18 - Faça a troca

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Entrando diretamente em seu bloco, rumou ao quarto vazio do alfa, permaneceu com os pensamentos fervendo em sua mente, até a porta se abrir com um rangido e a figura com rastros de sangue por toda a roupa entrar em passos lentos, já tendo detectado a outra presença ali.

- Precisamos conversar. - Xichen anunciou se mantendo calmo por fora, contradizendo todas as teorias que sua mente criava a cada segundo.

- Eu sei, mas primeiro, precisamos trocar de roupa, agora!

A ordem foi dada, e o alfa já começou a se despir indo para o banheiro, deixando o outro ali sem reação. O beta resolveu seguir a ordem, e fora para seu próprio quarto trocar de roupa.

Bastou alguns instantes, o suficiente para se vestir completamente e MingJue entrara em passos rápidos, carregando consigo, as roupas ensangüentadas e uma panela. Ele tomou as roupas usadas de Xichen sem proferir uma palavra, e as colocou junto as suas na panela, ateando fogo nas peças, as deixando no boxe do banheiro, para o cheiro não se propagar além daquele cômodo.

- Você está encobrindo nossos rastros... - O beta deduziu, vendo o maxilar travado do outro – Por que não me falou nada?

- Não tinha certeza se iria funcionar e você não iria concorda com o plano.... - MingJue que sempre encarava tudo sem medo, não conseguia erguer a cabeça para lidar com o beta, que pelo cheiro que exalava poderia deduzir estar bravo.

- Mas eu fazia parte do plano! Pior, o Cheng fazia parte do seu plano, eu pensei que nós não tínhamos segredos MingJue! - Apesar das constatações exclamadas a voz não se alterou, mas era carregada em um tom magoado, que pesou mais do que gritos.

- A anos eu procuro uma oportunidade Xichen....

- Eu sei, por isso se você tivesse me contato eu te ajudaria, porquê sou seu amigo caramba. - Xichen sentiu seu emocional saindo do controle e caiu sentado junto ao outro, enquanto a fumaça deixava uma névoa fedida no banheiro.

- Eles vão nos matar. - Não havia medo na voz do beta, apenas uma constatação. - Acho que consigo fazer eles acreditarem que o Cheng não sabia de nada, ou que tentou nos impedir.

- Você também não sabia de nada. - MingJue lhe abraça de lado. - Tentei destruir todas as evidências possíveis. Cobrei algumas dívidas, e para todos os efeitos, eu e você estamos em uma missão em outra cidade nesse instante e o Cheng nunca saiu do bloco segundo os registros. Não sobrou nenhuma testemunha além dos ômegas que libertamos, e eles nos ajudaram a entrar, não vão nos deletar.

- E as câmeras?

- Coloquei elas em loop durante o tiroteio. - O tom agora era mais confiante.

- Mas vão procurar saber quem foi o autor dos assassinatos. A grande maioria dos alfas ali, tinham prestígio no mundo dos negócios, principalmente quem eu matei.

- Ele tinha uma richa com uma gangue, me enviou para mata-los algumas semanas atrás, mas eu não o fiz em troca que eles levassem a culpa, não vai ser de toda desvantagem já que eles têm muitos negócios dentro do presídio.

- Você pensou em tudo! - O alfa levantou a sobrancelha convencido. – Por quê?... Por quê Huaisang morreu lá? Você nunca me contou o que aconteceu de fato.

O sorriso morreu aos poucos, enquanto esperavam as cinzas do que eram suas roupas se apagarem por completo, iniciando-se uma conversa em voz baixa, como se isso diminuísse o peso do diálogo.

- Ele foi enviado para lá após dois anos da nossa chegada aqui, tinha só doze anos, eu não sabia o que acontecia lá. Nas poucas vezes que nós nos encontrávamos, ele não falava nada, parecia o mesmo garoto destrambelhado de sempre. - MingJue deixa escapar uma risada, que acaba com um soluço engasgado. - Um dia, eu tinha a missão de fazer uma encomenda lá, estava no meio de uma apresentação, e meu irmãozinho estava sendo... Forçado... - O alfa para de falar não conseguindo rever aquela cena.

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