ϲєє & ϲιgαяєττєѕ ❥ gαℓℓαgнєя

❦ 09 ❦

O assunto foi ficando mais ameno com o decorrer do tempo. Fazia algum tempo desde que Jane Rose tocava no assunto sobre sua infância, mas a menina não aprofundou o suficiente para falar em como foi sua adolescência. Algumas coisas deviam ficar guardadas no fundo da alma pecaminosa da menina Duchannes.

    Enquanto no preparo a conversa foi mais nostálgica para Jane, o almoço foi repleto de conversas saudáveis e promissora. Tal conversa só poderia ser sobre Aidan Gallagher, que tão engajado e alinhado em seus planos de vida, parecia ter a vida perfeita aos olhos de Jane. O menino falou sobre suas ambições, filho único que vive em seu quarto ouvindo, fazendo e compondo música. Ele realmente é um artista! Toca inúmeros instrumentos e tem muita afeição por música. Jane mal havia voltado para seu trabalho depois do almoço, e já estava ansiosa para vê-lo outra vez pois Aidan prometeu que na próxima visita da menina, ele mostraria sua nova música.

     E menina Jane mal podia esperar!

     O final de segunda-feira trouxe um vento gélido que fez todos na rua se acolherem em seus casacos. Jane já estava se habituando ao clima quente e anormal de dezembro, porque o calor do sol quente que iluminava os últimos dias, aqueceu Jane por dentro. Ela se sentiu viva e não se sentia assim há muito tempo.

      Os dias se passaram gélidos e calmos na vida de Jane. A monotonia já não era mais tão atrativa como costumava ser para a menina, desde que uma amizade tão imprevista a aconteceu. Jane Rose não tinha visto Aidan nos últimos dias, embora trocaram algumas mensagens durante esse tempo.

     E então, a quinta-feira turbulenta começou com Andy aparecendo depois de uma semana enfermo.

     — Jane, quanto tempo — enquanto ela abria as portas da loja, Andy surgiu atrás dela. A menina Duchannes já estava se acostumando a ficar sozinha na loja, o que estava sendo ótimo pra ela. Porém, algo na voz do garoto loiro a incomodava, pois alguma coisa parecia estar incomodando a ele.

     — É, pois é, Andy — Jane nem o olhou, apenas entrou direto. Mais uma semana sem ele a tira colo não seria tão ruim.

     — Vejo que aproveitou bem os dias sem mim aqui — a garota o encarou pela primeira vez no dia. — Meu pai confia em deixar a loja com você e eu até estava tranquilo em relação a isso. Só que... Eu estive de olho em você, é claro.

     Jane tentou manter uma expressão calma mas aquilo a deixou atônita. Como ele podia ser tão irritante? Qual era a necessidade daquilo? Perguntas rondavam a cabeça de Jane, que mordeu o lábio fortemente para se controlar. A ideia de Andy estar a espionando enquanto deveria estar doente em casa, a deixou em estado catatônico.

     — Por quê? — ela enfim perguntou.

     — Primeiro, vi um garoto estar aqui por boas horas conversando como se você não tivesse que trabalhar. Antes que se preocupe com minha saúde, eu estava indo à farmácia enquanto meu pai tinha coisas a resolver na loja de Stratford. Bem, eu achei comum, você devia estar influenciando o pobre garoto a comprar alguma coisa podre que você ouça, que você chama de música. — ele deu ênfase na palavra. Jane estava segurando sua raiva internamente, para não segurar o pescoço do garoto até esganá-lo. — Mas o que ele tanto faz aqui, no seu horário de serviço que você já não o faz tão eficientemente, na segunda-feira, durante toda a manhã?

     — Você não tem o direito de me perseguir assim — disse entre dentes.

     — Oh, eu tenho sim, Jane. A loja é minha.

     — A loja é do seu pai — seu tom era desafiador. Seus punhos estavam fechados e ela nem sabia o porquê.

     — Você está certa. Mas é o meu pai. Se sumir dinheiro daqui, você quem fica na pior — Andy sorriu maliciosamente.