Ana continua narrando
Adormeci logo após ter chorado bastante, acordei meio desnorteada sem lembrar bem as coisas que eu tinha pensado, antes de dormir. Aos poucos começaram a vir uns flashes em minha cabeça, não quis mais chorar, apenas engoli o choro, me levantei, coloquei uma roupa bem simples e um agasalho e fui em direção a um parquinho perto da escola, que eu estava indo para lá sempre para pensar na vida.
A todo o momento desejava que tudo aquilo parasse, queria que todos aqueles sentimentos desaparecessem de dentro de mim. Sabe aquela vontade que você tem que tirar o coração, sacudir várias vezes para ver se alguns sentimentos caem de dentro dele, e depois varrer todos esses sentimentos para debaixo de um tapete e fingir que estava tudo bem.
Já no parque, eu só conseguia pensar no que eu deveria fazer, aquela data especial, nosso aniversário de amizade estava chegando, e era a primeira vez que estávamos daquele jeito. Faltavam apenas quatro semanas.
Eu sabia que se voltasse a falar com a Duda, nada seria do mesmo jeito, eu não iria conseguir ver ela do jeito que sempre vi, ela não iria conseguir falar comigo como sempre falou. Senti medo de tentar novamente, não sei se eu sentia orgulho, mas acho que não.
Deitei naquele gramado do parque, olhando para o céu. Parecia que tudo e qualquer coisa que eu fizesse me faziam lembrar aquela garota. Talvez nossa amizade fosse um namoro, um namoro sem beijos ou sem sexo. No mesmo momento meus olhos começaram a lacrimejar. Ainda deitada na grama do parque, fechei meus olhos e continuei a pensar em silencio.
Enquanto eu estava de olhos fechados senti uma gota d’água caindo sobre a minha testa, então abri meus olhos, achando que ia começar a chover, só que não era chuva, lá estava Duda me olhando com suas duas mãos apoiadas em seus joelhos e derramando suas lagrimas sobre mim. Naquele momento fiquei sem reação nenhuma. Continuei deitada e comecei a chorar mais ainda vendo a Duda chorando e derramando suas lagrimas sobre a minha testa, coloquei a mão sobre meu rosto e comecei a chorar mais alto. Duda sentou ao meu lado chorando, senti o poder que a nossa amizade sempre teve.
- Ana... (Ela falou bem baixo, quase sem conseguir falar)
Sem reação continuei calada derramando minhas lagrimas.
- Ana Por favor, pelo menos escuta o que eu tenho a te dizer. Sei que não posso fazer mais nada pra te convencer a esquecer de tudo isso, e fui tola em ter colocado mais sentimentos onde não ia dar certo, mas só quis ser sincera contigo, eu estou com saudades de você. Eu só tinha você nos momentos difíceis, só podia desabafar contigo. Eu queria que me entendesse também. Não vim aqui pra te deixar com mais dúvidas. Aconteceram coisas terríveis comigo esses dias e não tive com quem desabafar só eu sei a falta que você me faz minha irmã.
Eu estava ainda paralisada com todas aquelas palavras, uma amizade pode ser tão forte assim quanto a nossa? Meu coração mandava uma coisa e meu cérebro mandava outra. Mas continuei em silencio.
Ela continuava olhando para mim. Foi quando ela derramou mais uma lagrima, e deixou um envelope ao meu lado, levantou e foi embora.
Mas continuei lá deitada, não estava muito curiosa em saber o que tinha naquele envelope e apenas peguei e guardei em minha bolsa com muito carinho.
Fui para minha casa, pois já estava um pouco tonta e fraca.
Entrei em casa e fui direto para meu quarto. Fiquei pensando se deveria abrir aquele envelope, eu tinha medo do que poderia encontrar ali dentro.
Foi quando eu resolvi abrir aquele envelope.
CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO.
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O Cobertor de Hexágonos
РазноеEduarda e Ana como sempre muito amigas, não deixavam que nada abalasse a amizade das duas, sempre com assuntos que nunca acabavam, seus dias eram sempre iguais, que cada coisa que acontecia elas já sabiam como ia ser. Mas só que um dia tudo mudou, n...