Sasuke Hiden - O shinobi das sombras rumo à luz crescente

Capítulo 22

 – O que diabos...? - Sasuke perguntou.

– É algum tipo de mutação! Tem algo errado com esse lugar! - Sakura gritou em resposta, enquanto desvia-se de mais um ataque. Obviamente ela estava em desvantagem naquela luta: sua força bruta, caso usada de qualquer maneira que não cuidadosamente, poderia acarretar um desmoronamento na montanha, soterrando-os. Sabendo disso, ela limitava-se a evadir, esperando que o companheiro tomasse a frente na situação. A criatura, que já estava sem um dos braços devido a um golpe desferido pela katana de Sasuke, focava seus olhos dourados apenas na ninja de cabeços róseos, como se tivesse conhecimento acerca da desvantagem que a cercava.

O Uchiha, por sua vez, com seus olhos heterocromáticos, analisava minuciosamente o oponente, elaborando uma estratégia. Evidentemente, o ambiente não favorecia um ataque direto e violento. Apesar da força, o monstro não parecia rápido e tampouco parecia possuir alguma habilidade escondida. Sasuke estava determinado a atacar com seu chidori assim que Sakura conseguisse se afastar, quando percebeu uma concentração estranha de chackra na região pulmonar do Zetsu. Arregalando os olhos e movimentando-se tao rápido quando podia, ele chamou atenção de sua companheira.

– Sakura!

A bola de fogo foi arremessada violentamente em direção à kunoichi, fazendo-a desaparecer por entre as labaredas. Sasuke sentiu seu mundo girar, mas graças a seu doujutsu foi capaz de perceber a substituição momentos antes do tão conhecido grito de Sakura ecoar pela caverna.

– Shannaro! - Atacando o oponente por trás, ela desferiu um soco forte o suficiente para lançá-lo pelo ar até que colidisse contra a parede. Imediatamente, Sasuke aproveitou a oportunidade para finalizar o embate.

– Amaterasu!

Enquanto uma lágrima sangrenta descia pelo belo rosto do Uchiha, as chamas negras acabaram com qualquer vestígio do humanoide que os atacara.

– Ainda bem que não fizemos a montanha desabar sobre nossas cabeças. - Disse Sakura, enquanto alongava os dedos.

– Você está bem? - O Uchiha perguntou, ousando tocar as pontas de algumas mechas do cabelo rosa da garota quando ela se aproximou. Surpresa pelo toque repentino, Sakura corou. Não importavam todos os momentos pelos quais eles passaram juntos: Sasuke sempre seria Sasuke, e sempre teria esse efeito sobre ela.

– C-claro, Sasuke-kun. Eu estou bem. - Ela afirmou.

– Certo. Então precisamos descobrir o que aconteceu. Você disse que aquilo era uma mutação.

Sakura, ainda um pouco atordoada, recobrou a postura.

– Sim. Olhe. - Ela apontou para a passagem por onde o monstro havia surgido. Apesar da escuridão, era possível perceber no chão o tom de um líquido viscoso rosa vibrante, provavelmente o causador do cheiro adocicado e apodrecido que infectava o local.

Estreitando os olhos, Sasuke se aproximou, iluminando a passagem com uma pequena chama invocada na palma de sua mão.

Quando aproximaram-se suficiente para poderem enxergar o que estava escondido nas sombras, ele pôde apenas ouvir um arquejo surpreso de Sakura, enquanto os próprios olhos se arregalavam e a boca se comprimia numa linha reta.

Ali, no solo daquele espaço fétido e úmido, estavam centenas de frutos bamishi ressecados e apodrecidos. O pior, contudo, era que no centro da câmara, erguendo-se cerca de cinco metros, estava a árvore.

Apesar de não ser tão grande e imponente quanto a que Sasuke se lembrava, a Árvore Divina, crescendo no coração de Shimagakure, continuava sendo uma presença mordaz e ameaçadora.