O Segredo

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Não vou começar com era uma vez, ou até mesmo certo dia, seria clichê contar minha história iniciando assim. Meu nome é Eduarda, tenho 19 anos. Tenho uma vida não tão agitada, não tenho muitos amigos, mas sei que os que eu tenho são o suficiente. E moro em uma cidadezinha pequena. Sabe, minha história não é uma das mais felizes, nem uma das mais bonitas, mas sei que talvez se interessem pelo que vou contar.

Na época eu tinha apenas 15 anos de idade, como já disse não tinha muitos amigos, mas tinha minha amiga a Ana Paula, eu e Ana dividíamos tudo que podiamos dividir, nossa, até perguntavam se eramos lésbicas e namoravamos, povo ridículo. Não, não eramos lésbicas, muito menos namoravamos.

Nunca fui de ter muitos relacionamentos sérios, sei lá, será que não me dou bem com ninguém? Mas eu gostava de quem eu era, eu não era tão bonita, tinha cabelos cacheados, olhos castanhos claros, magra e um pouco alta, Ana como sempre mais baixinha que eu.

Nunca fui como as outras meninas que adoravam encher a cara de quilos e mais quilos de maquiagem, até porque algumas meninas do meu colégio, usavam tanta maquiagem, que se assoprassem, ia poluir o que nos resta de oxigênio. Mas enfim, minha rotina sempre foi a mesma, de casa para o colégio, do colégio para a casa de Ana e de lá para casa.

Era uma rotina simples. Mas que eu gostava. Na casa de Ana por exemplo, era assunto que não acabava mais, eu fã de Katy Perry e ela fã de Selena Gomez, brigavamos por isso.

No colégio, era sempre aquela mesmíssima coisa, todo santo dia, entravamos, sentavamos, prestavamos atenção na aula, escutávamos as piadinhas dos meninos lá do fundão "Olhem lá as namoradinhas". Aquilo já estava tão monótono, que já estavamos acostumadas e não ligavamos mais para isso.

Depois da aula fui para a casa de Ana, só que dessa vez não conversamos mais sobre nossas cantoras favoritas, Ana estava diferente, olhava pra mim com uma cara triste, naquele momento eu não reconheci minha melhor amiga, e sabia que estava acontecendo algo.

- Ana aconteceu alguma coisa? (Perguntei aflita vendo aquela situação)

- Não Duda, não aconteceu nada. (Ela respondeu com sua cara tristonha)

- ANA DA PRA ME FALAR O QUE TA ACONTECENDO? (Com raiva falei, pois Ana não costumava me esconder sentimentos nenhum)

- Duda, não aconteceu nada, por favor deixa isso pra lá.

Juntei minhas coisas e fui para casa, sem mesmo dar tchau a Ana, ela me chamava, mas eu não olhei pra trás.

Já em casa, depois do almoço me tranquei no meu quarto, como eu costumava fazer quando estava preocupada. E comecei a pensar em Ana, ela nunca me escondeu sentimento nenhum. Eu olhava para o meu celular, esperando uma mensagem dela. Mas ela não mandou, preocupada resolvi ligar.

- Ana você está bem?

- Estou sim Eduarda. (Ela responde com um tom irônico)

- Você só me chama de Eduarda quando tem alguma coisa acontecendo. Me fala por favor.

Ana ficou em silêncio por uns 15 segundos

- Ana está ai?

- Estou, Duda eu tenho algo muito sério pra te contar.

- Então conta logo, coisa.

- Depois de tudo que já passamos juntas, todas as brigas, todos os momentos felizes que tivemos, promete que vai me entender.

- Eu alguma vez já te deixei na mão idiota, vai logo desembucha. Estou ficando aflita já.

- Tudo bem, vou contar...

Continua no próximo capitulo...

O Cobertor de HexágonosOnde histórias criam vida. Descubra agora