Boa leitura
Haviam levado o pequeno para um quarto pouco iluminado, mas bastante luxuoso: a cama era grande e o tecido que a cobria aparecia ser de seda pura; o ambiente estava iluminado somente com um abajur e a luz da lua entrando pela janela.
Jimin estava com medo e sentia-se quebrado. Temia que seu novo dono fosse pior que Jongkyu. Tudo o que queria era estar no abraço protetor da sua mãe, mas isso não era mais possível. Se passaram seis anos e nada mudou; não seria agora que alguém o protegeria. Sua mãe não apareceria.
Depois de muito tempo em silêncio, absorvendo os fatos, uma lágrima escorreu por suas bochechas, que, apesar da magreza evidente em seu corpo, ainda permaneciam rechonchudas. Lembrar que estava sozinho sempre o deixava triste, mas ele não podia chorar. Não queria apanhar ou ser advertido, então passou os dedos rapidamente sobre a gota, limpando-a.
Ouviu o barulho da chave e seu coração começou a bater forte. Pensou em sair correndo, mas sabia bem o que poderia acontecer.
Quando a porta se abriu, o cheiro extremamente forte do alfa se espalhou pelo quarto. Não era como nas outras vezes em que morava com Jongkyu, quando o aroma o deixava enojado; desta vez, o aroma estava o confortando. Mesmo assim, Jimin tinha medo e se encolhia à medida que o alfa se aproximava. Ele era alto, usava um terno e seus olhos o encaravam de forma inexpressiva. Seus passos cessaram em frente ao ômega, revelando seus sapatos caros e fazendo com que um arrepio percorresse seu corpo.
Como se estivesse com medo de assustar a criança a cada movimento, o alfa abaixou-se lentamente, ficando na mesma altura do menino, que apertava com força a barra da sua blusa. Os olhos de Jimin já davam indícios de choro e seu corpo inteiro tremia. O homem Jovem se perguntava o que seu pai havia feito com a criança para que ela temesse tanto todos ao seu redor, até mesmo uma simples aproximação.
Estava confuso e cheio de perguntas: como aquela criança havia chegado até seu pai? Como iria cuidar dele? Era muito novo para se responsabilizar por outro ser humano; mal tinha completado dezenove anos e a empresa consumia todo o seu tempo. Precisaria da ajuda de alguém.
O que mais cativava Jungkook eram os minúsculos detalhes daquele serzinho. Era simplesmente adorável, com bochechas fofas e rechonchudas, e aqueles olhos curiosos que brilhavam de tristeza e dor, transmitindo claramente um sofrimento que fazia seu coração doer em sintonia com o dele. Ele parecia extremamente desnutrido.
— Eu não vou te machucar, pequeno — disse, ao perceber o pavor da criança, que tremeu ainda mais com suas palavras. Ele sabia que era péssimo com essas situações e não queria assustá-lo mais, mas não sabia exatamente o que fazer.
— Ei... Eu não vou te machucar — insistiu Jungkook ao perceber que a criança estava tremendo de forma assustadora. Nunca foi bom com crianças, mas estava sufocando vê-lo assim. — Não precisa ficar apavorado desse jeito.
Jimin nada disse, apenas engoliu em seco, com medo do que aconteceria.
— Você pode falar? — perguntou, mas o garotinho apenas o ignorou.
Jungkook olhou bem para o rosto pálido do ômega e se admirou com o fato de ele ser incrivelmente pequeno. Tinha medo de quebrá-lo apenas com um toque, pois ele parecia desnutrido e mais pálido do que o normal. Seus olhos chamaram sua atenção: a cor era distanta as vezes, ia para um castanho com tonalidades cinza, era extraordinária.
— Vamos, Jimin — Jungkook tentou encorajá-lo com uma voz suave, mas se sentiu envergonhado logo em seguida, quando o garoto inclinou a cabeça e o olhou como se fosse um bobalhão. — Fale comigo... — fez uma pausa para pensar. — Quantos anos você tem?
Ele continuou em silêncio.
Achou que Jimin não responderia nós primeiros segundos, mas se surpreendeu quando ele levantou às duas mãos pequenas, mostrando os cinco dedos de cada — I-isso com mais dois do pé — falou com a voz fraquinha e Jungkook não aguentou de tanta fofura. Pelo visto ele ainda não sabia números, mas já era grande o suficiente, ele tinha doze anos, mesmo que aparentasse ter sete com a mentalidade que transparecia.
— Você quer dizer doze, certo? — fala de forma leve, recebendo um aceno positivo como resposta. — Bom... eu tenho dezenove. São basicamente isso, mais cinco dedos em um pé e quatro do outro — mostra às duas mãos imitando a ação do ômega minutos atrás. Seus olhinhos se arregalaram um pouco, pois o alfa na sua frente era "muito velho". E Jungkook sorriu minimamente, porque pelo visto estava conseguindo tirar a tensão da criança. — Parece muito, né? Mas, na verdade nem é tanto.
Falou e o silêncio se espalhou pelo local, mas logo foi tomado por um ruído que vinha da barriga do pequeno. Jungkook suspirou sorrindo, fazendo Jimin recuar um passo se assustando.
— Suponho que alguém está com fome — comentou Jungkook, divertido. Caminhou até a cozinha, sendo acompanhado pelo garoto em passos apressados, pois suas perninhas não eram tão grandes quanto as dele.
A mansão era bem arrumada, e apesar do tamanho, tinha poucos empregados e tudo era limpinho.
— Vou preparar um lanchinho — explicou, entrando na cozinha, com as mãos no bolso dando de ombros de forma divertida — Quer algo em especial?
— N-Não — a voz falha novamente se pronunciou.
— Que tal comermos lasanha? — olhou o pequeno por cima do ombro, vendo-o assentir ainda de cabeça baixa e dados entrelaçados.
Jimin amava quando sua mãe fazia lasanha, mas fazia tanto tempo que não come nada assim, vivia de comer migalhas e sobras a tanto tempo que até que esqueceu o sabor daquele alimento. Estava se sentindo feliz.
O garoto não disse sequer uma palavra enquanto assistia jungkook preparar a refeição, não se moveu em momento algum, continuava na mesma posição, com as mãos entrelaçadas e a cabeça baixa.
— Aqui está — disse Jungkook, observando o garoto. O menino continuava na mesma posição, pois ainda não tinha permissão para comer e geralmente comia no chão. Jongkyu tinha nojo do garoto e não deixava que ele tocasse em nada da cozinha. — Pode comer.
Apesar de receoso, o garoto se sentou ao lado do alfa, em dúvida se podia usar os talheres ou não. Acabou optando por usá-los e ficou aliviado ao perceber que não houve reclamação. Começou a comer, soltando suspiros ao longo da refeição, com seus olhinhos lacrimejando. Sentia saudades de ser um menino normal e comer coisas gostosas.
Se lambuzou inteiro com a comida, mas suspirou a cada porção que colocava na boca.
🐥
Já era tarde quando terminaram de comer, logo depois o mais velho o guiou ao banheiro para limpar a boca suja de molho e levou para um quarto de hospedes com uma decoração mais leve, com cores pastéis, diferente do anterior.
— Este é o quarto de hóspede. Você irá dormir aqui por enquanto. Quer tomar um banho antes de dormir? — Jungkook perguntou, observando os olhinhos do garoto que, pela primeira vez desde que entraram ali, o miraram. O menino negou com a cabeça. Estava deslumbrado, pois nunca tinha visto um quarto tão bonito. Fazia tempo que não dormia em uma cama tão fofinha e convidativa. Ele se perguntava se realmente podia dormir ali ou se teria que se deitar no chão.
— Tudo bem, você parece limpinho. Descanse, ok? Amanhã uma das empregadas virá te acordar. Boa noite, pequeno.
O alfa queria questionar o garoto sobre como ele chegou até seu pai, mas ele era só uma criança, então decidiu deixar pra lá, estava muito cedo pra isso.
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Oi! Gente, desculpa se demorei, mas aí vai mais dois capítulos kkk
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Bjs docinhos 🍭🍬🍫
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O Pequeno Escravo •ABO• ➛ jjk + pjm
Mistério / SuspenseCONCLUÍDA :) Após a trágica perda de sua mãe, Jimin se torna refém do carcereiro Jeon Jongkyu, sofrendo maus-tratos como vingança. Seu objetivo é ser entregue ao filho único de Jongkyu. No entanto, o destino reserva reviravoltas surpreendentes, desa...