No Regrets | Juke (JATP)

Capítulo 12 - I Got The Music

     Depois que meus amigos vão embora eu vou para meu quarto, me sentia muito mais leve e estava genuinamente feliz. Me deito na cama e sorrio, eu amo fazer música e cantar, me sinto motivada a voltar para a turma de música, não queria mais fugir, agora estou decidida a tocar novamente.

Pego meu celular e entro no Twitter, coincidência ou não, a primeira coisa que vejo é um vídeo que Flynn postou da Sunset Curve tocando no campeonato de basquete, ela estava divulgando incansavelmente o show de sábado, tenho certeza que ia bombar.

Eu presto atenção nos meninos tocando, eles colocavam suas almas na música e acho que agora entendo um pouco os motivos de Luke de ter fugido, apesar de continuar não concordando nem um pouco. Por pura curiosidade eu os procuro no Google, encontro algumas matérias falando sobre a banda e alguns posts de fãs falando sobre a saída do quarto integrante, o nome dele é Bobby, fico pensando em tudo que Luke me contou naquele dia no loft.

Começo a seguir o perfil oficial da banda no Twitter, continuo descendo a tela e encontro fotos dos garotos ensaiando em uma garagem, eles sempre estão sorrindo e colocando piadas nas legendas, aposto que Reggie é responsável por elas.

Entro nos perfis individuais de cada um dos meninos, vejo fotos, vídeos e tweets antigos, eles são super engraçados e fofos com os fãs, ao entrar no perfil de Luke vejo um link que me leva direto para seu Instagram, começo a ver as fotos do seu feed, tudo era relacionado à banda, viagens e os amigos, mas bem no começo, em uma publicação do ano passado, tinha uma foto com seus pais.

Sua mãe sorria enquanto ele lhe dava um beijo na bochecha e seu pai tirava a selfie, era aniversário de dezoito anos dele e todos estavam felizes. Fico meio triste por hoje eles nem sequer se falarem.

Quando vou sair de seu feed acabo curtindo a foto sem querer, me assusto e na hora jogo o celular longe. Ai meu Deus, agora ele vai pensar que estou stalkeando, o que é definitivamente o que estou fazendo, fico completamente em choque.

Decido desligar o celular e fingir que nada aconteceu, eu estava agitada e nervosa, não queria que ele achasse que eu estava bisbilhotando, mas agora era tarde demais, se ele tocar no assunto eu preciso arranjar uma desculpa e mudar de assunto.

Me sento na cama, não conseguia parar de pensar no mico que eu acabei de pagar, mas verdade meus pensamentos iam diretamente para Luke, todas suas palavras gentis, sobre seus problemas familiares e todo seu talento para música.

- Mas que droga Luke. – Eu respiro fundo e vou pegar um caderno, sempre escrevia aquilo que sentia e guardava em uma caixinha, minha mãe achava divertido pegar tudo e tentar formar letras de músicas.

Passo boa parte da madrugada escrevendo e isso me rende poucas horas de sono e consequentemente olheiras, mas quando acordo no dia seguinte eu estava de bom humor, por mais incrível que isso pareça ser.

Me arrumo, pego minha mochila e desço para tomar café da manhã com minha família.

- Olha só quem acordou de bom humor, te ouvi cantando no banho. – Meu pai diz sorrindo assim que entro na cozinha.

- É, eu acho que a música me faz bem. – Sorrio também e lhe dou um beijo na bochecha. – Isso aí tá com um cheiro maravilhoso. – Eu comento e ele serve meu prato, era um sanduíche diferente que eu esqueci o nome, mas achei delicioso.

- Julie, já que você tá de bom humor, me empresta cinco pratas? – Carlos era bem espertinho e estava tentando se aproveitar de mim.

- E eu posso saber pra quê? – Eu pergunto curiosa.

- Só vou contar porque você é menina e vai saber me ajudar. – Ele bebe um gole de suco e faz uma cara engraçada para tentar parecer mais sério. – Tem uma menina na minha sala, ela é bem bonita e legal, mas ontem eu a vi chorando no intervalo, então pensei em dar um donut para ela ficar feliz, peguei até uma flor no jardim. Você acha que ela vai gostar? – Meu irmãozinho diz de uma maneira bem fofa e eu fico com o coração amolecido.