágil, e não aguentaria apanhar. Sem conseguir conter as lágrimas, ele as deixou escorrer.
Percebendo o desespero do garotinho, jungkook se aproximou para ver o que aconteceu, fazendo a criança fechar os olhos com força esperando o tapa que não veio.
— Eu não vou te machucar, pequeno — disse Jungkook, percebendo o medo da criança. Ele estava tão trêmulo quanto Jimin, e vê-lo assim o atingia de um jeito que ele não conseguia compreender. — Bebê... Me diga o que aconteceu, ok? O que você sonhou para ficar assim? — sussurrou de forma carinhosa.
Jimin nada dizia, apenas chorava, e isso estava corroendo Jungkook de certa forma.
Foi nesse exato momento que a ficha caiu. Ver o pequeno ômega naquele estado fez com que o instinto protetor de Jungkook ressurgisse. Ele queria protegê-lo de todo o mal do mundo, evitar que algo ruim acontecesse com ele, e nunca mais vê-lo chorar.
— Tudo bem se você não quiser falar... Mas por que está no chão? Você caiu da cama? — perguntou ao menor, ao perceber que a cama continuava intocada e com os lençóis arrumados.
— E-Eu pensei que não podia dormir lá — respondeu Jimin, entre soluços, o que partiu o coração de Jungkook. Imaginar as condições em que a criança vivia, ao ponto de achar que o chão era seu lugar, fez com que ele desejasse matar seu pai como nunca antes. — Vá para o banheiro e tome um banho quentinho enquanto eu tiro esse tapete sujo. Você acha que consegue fazer isso sozinho? — A criança assentiu, saindo em passos lentos e receosos, ainda soluçando pelo choro recente.
Jungkook já estava cansado para questionar qualquer coisa, conversaria com ele amanhã. Jimin, ainda que estivesse envergonhado, estava com medo, pois, na sua concepção, parecia evidente que jungkook o castigará mais cedo ou mais tarde, por suas "má-criações".
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Respirando fundo, Jungkook voltou seus olhos para o ômega, que estava todo vermelho de vergonha, envolvido na toalha já saindo do banho e segurando-a com força, encolhido. Ele sorriu ao observar a cena, achando Jimin inacreditavelmente adorável.
— Acho que você deve sentir medo de dormir sozinho — disse, pegando uma de suas camisetas para vestir na criança. — Pode ser desconfortável... — Se ajoelhou em frente ao garotinho para vestir a cueca, que ficava folgada por ser de Jungkook. — Vai ser melhor se você dormir no meu quarto — continuou, vendo os olhinhos castanhos se arregalarem e a criança da passos para trás. — Eu durmo no sofá.
Jungkook ficou um tanto assustado com o quão apavorado Jimin parecia. O garotinho parecia que iria ter um ataque a qualquer momento, começando a respirar pesadamente.
— Não precisa ter medo, Jmim, não vou fazer nada com você — Jungkook tentou tranquilizar a criança. — Já conversamos sobre isso, ok?
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Foi difícil para Jungkook convencer Jimin a ir para seu quarto, mas, no fim, conseguiu.
Jimin deitou na cama confortável em um quarto com uma decoração mais escura e com o cheiro de Jungkook por todos os lados, o que o fazia sentir-se estranhamente confortável, embora alfas não fossem exatamente a sua preferência.
Deixando a luz acesa, Jungkook finalmente se deitou em uma cama improvisada no sofá. Ele sabia que não conseguiria dormir, mas sentia-se bem em saber que a criança estava dormindo tranquilamente ali.
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O Pequeno Escravo •ABO• ➛ jjk + pjm
Mystery / ThrillerCONCLUÍDA :) Após a trágica perda de sua mãe, Jimin se torna refém do carcereiro Jeon Jongkyu, sofrendo maus-tratos como vingança. Seu objetivo é ser entregue ao filho único de Jongkyu. No entanto, o destino reserva reviravoltas surpreendentes, desa...