Capítulo 21

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Nota da autora: me desculpo com todos vocês pela demora em atualizar. Tive uma semana bem exaustiva e admito que tive uma quebra criativa tenebrosa (espero que não esteja perceptível ao longo do capítulo). Aproveitem a leitura!

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Após a situação pela qual haviam passado e todos os sentimentos que foram trazidos a tona, a dupla andava mais cuidadosamente, priorizando a observação e o zelo no lugar das palavras. Além da cautela, o silêncio era causado, obviamente, pela timidez e pela necessidade que ambos tinham de reorganizar os pensamentos.

Sakura, apesar de ainda não conhecer a profundidade dos sentimentos que Sasuke nutria, finalmente se sentia completamente tranquila e feliz. O pedido de desculpas dele a pouco havia significado muito, não pelo perdão em si, mas sim pelo esforço que ele fez para despir seus sentimentos para ela. Conhecendo-o, ela sabia que aquele havia sido um desafio e tanto, e até mesmo uma maneira pessoal do Uchiha demonstrar o quanto se importava com ela. O fato de ele se dispor a isso deixava claro seu preparo para seguir em frente com a relação que eles estavam construindo, o que agradava a ninja médica.

Sasuke, por sua vez, estava taciturno pois suas velhas inseguranças voltaram a aflorar. Mesmo tendo decidido esforçar-se para oferecer mais de si mesmo para Sakura, ele se questionava se isso seria suficiente, já que ele sabia melhor que qualquer um a respeito das próprias limitações. Tecnicamente, ele não era nem mesmo um shinobi, e sim um criminoso em liberdade condicional, a qual foi conquistada unicamente devido pessoas importantes, como a própria Sakura, que arriscaram a própria reputação em prol protegê-lo. Claro que seu papel na guerra o havia ajudado a convencer o conselho, porém ainda assim não havia sido algo que ele conquistou com o próprio mérito. A consequência era que ele não sentia que tinha direito de passar longos períodos na vila, apesar de lá ainda ser seu lar. Isso, somado ao fato de ele possuir dois doujutsus cobiçados por muitos, determinou sua decisão de assumir a responsabilidade de proteger Konoha das sombras, sempre longe e perto ao mesmo tempo. Nesse sentido, ele indagava-se o que Sakura pensava quanto a isso. Sendo uma kunoichi de alto escalão, ela, com certeza, teria que voltar para a vila um dia, o que implicava que eventualmente eles passariam por períodos de separação. A seu ver, parecia extremamente egoísta querê-la para si sabendo dessas coisas, especialmente considerando todo o sofrimento que ele já havia infringido a ela e todo o tempo pelo qual ela o esperou.

Antes que pudesse dar continuidade aos seus pensamentos tortuosos, o Uchiha foi interrompido.

– Será que estamos chegando ao fim? - Sakura perguntou, parecendo agitada. Sasuke entendia a ansiedade da kunoichi, pois eles já estavam caminhando a um tempo.

– Provavelmente sim. Eu consigo sentir presença de chackra, provavelmente infundido a muito tempo em uma rocha ou coisa do tipo.

Sakura assentiu. Nesses momentos, ela gostaria de ter habilidades sensoriais. Claro que, sendo uma pessoa observadora e metódica, ela possuía os sentidos mais apurados do que um ninja comum, mas nada comparado a um sensor ou a um ninja com um doujutsu, como Sasuke ou Tanara. Talvez um dia ela se empenhasse em desenvolver alguma técnica que preenchesse essa lacuna em seu arsenal, se isso fosse possível.

Sasuke, que até então cultivava silêncio, interrompeu-a, levando a mão a seu ombro.

– Espere. - Ele disse, enquanto olhava para frente com seus olhos bicolores.

Sakura percebeu que ele via algo que lhe passou despercebido, então atentou-se aos detalhes. De fato, a alguns metros a frente podia-se observar uma sutil claridade começando a arrastar-se pelo chão.

Depois do que pareceu uma eternidade, eles finalmente haviam chego a seu destino final.

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Conforme aproximavam-se da clareira, Sasuke não podia deixar de perceber o aumento da intensidade de um cheiro adocicado e pútrido, que lhe impregnava as narinas e lhe fazia arderem os olhos. Pela umidade nos olhos de Sakura e seu nariz que vez ou outra franzia, sabia que ela também estava sentindo. Contudo, como priorizavam a cautela, eles permaneceram em silêncio, buscando evitar serem descobertos caso mais alguém estivesse no lugar.

Sasuke Hiden - O shinobi das sombras rumo à luz crescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora