Capítulo 12

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 – Eu já providenciei tudo. Amanhã cedo um navio de carga sairá do porto do País das Fonte Termais rumo à Kumogakure. Você e Sakura entrarão disfarçados como viajantes que prestarão apoio à tripulação. Daí em diante, estarão por conta própria.

Sasuke assentiu. Enquanto andavam lado a lado em direção aos portões da vila, ele e Kakashi repassaram pela última vez os planos. Naquele dia, ele e Sakura finalmente sairiam para a missão.

Uma pontada de nervosismo o incomodava, e ele se perguntava se deveria ter levado adiante a ideia de deixar Sakura acompanhá-lo.

Era arriscado. Ela era uma kunoichi experiente e habilidosa e eles haviam discutido várias vezes o plano – ao menos a parte que compreendia até a chegada deles em Kumo – mas ele ainda assim se via preocupado. Nada disso era uma confirmação de que ela não se machucaria ou coisa pior.

Sasuke não suportava nem mesmo a ideia de algo assim.

– Sasuke – Kakashi começou conforme se aproximavam dos portões, num tom que deixava claro que entraria num assunto delicado. - Eu imagino que essa viagem não terminará com essa missão, certo?

– Ela terminará quando Sakura quiser que termine. - Sasuke respondeu, sabendo que seu ex sensei se referia ao tempo que ele e Sakura passariam fora juntos. Kakashi suspirou.

– Claro. Só quero te pedir... Bom, mande mensagens de vez em quando dessa vez. Não acho que você se incomode com nossa preocupação quanto a você, mas acho que Sakura não quereria que seus pais ficassem... apreensivos.

Sasuke sentiu seu rosto se fechando em uma carranca, mas assentiu. Certamente ele abriria exceções para Sakura se comunicar com seus pais, ainda que a contragosto. Ele de fato era rigoroso quanto à conduta em missões, mas não era desumano.

Ao chegarem nos portões, Sasuke mal teve tempo de ficar irritado com o atraso de Sakura. Ao longe, ele observou duas figuras correndo em sua direção e as reconheceu instantaneamente.

– Ei, Kakashi-sensei! Sasuke-teme! - Gritou Naruto, enquanto puxava Sakura consigo pela mão.

-

A cabeça de Sakura doía enquanto saia de casa e caminhava em direção aos portões da vila. Nenhuma das despedidas até agora haviam sido fáceis, mas nada lhe preparou para o quão difícil tinha sido dizer adeus para seus pais.

Minha garotinha. Seu pai dizia, enxugando as lágrimas. Sakura não lembrava de já tê-lo visto tão sério antes. Sua mãe apenas a olhava com carinho, como se já estivesse sentindo saudades.

Eu não estou indo para sempre. Sakura os confortava, mesmo sabendo que não havia previsão de quando voltaria.

Seus pensamentos foram cortados por um grito conhecido.

– Ei! Sakura-chan!

– Naruto! Não grite a essa hora da manhã, idiota!

Ao alcançá-la, o Uzumaki a lançou um olhar de reprovação.

– Ora, Sakura-chan! Eu lhe disse que te acompanharia até os portões, 'ttebayo! Você deveria ter me esperado.

Sakura praguejou ao perceber que havia esquecido completamente do amigo.

– Sinto muito, Naruto... eu estive tão distraída que esqueci.

– Hein? Você nunca esquece nada, Sakura-chan! O que há de errado?

Sakura olhou para baixo com tristeza, mas quis sorrir. Naruto a conhecia tão bem quanto ela mesma.

– Não esperava que fosse tão difícil me despedir dos meus pais. Tive que insistir que eles não me acompanhassem até os portões, porque...

Sasuke Hiden - O shinobi das sombras rumo à luz crescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora