Capítulo 1

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Noah Urrea Narrando - Aos 8 anos.

"Sina, Hoje eu estava na praça com Josh, e um gatinho passou por mim. Eu me lembrei do Noart, lembra-se dele também? Eu espero que sim. Não sei porque você não respondeu minhas mensagens ou atende meus telefonemas, então me sugeriram escrever uma carta. Lembro-me de como você acha romântico esses atos, então pensei ser uma boa ideia. Como está a faculdade? Você fez novos amigos? Está se dando bem com os professores? Me desculpe tantas perguntas, mas eu realmente sinto sua falta. Quando você estiver com um tempo livre, nem que seja apenas para me responder dizendo que está bem, pode me mandar uma mensagem, em qualquer hora, me deixará muito aliviado.

Com amor, Noah."

-

Eu pedalo o mais rápido que posso. Minhas mãos apertam firme o guidom da bicicleta. Quando dobro a esquina da rua, de longe já posso avistar Sina parada em frente à calçada de sua casa. Ela me olha e acena euforicamente sorridente. Por que eu sinto essas coisas na barriga toda vez que ela sorri? É estranho. E isso me faz lembrar de perguntar ao papai quando chegar em casa.
Pulo da bicicleta largando-a no chão e Sina se aproxima.

- Você veio rápido! - coloca uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. Por que ela sempre mexe no cabelo quando me vê? É estranho! - Eu preciso te mostrar uma coisa, meus pais estão na cozinha, então não faz barulho. - ela me puxa para dentro de sua casa, onde murmúrios podem ser ouvidos, provavelmente dos seus pais.
- O que você precisa me mostrar? - sussurro subindo as escadas. - Pode ser rápido? Mamãe vai fazer almôndegas para o jantar.

- É rapidinho, Noah! - fala baixo entrando no seu quarto. - Pode entrar! - ela me dá espaço.
Eu entro e faço uma careta. É tudo tão organizado, livros na prateleira, a cama arrumada, um enorme pôster de um homem que provavelmente deve ser um ator, não sei o nome.

- Tá, e o que você precisa me mostrar? - pergunto olhando ao redor ainda constrangido. Mamãe diz que no futuro talvez eu ganhe uma irmãzinha, se ela tiver o quarto como o de Sina, não sei se dará muito certo.

Sina sorri caminhando até seu guarda roupa, ela se agacha enquanto pega algo. Estico o meu pescoço para olhar o que é, mas não consigo ver. Ela coloca uma caixa de sapato em cima da cama, e eu observo confuso.

- Ele é lindo! - sorri largo abrindo a caixa.

- Você quer me mostrar um sapato? - pergunto ficando irritado. Perdi o café da tarde só para ver o que ela queria, e ela quer me mostra um sapato? Eu estou começando a achar que Sina deveria ter chamado Savannah, e não eu.

- Não, seu bobo! - ela gargalha. - É um gatinho.

- Um gatinho? - fico curioso e chego mais perto quando ela retira-o da caixa. Ele é muito pequeno, com seus pêlos branco e manchas pretas pelo corpo. - Por que ele está escondido dentro do seu armário?

- Porque o bebê tem alergia a pêlos. - refere-se a Tedd, seu irmão. - E com certeza papai e mamãe não deixariam eu ficar com ele, mas olha como ele é lindinho! - coloca o gato na minha cara.

Seguro o gato olhando diretamente para seus olhos. É verdade, ele é lindinho! Quando ele fecha os olhos bocejando, dou um sorriso observando a cena.

- Qual o nome dele? - pergunto, acariciando-o.

- Eu pensei em um, mas não tenho certeza... - murmura. - Encontrei ele enquanto voltava da escola, ele estava do lado de um lixeiro.

- Que horror! - falo chocado. - Quem faria isso com um gatinho?

- Você ainda pergunta? - Sina me olha óbvia.

- Adultos! - respondemos juntos. - Mas que nome você pensou em dar a ele? - pergunto.

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