Capítulo 10

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Sina Deinert narrando.

Meus olhos se abrem assustados. Pisco algumas vezes para me adaptar à claridade e sento-me olhando ao redor. Estou na casa de Noah , especificamente em seu sofá. Não me lembro de ter adormecido, mas isso não me importa agora. Lembranças me vem à mente quando me lembro do que aconteceu.

Oh meu Deus! Escondo meu rosto entre minhas mãos sentindo um pânico se iniciar. Noah agora sabia de tudo. Ele me culparia por matar nosso bebê, e com razão. Um soluço escapa quando penso que não posso recriminá-lo por isso. Ele vai me odiar e terá toda razão do mundo. Por que ele não o faria?
Os passos da escada me alertam automaticamente.

- Você acordou. - Noah cruza seus braços e me encara.

Ele está com os cabelos molhados, então julgo que tomou um banho. Sempre adorei sua visão assim.

- Eu... - engulo em seco. - Desculpe. - sussurro.

Ele nega como se não fosse nada.

- Acho que precisamos terminar nossa conversa. - assinto. - Mas agora, Joalin está terminando de se vestir... - me olha como se quisesse que eu adivinhe o que ele está pedindo. Quando ele percebe que não entendi, ele suspira. - Será que você poderia ir?

Isso dói. Ele me expulsando da casa dele dessa maneira. Sei que eu não tenho direito de ficar magoada, mas mesmo assim fico.

- Tudo bem. - sussurro, me levantando.

Encaro-o por um tempo, enquanto ele faz o mesmo. Por um momento, gostaria de ter o dom de ler seus pensamentos. Será que ele está me crucificando em seus pensamentos? Será que ele imagina como nosso bebê teria sido? Ele estaria empolgado como está com Noalin ? Ela sequer existiria se eu tivesse feito as coisas de forma diferente. Não! Ela só um bebê. Não é culpa dela, digo a mim mesma. Uma parte de mim se corrói por pensar isso, mas outra parte, a parte que ainda está em luto pelo meu bebê, deseja que ela nunca existisse.

- Sina . - Noah suspira e para na minha frente. - Eu não estou expulsando você. - diz como se entendesse o que eu penso. - Mas eu não quero... - parece escolher suas palavras. - Eu não quero você dentro da minha casa, perto da minha mulher ou da minha bebê. - diz.

É como um tapa na minha cara.

- Você acha que porque matei nosso bebê, eu poderia ferir o seu? - digo chocada. Eu jamais faria isso com ele. Jamais o faria passar por essa dor, novamente.

- Não! - nega veemente. - Eu não quis dizer isso! - me olha chocado.

- Mas como você acha que deve ser para Joalin ter você tão próxima assim? Por mais que ela seja compreensiva, Sina , ela não é de ferro.

- Se você acha que ela tem motivos para se incomodar. - penso. - Talvez seja porque você ainda tenha...

- Não! - nega suspirando. - Pare de colocar palavras na minha boca, Sina - me acusa. - Você percebeu que quando faz isso, coloca tudo a perder?

- Me desculpe. - estou esgotada. Cansada de sempre pedir desculpas.

- Apenas vá, tudo bem? - segura meu ombro. Meu corpo formiga com seu toque, quero mais. Quero que ele ainda queira me tocar. Céus! Eu faria tudo por isso. - Conversaremos melhor em outro momento.

Assinto, me afastando. Sei que seus olhos estão sobre minhas costas, então giro a maçaneta e abro a porta, mas não antes de virar e perguntar.

- Você me odeia, Noah ? - sussurro o suficiente para que ele ouça.

Seus olhos estão fixos nos meus, e por um momento, tenho medo de sua resposta.

- Eu achei que sim, Sina - ele passa a língua sobre os lábios. - Eu achei que sim.

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