Irmãs Danvers

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[lado Alison on]

Eu nasci em 1935, me lembro até hoje de quão difícil foi aquela época. Meu pai foi para a segunda guerra, minha mãe ficou sozinha em casa comigo, foi bem difícil para nós duas. Porém quando meu pai voltou da guerra ele já não era mais o mesmo, na verdade ele nunca foi normal, desde que eu era bebê ele mal tratava minha mãe. Eu tinha 9 anos quando ele foi para a guerra, passou 5 meses e descobri que minha mãe ficava se pegando com nossa vizinha e elas pensavam em ficar juntas. Quando meu pai voltou da guerra em 1945 dois meses depois, descobriu que minha mãe o traía, ele a proibiu de ver sua amante e a espancou. Ele sempre voltava bêbado toda noite, eu ficava trancada no quarto estudando.

Porém em uma madrugada fui na cozinha beber água, escutei minha mãe vomitar no banheiro. Quando a vi ela me olhou chorando e disse para não dizer nada ao meu pai de que estava grávida. Porém isso não durou muito, afinal a barriga de grávida cresce bastante, meu pai descubriu que o bebê não era dele. Era de da amante dela. Meu pai começou a me bater também quando minha mãe não estava em casa. Passou os meses e minha irmã Angélica nasceu, eu não tinha ódio dela, nem um pouco. A nossa vizinha era um amor de pessoa, bem diferente do arrombado do meu pai, eu amava minha irmã e sempre protegia ela. Porém em um dia, minha mãe quis largar do meu pai de vez, nesse dia eu tinha 15 anos e minha irmã 11 anos. Ela estava dormindo, ainda bem... Porque eu peguei uma faca da cozinha e esfaquei meu pai pelas costas.

Os outros vizinhos ouviram tudo e ligaram para a polícia. Me tiraram de minha mãe, ela não conseguiu convencer nada para o juíz (aquele machista homofóbico.) Sai da prisão meses depois, quando voltei para casa minha mãe não me olhava mais como antes, agora ela tinha medo de mim e descubri que ela estava com uma depressão profunda. Passei uma semana em casa, a mulher dela sofreu um acidente de carro e acabou morrendo. Isso foi o limite para minha mãe e ela se matou na semana seguinte.

Só ficou eu e a Angélica, nos largaram em um orfanato. Como minha ficha estava suja era difícil eu ser adotada e eu não deixava ninguém adotar a Angélica. Passou 2 anos lá, eu estava com 17 já e a Angélica com 13. Eu não poderia mais ficar no orfanato quando completasse 18 anos, eu fiquei paranóica com isso e acabava descontando nos meus móveis do quarto e em crianças. Cheguei num nível de cortar meu braço inteiro com uma tesoura, me levaram para o hospital e os médicos disseram que teriam que me internar por que minha sanidade estava uma merda. Sim, me colocaram num hospício, qual a surpresa?

Angélica foi me visitar e me disse que um homem queria nos adotar. Fiquei surpresa com isso, me deixaram sair do hospicio por causa disso. Voltamos para o orfanato e o homem usava roupas chiques e jóias. Ele olhou para nós e sorriu largo com os lábios, o mesmo foi até nós. Seu nome era Thales Borllet.

"Vocês são especiais, serão minhas filhas agora."

Thales era nosso pai agora e ele descobriu não sei como que eu ainda muito jovem matei meu pai. Tínhamos tudo de graça, comida, roupas bonitas e um teto para morar. Ele não me colocou de volta no hospício, ele disse que eu já estava boa. Somos bem burguesas e mimadas, ele dava qualquer coisa para nós. Deixou a gente  fazer nosso laboratório no nosso quarto e sermos responsáveis por informações da gangue e etc.

[Quebra do tempo]

[13:00]

Estava terminando meu trabalho em meu computador, dei uma deitada para trás esticando meus braços. Escutei alguém abrindo a porta da sala, pensei ser a Angélica mas também poderia ser outra pessoa.

-Angélica?—Virei o rosto para a direção da porta.

-Não... é a Odélia.—Disse ela.

-Ah, o que você quer hein?—Me levantei da cadeira e puxei a cortina para o lado, olhei para a Odélia e ela estava usando um terno preto.-Oh...uiui.—Cruzei os braços.-O que faz aqui branquela?

Arte da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora