Acordei no dia seguinte com muita dor e febre, levantei, fui até o banheiro lavar o rosto e vi que o lado esquerdo perto da minha boca e bochecha estavam roxos. Suspirei, escovei os dentes, tomei os meus remédios, tomei banho, parei na frente do espelho e falei baixinho:
— Só faltam alguns meses, Joseph... Seja forte, você já chegou até aqui.
Me arrumei, peguei minha mochila, fui até a cozinha, peguei uma compressa e coloquei em meu rosto. A cozinheira se aproximou, colocou a mão na minha testa e falou:
— Você está com febre, tomou remédio?
A olhei e falei:
— Tomei sim, Ana.
Ela me olhou e falou:
— Tem certeza de que quer ir assim para a aula? E se você passar mal por lá?
Suspirei e falei:
— Eu não tenho muita escolha, não posso ficar perdendo aula por causa de besteira. Já está perto de tudo isso acabar então é melhor eu não dar vacilo.
Ela suspirou e falou:
— Mas você está machucado, Joseph.
Tirei a compressa do rosto, coloquei no congelador e falei:
— Mais machucado está o meu coração e eu ainda continuo sobrevivendo... E tentando seguir adiante.
Suspirei e falei:
— Obrigado pela preocupação, vou tentar chegar mais cedo hoje, quero tentar descansar um pouco antes de começar a fazer minhas tarefas aqui no orfanato.
Ela sorriu preocupada e falou:
— Hoje você está liberado do serviço, a senhora Marta avisou a todos. Ela disse que você precisa descansar e cuidar do machucado para não piorar ou infeccionar. Parece ser simples, mas pode ficar bem feia a situação se não cuidar.
Cruzei os braços e falei:
— Não acredito que ela fez isso, eu estou bem e vai acabar sobrecarregando alguém... E eu não quero isso.
Ela tocou nos meus braços e falou:
— Não se preocupe, um dia de descanso não vai prejudicar ninguém.
Afirmei com a cabeça, me despedi, comecei a caminhar para fora e escutei uma buzina. Quando olhei vi o Mathew me esperando no carro, fui em sua direção e falei:
— Você não precisava fazer isso.
Ele sorriu e falou:
— Bom dia para você também.
O olhei sério, entrei no carro e falei:
— Bom dia.
Ele me olhou, sorriu e falou:
— Cara, você está péssimo, parece que foi atropelado por um trator.
Coloquei o cinto, cruzei os braços e falei:
— Você se olhou no espelho hoje? Não está tão melhor do que eu.
Ele riu, começou a dirigir e falou:
— Digamos que eu levei um esporro do meu pai.
Suspirei e falei:
— Como se isso fosse difícil de imaginar sendo ele quem é.
Ele riu e falou:
— Você realmente não foi com a cara dele não é?
O olhei e falei:

VOCÊ ESTÁ LENDO
O amor é um conto de falhas.
Ficción GeneralJoseph é um jovem órfão de 24 anos, que luta para conseguir uma vida melhor e realizar os seus sonhos. Ele enfrenta muitos preconceitos e dificuldades por ser soropositivo e ele tem uma vida solitária, até encontrar dois amigos fiéis e verdadeiros...