11 - We! We!

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Wangji acordou com uma carreta, porque afinal pareciam ter martelado sua cabeça, durante a madrugada? Ele focou na garrafa de vidro quase caindo da cama, e suspirou. Como suspeitava, Wei acabou o convencendo a beber.

- Wei Ying? - Ele chamou, olhando para o banheiro, mas o ômega não estava lá, o fazendo ficar instantaneamente em alerta.

No relógio registrava 5:03 e o outro não levantava antes das 11, por nada.

Wangji saiu rápido do quarto, sequer pensando em sua aparência, a qual ele sempre calculava. Só diminuiu os passos quando ouviu a voz dele sussurrando na sala. Se sentindo culpado mas não conseguindo resistir, ele apenas espia o sofá, onde Yanli dava um cafuné em Wei, que estava com a cabeça em seu colo e um bico nos lábios.

- Wei Ying! - O plano de ser discreto, foi dissolvido completamente.

O ômega pulou do sofá, só se incriminando ainda mais na visão do alfa.

- Bom dia Lan... Wangji. - O ômega olhou de soslaio para Yanli, que tinha uma expressão triste no rosto.

O alfa se aproximou não gostando de ser chamado desse jeito, todos o chamavam assim, no entanto Lan Zhan só o ômega a sua frente estava permitido de usar.

- O que houve? - Ele travou o maxilar, e cerrou os punhos ao ver as marcas avermelhadas no pescoço do outro. - Quem fez isso?

Wei suprimiu o choro, o substituindo por uma risada dolorida.

- Não precisa fingir que nada aconteceu, eu entendi a mensagem, okay?!

- Que mensagem? - Wangji perguntou confuso.

Só aumentando a raiva do outro pelo suposto cinismo que ele nunca havia pensado que Wangji era capaz de usar, mas até a noite passada ele achava que tinha seus sentimentos retribuídos também - Completou em pensamentos.

- Quer se fazer de louco? Okay Wangji! Vou pegar minhas coisas.

O ômega bateu na lateral do corpo do outro, o fazendo dar alguns passos para trás, observando completamente perdido, a raiva que nunca antes havia sido direcionada a si.

- Vocês deveriam conversar, acho que houve uma falha de comunicação. - Yanli falou baixo, receosa em se meter nos assuntos alheios, mas incapaz de ficar parada.

- Você acha que ele vai falar comigo? - Perguntou apontando para cima, onde barulhos de coisas sendo jogadas, - provavelmente dentro de uma caixa - eram ouvidos.

- Deixe ele respirar um pouco, quando ambos tiverem de cabeça fria vocês conversam. Não vão a uma missão em dupla amanhã?

Wangji assente sem a olhar, incapaz de desviar o olhar da escada, pensando em quando tentou expulsar Wei de seu quarto anos atrás e ele resistiu teimosamente, e agora parecia ansioso para não estar mais no cômodo e na sua presença. Wangji aquela altura, já havia se machucado de muitas formas, cortes, hematomas e até tiros, mas nunca pensou que poderia sentir tamanha dor quanta a que aquele pensamento o trouxe. Pelo resto do dia, o bloco inteiro tratou de evitar Wei Ying, que fez o mesmo, reivindicando a sala de tiro ao alvo e descontando ali toda sua frustração.

- Era só falar que não queria, não precisa ficar passando na cara que o beijo não significou nada! - A cada sentença o boneco ganhava um novo buraco em uma área fatal - E dormir daquele jeito... Quem você pensa que é?!

Graças a agitação, não manteve a mão reta e a bala foi mais abaixo do que onde mirou, mesmo assim o Wei sorriu pela primeira vez no dia vendo as partes íntimas do boneco com um furo bem no meio.

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