Capítulo 11

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Noah Urrea narrando.

Minha cabeça ainda está a mil. Pensamentos desconexos passam por ela, sem o meu controle. A conversa com Sina mexeu comigo de formas que eu nunca esperei.

Como ela poderia ter engravidado? O médico foi específico na consulta quando disse que Joalin e eu não poderíamos ter um filho de maneira tradicional. Quando optamos pela inseminação artificial, sabíamos que poderia ser difícil. E foi. Noalin nos alegrou com sua chegada depois da terceira tentativa. Quando as duas primeiras deram errado, Joalin e eu nos sentimos arrasados. Mas a gente não desistiria.

Agora, saber que Sina diz que teve um bebê meu e que o perdeu me atinge de formas inexplicáveis. Não sei como me sentir. Não sei como devo me sentir. Eu quero poder sofrer pelo luto, quero poder chorar e gritar. Mas tudo o que Sina disse foi realmente real?

E se ela foi um milagre? Minha mente lateja. Sim, pode ter sido um caso raro, digo a mim mesmo. Se isso aconteceu, preciso de confirmação.

Pego as chaves do meu carro no centro da mesa. Joalin que está deitada no sofá lendo uma revista sobre bebês me olha. Mordo os lábios nervoso. Não quero que ela ache que serei um homem diferente com ela por causa de Sina . Não quero que ela ache que tudo o que eu sinto está a prova, porque não está.

— Preciso resolver isso. — não quero magoá-la.

Céus! É tudo o que menos quero. E espero que Joalin entenda que preciso colocar um ponto final nisso, porque se ela pedir que eu não vá, eu com certeza não irei, e isso nos assombrará para sempre.

— Eu odeio essa situação. — sussurra fechando os olhos. Minha garganta seca enquanto engulo um seco. — Mas para isso terminar, sei que você precisa de um final. Então vá. — abre os olhos me encarando. Ela coloca a mão sobre sua barriga e acaricia. — Eu espero que você volte...

— Eu vou voltar! — garanto a interrompendo.

Me ajoelho na frente dela o suficiente para beijar seus lábios e colocar a mão em cima da sua sobre a barriga. Joalin acaricia meu rosto com sua mão livre.

— Eu te amo, Joalin . É você, apenas você. — sussurro contra seus lábios.

— Eu amo você. — afirma. — Sempre. Agora vá. — me dá um beijo rápido. — Quando mais cedo você ir, mais cedo você volta.

Assinto me levantando e saindo de casa indo em direção ao carro.
No caminho para a casa de Sina , penso em mil maneiras diferentes de abordá-la. Não quero acusá-la de algo sem saber dos detalhes antes, mas também não posso deixá-la me enganar. Ela me destruiu uma vez e tudo o que menos preciso é que ela faça novamente, mesmo quando ela parece ter poder o suficiente para isso.

Quando chego em frente à casa dela, deixo meu carro estacionado do outro lado da rua. Saio fechando a porta e travo o carro colocando a chave no meu bolso. Respirando fundo, atravesso a rua e subo as escadas da entrada de dois em dois degraus. Toco a campainha sentindo meus nervos à flor da pele. Quando a porta se abre, Sra. Deinert me olha com uma expressão curiosa.

— Que surpresa vê-lo aqui, Noah ! — exclama. Mas logo abre um sorriso no rosto. — Teddy não está. Vocês marcaram algo?

— Na verdade não, Sra. Deinert . — nego. — Eu... Eu preciso falar com a Sina sobre algo importante, será que poderia chamá-la?

— Eu até poderia, mas ela está no banho. — me olha como se estivesse escolhendo suas próximas palavras. — Olha Noah , eu gosto muito de você. Mas acho que não é um bom momento para conversarem.

Olho-a curioso. — Por que não seria?

— Wendy, você sabe me dizer porque o forno não liga? — alguém pergunta atrás dela.

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