Querido Draco,
Data da lembrança: Sábado, 11/12/99.
Eu me lembro do jogo de quadribol que assistimos.
Aquele dia foi... Interessante? Sim, foi um dia muito interessante. Principalmente porque ele foi essencial para me fazer enxergar muitas coisas novas relacionadas ao nosso relacionamento. E também foi essencial dar a chance das pessoas conhecerem o novo Draco.
Já era quase fim de ano, os testes estavam tão perto como nunca antes. Snape estava me testando severamente todos os dias. Às vezes ele me jogava algum assunto surpresa para eu explicar para, consequentemente, me obrigar a estar sempre preparado caso ele resolvesse que eu deveria dar alguma aula. Eu já mencionei que o método de ensino de Snape é cruelmente eficaz? Isso é, se você não perder a cabeça, ele é eficaz.
Entretanto, estava começando a ter a sensação de que Snape talvez estivesse "desgostando menos" de ter que me dar aulas. Às vezes quando eu gabaritava seus testes semanais, ou respondia suas perguntas mais difíceis corretamente, dava uma brecha para se perguntar se seus parabéns não estavam mais genuinamente alegres. Embora fosse super estranho relacionar a palavra alegre com Severus Snape. Achei que ele poderia estar começando a enxergar um potencial em mim.
Além disso, nós também estávamos muito bem. Apesar de eu não saber o que éramos ao certo. Namorados? Não. Certamente agíamos como namorados às vezes. Mas não éramos, eu tinha que ficar me relembrando constantemente. Por exemplo no Campo de Quadribol, em que no meio de todas aquelas pessoas que tinham vindo assistir o jogo amistoso, eu quase segurei sua mão enquanto caminhávamos. Por sorte, me freei assim que meus dedos tocaram sua mão. Você parou de conversar e me olhou confuso, e eu apenas fingi que tinha esbarrado nela em acidente. Por Merlim, como eu era patético.
O inverno tinha combinado de chegar bem no dia do jogo. As primeiras neves caiam graciosamente naquele dia, formando montinhos nos cantos das paredes e pontilhando as folhas das árvores.
"Eu queria tanto jogar", eu murmurei quando achamos um lugar para sentarmos.
"Eu também", você disse.
"Então por que não joga? Eu não jogo por ser professor, mas você é aluno".
"Não", você negou com a cabeça. "Ninguém vai me querer no time".
"Se você não pedir para entrar, ninguém nunca vai te aceitar mesmo" rebati.
"Hoje você vai me dar esse cachecol e essa touca?".
Girei os olhos pela mudança de assunto, mas deixei para lá. Estava claro que você não queria continuar falando desse assunto. "Jamais", eu disse ajeitando minha touca firmemente na cabeça.
"Como você consegue ser tão mau?", você disse muito dramaticamente.
Antes de eu conseguir responder, uma voz cortou o ar. "Ei pessoal! Todos aqueles que queiram jogar, por favor entrem no campo para formarmos os times" comunicou Baeny. A garota vestia o uniforme de quadribol de uma forma bastante peculiar. Embora fosse da Grifinória, a única peça de roupa que ela usava da casa dela era as botas, pois a camiseta era da Lufa-lufa, a capa da Sonserina e as luvas da Corvinal. Naquele momento me caiu a ficha que aquela menina realmente tinha alguns parafusos a menos.
"Ela parece até a Di-lua quando tinha jogos da Corvinal contra a Grifinória. Só que mais misturado ainda", você comentou. Eu ri.
Muitos alunos se reuniram no meio do campo. Baeny tinha conseguido juntar muitas pessoas para um jogo amistoso. Geralmente o engajamento costumava ser quase nulo para jogos em que não tivesse valendo uma taça. Além de mim, localizei apenas Madame Hooch e McGonagall de outros professores nas arquibancadas.
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Lembranças - DRARRY
FanficQuando Harry Potter permanece em Hogwarts para tornar-se professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, ele se reencontra com Draco Malfoy que está retornando para terminar seus estudos, e recuperar o ano que perdeu enquanto estava cumprindo pena...