Capítulo 1

6.5K 457 1.1K
                                    


P.s.: Essa história ficcional se passa em um universo alternativo, não condizendo com os acontecimentos da série Julie And The Phantoms. É uma adaptação onde os meninos da Sunset Curve não são fantasmas. 

_________________________________________________________

Nos últimos seis meses eu tenho pisado em ovos toda vez que preciso interagir socialmente com alguém, todos ao meu redor estão agindo como se eu fosse surtar a qualquer momento, falam comigo como se eu fosse uma criança inconformada, e teoricamente talvez eu seja mesmo. Meu pai tem me obrigado a visitar a doutora Elizabeth três vezes por semana e eu já estou de saco cheio, me sinto tão sufocada e esgotada, queria que minha mãe estivesse aqui, com certeza ela tranquilizaria meu pai e Carlos, sinto tanta falta dela.

Faço o máximo que posso para afastar esses pensamentos quando o sinal bate, guardo minhas coisas na mochila e espero Flynn guardar suas coisas para irmos trabalhar. Nós duas somos garçonetes em uma lanchonete perto da escola após o período de aulas, ela trabalha lá porque desde que contou aos seus pais que quer fazer artes plásticas ao invés de medicina parou de receber todo e qualquer apoio, eles ficaram furiosos quando descobriram que ela gastou o dinheiro da mensalidade do pré-vestibular com um curso incrível de pintura. Já eu, aceitei esse emprego meio período porque eu cantava e tocava lá por diversão desde os 15 anos e a Susan, dona do lugar, estava precisando de uma forcinha, e agora que somos apenas eu, meu pai e meu irmão acho que uma renda extra seria uma boa, além de ocupar minha mente e meu tempo com algo útil já que parei de cantar e tocar.

- Tá viajando é? Vamo logo, a Susan tá esperando a gente pro almoço. – Flynn me apressa e nós saímos da sala, dando de cara com Nick.

- Oi amor, oi Flynn. – Ele me dá um beijo e sorri para Flynn que retribui o sorriso.

- Oi Nick. – Eu sorrio também e nós começamos a andar pelo corredor. – Eu achei que você tivesse aula de natação hoje. – Eu comento rindo.

- Eu tenho, minha mãe ainda insiste muito nos esportes. – Ele dá de ombros envergonhado. Sua mãe é a personificação da bruxa malvada dos contos de fadas, pior que ela só sua aprendiz de feiticeira, a maluca da Carrie. Para ser breve, Margot, mãe do Nick, é complemente doida e colocou na cabeça que o filho iria casar com a Carrie, uma nojentinha mimada que se acha por ser rica, teoricamente ela e Nick fazem o casal perfeito, no caso quase perfeito, porque ele não é nem um pouco o playboyzinho que a mãe dele deseja.

- Acorda, a gente vai se atrasar, poxa vida Julie hoje você tá pior que o normal, vou falar para seu pai adiantar a consulta com a Dra. Elizabeth. - Flynn começa a me puxar rápido e eu só consigo acenar em despedida para Nick.

- Sabia que isso machuca? – Eu reclamo soltando o meu braço. – Relaxa a lanchonete não vai sair do lugar. – Eu digo rindo.

- Mas a Susan pode muito bem comer nosso couro. – Ela ri também e a gente corre um pouco para conseguir chegar alguns minutos adiantadas.

Entramos na lanchonete e vamos para o banheiro trocar nossos uniformes escolares pelos uniformes do trabalho. Depois vamos cumprimentar Susan e Willie, nosso amigo que trabalha no caixa, para começarmos nosso turno.

- Oi meninas, antes de vocês começarem eu preciso dar uma notícia importante para vocês. – Susan diz animada e eu olho de lado para Flynn que também estava com cara de curiosa. – Eu aluguei o loft que fica em cima da lanchonete para três garotos, eles têm uma banda e adoraram a ideia de ensaiar aqui, desde que a Julie parou cantar o palco ficou vazio, o movimento diminuiu, eu acho que pode ser bom trazer um pouco de música, quem sabe eles fazem uns shows de vez em quando. – Ela diz com cautela e por fim dá de ombros. Eu me sinto envergonhada e murmuro um pedido de desculpas, mas ela só balança as mãos no ar e diz que não tem problema.

Não tínhamos nada de muito importante para comentar sobre o loft ser alugado, mas Flynn ficou tagarelando e perguntando se os caras eram bonitos ou velhos ao invés de forcar no trabalho, pra sorte dela o movimento estava bem fraco, então ela teve bastante tempo livre para fantasiar uma fanfic romântica com qualquer um dos integrantes da banda, até então desconhecidos por nós.

- O aniversário do Nick é domingo, ele insiste para eu ir pra a festa na casa dele, mas não tô muito empolgada para ser esnobada pela mãe dele. – Eu suspiro e reviro os olhos.

- Mas você não pode simplesmente não ir amiga, você sabe que é importante para ele. – Flynn aperta meu ombro. – Tenta segurar a onda e se ela te encher o saco pode deixar que eu mesma faço questão de empurrar aquela bruxa dentro na piscina caríssima e com hidromassagem dela. – Eu dou risada e agradeço mentalmente ao universo por ter me dado Flynn, eu com certeza já teria desistido se não a tivesse ao meu lado nesses últimos meses.

No Regrets | Juke (JATP)Onde histórias criam vida. Descubra agora