Cinco horas, 36- Taylor

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Já são cinco horas da manhã e Daniel está deitado do meu lado sem camisa, seu cabelo loiro esuro está desarrumado, e ele nem parece tão chateado assim só parece bêbado e isso me entristece. Este não é o garoto que fazia as poesias mais lindas que eu ouvia no fundo da sala, escondida, porque eu era nova demais para participar do maldito gruo de poesias, este era um garoto machucado por uma garota machucada. Viro de barriga para cima para poder ver a fumaça do meu cigarro, até onde investiguei Katarina só foi mais uma das machucadas por João, ela é bonita e intensa, frágil e extremamente forte, bem o estilo dele. Eu sei bem como João pode machucar alguém e como sei? A prova disso é que em menos de trinta e seis horas vou estar indo morar na Alemanha com a minha mãe.

 A foto do meu pai traindo a minha mãe durante a tentativa de reconciliação me destruiu e João sabe disso, por isso mandou aquela imagem não só a mim, mas também a minha mãe e tudo isso porque eu estou me aproximando do namoradinho do novo brinquedo dele. Eu não sei o que faria para destruí-lo, ele sabe que eu o odeio afinal ele me iludiu e depois me deixou sozinha numa cama de motel, eu tinha treze anos, mas não sou louca de jogar minha própria vida fora. 

 Daniel aparenta ser tão inocente quanto é, ele é uma pessoa boa. Pego um all star velho, um short jeans e um moletom e deixou Daniel dormindo. Passo pela portaria e apenas aceno a cabeça para o porteiro, caminho para o rico condomínio onde Katarina mora. Fico pensando nos dois, em Katarina, Kamila, João, Daniel, eu, e por fim concluo que a vida por ser realmente boa e entusiasmante, mas que João sabe estragar qualquer coisa e que ele não vai estragar com a felicidade de Daniel, eu vou dar um jeito nisso.

A garota de cabelos cacheadosOnde histórias criam vida. Descubra agora