Depois de uns dias, minha gaveta estava quase esborrando de tanta carta da Duda, mas sempre escondi as cartas, eu precisava esquecer a Duda de qualquer maneira, não queria ter nenhum tipo de recaída por uma paixão que nunca iria dar certo.
Eu estava muito feliz, encontrei meu refúgio de tudo que tinha acontecido nos braços da Thalyta. Outro dia quando meus pais tinham saído novamente, eu e Thalyta resolvemos não assistir filme desta vez, ficamos deitadas em meu quarto, na minha cama. Era a primeira vez que eu estava deitando com uma menina, com uma paixão minha.
Suas mãos percorriam meu corpo enquanto nos beijávamos, sentindo seu carinho fui levada por aquela sensação diferente, borboletas na minha barriga o tempo todo, foi diferente. Tive minha primeira relação sexual com uma garota, eu realmente me apaixonei por ela de uma vez por todas.
Depois de tudo estávamos apenas nós duas nos curtindo ali na minha cama, até que acabamos caindo no sono ali mesmo abraçadas nuas.
Mas acordamos com um grito.
- ANA??!!
Acordamos desnorteadas sem termos percebidos que tínhamos dormido. O grito era minha mãe que tinha acabado de chegar com meu pai. Eu e Thalyta nos soltamos rapidamente e saltamos de cima da cama.
- MÃE?
- O QUE É ISSO ANA? (Ela disse muito furiosa)
Thalyta estava branca e não conseguia nem olhar pra minha mãe, vestimos nossas roupas rapidamente, enquanto minha mãe estava de costas com a mão na cabeça, parecendo muito aflita, Thalyta correu passando por minha mãe, desceu as escadas e foi embora.
- ANA O QUE ERA ISSO?
- MÃE CALMA, POR FAVOR.
- DESDE QUANDO ISSO ACONTECE ANA?
Apenas fiquei calada, chorando muito.
- EU NÃO QUERO VER MAIS ESSA MENINA AQUI, ESTAMOS ENTENDIDAS?
Minha mãe saiu do quarto batendo a porta muito forte.
Comecei a chorar muito, peguei o celular e liguei para a Thalyta.
- Thalyta? (Quase não conseguia falar direito)
- Oi Ana (Ela respondeu chorando muito)
- Não se preocupa, vai ficar tudo bem.
- Ana e agora, como vamos nos ver? Eu não quero me afastar de você. (Ela começa a chorar mais ainda)
- Calma, eu não sei como vai ser daqui pra frente, mas minha mãe disse que não queria que você viesse mais aqui.
Ela começou a chorar alto, e eu senti meu coração doer mais uma vez, quando eu achava que tudo estava indo tão bem.
Desliguei o celular me despedindo de Thalyta, mais uma vez em minha cama, coloquei minhas mãos sobre o meu rosto e voltei a chorar.
Eu precisava falar com minha mãe, mas eu estava com muita vergonha, e apenas passei o dia inteiro trancada em meu quarto. Sabe quando você se sente perdida? E que o sofrimento nunca vai ter fim?
Algumas horas se passaram, e minha mãe entrou no meu quarto, sentando ao meu lado falou:
- Ana, pode me explicar o que foi aquilo?
Continuei calada derramando lágrimas silenciosas.
- Ana, vamos a um psicólogo, ele pode te ajudar.
Enchuguei minhas lágrimas e falei:
- Acha que eu estou doente? (Falei baixo)
- Filha, isso é só uma fase, conheço você.
- Por favor mãe, me deixa sozinha.
Ela saiu do meu quarto. Eu ainda não tinha escutado nada do meu pai. Não sabia se ela tinha contado algo a ele ou não. Mas eu desejava que não.
Até que meu pai chegou minutos depois, aparentemente muito bebado, entrou no meu quarto e bateu a porta com muita força, em silêncio comecei a chorar.
- AGORA MINHA FILHA É UMA SAPATÃO. (Ele falou derrubando um dos meus porta retratos)
Apenas continuei calada, ele puxou meu corbertor e meu travesseiro da cama, e um cheiro muito forte de bebida vinha dele, e cada vez eu estava ficando com medo dele. Minha mãe entrou no quarto interrompendo meu pai, e o tirou do meu quarto.
Assim que os dois sairam do meu quarto, levantei e rapidamente fechei a porta do meu quarto a chave.
Peguei meu celular desesperada liguei para Thalyta. Mas o celular dela estava desligado, depois de várias vezes tentando ligar e não tinha sucesso desisti, sentei no chão do meu quarto.
Ali mesma sentada no chão gelado, chorando bastante, vi o porta retratos no quebrado, peguei ele, e vi que era uma foto minha e da Duda. Na foto ela beijava minha bochecha, e estavamos muito felizes.
- Duda... Que falta que você faz.
Imediatamente levantei do chão, abri a gaveta onde estavam todas as cartas da Duda e coloquei todas sobre a minha cama e pensei comigo mesma:
- Eu que conheço ela a tantos anos, por que ela mandaria tantas cartas, e todas iguas. Não sei se ler o que está aqui dentro delas vai ser pior, mas eu tenho que fazer isso.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
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O Cobertor de Hexágonos
RandomEduarda e Ana como sempre muito amigas, não deixavam que nada abalasse a amizade das duas, sempre com assuntos que nunca acabavam, seus dias eram sempre iguais, que cada coisa que acontecia elas já sabiam como ia ser. Mas só que um dia tudo mudou, n...