Sasuke Hiden - O shinobi das sombras rumo à luz crescente

Capítulo 15

Quando desembarcaram, Sasuke não se deu ao trabalho de se desfazer do barco. Não é como se estivesse invadindo o local – Tanara praticamente o convocou. Ademais, a praia daquele lado da ilha estava vazia: estranhamente não havia vigias ou qualquer um guardando a fronteira da vila isolada, o que era no mínimo estranho. Esperava que fosse um sinal que tudo havia sido planejado e executado para que sua chegada causasse o mínimo possível de alarde, e não que o lugar estava com problemas sérios.

Sakura, alheia às preocupações de seu companheiro, olhava curiosamente em todas as direções, tomando notas mentais de cada detalhe. O lugar era incrivelmente belo: a areia branca e fofa era como um reflexo das nuvens no céu. Conforme se afastava da beira mar, os grãos de tornavam-se maiores, até assumirem a forma de pequenas pedras lisas e arredondadas do que acreditava ser quartzo. A sua frente, uma floresta de árvores altas se estendia, e a quilômetros de distância, uma montanha coberta de vegetação se erguia imponente em direção ao céu.

Apenas quando olhou para Sasuke visando comentar sobre a beleza estarrecedora do local, percebeu que havia algo errado. Obviamente não havia perigo: ele teria a alertado para não se afastar demais, mas algo na postura rígida dele denunciava que estava vigilante.

– O que há de errado? - Ela perguntou num sussurro.

Sasuke não respondeu a princípio. Encarava a mata com os olhos cerrados, tentando visualizar algum sinal de Tanara. Shimagakure possuía regras rígidas a respeito de visitantes, e ele não podia arriscar serem vistos por olhos errados. Não demorou muito para que sua íris direita brilhasse em escarlate e as tomoe se mostrassem em ambos olhos, buscando pela assinatura de chackra conhecida, a qual percebeu estar a alguns metros entre as árvores. Só havia uma razão pela qual a garota não se mostrou desde o início.

– Espere aqui. - Ele murmurou para Sakura.

– O que...

Sasuke finalmente a olhou.

– Vai ser rápido. - Ele disse, e sem acrescentar mais nada adentrou a floresta, desaparecendo da vista de Sakura.

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Ela estava irritada. Não, estava furiosa. Desde o princípio sabia exatamente o tipo de companheiro que Sasuke seria: o tipo que deixava as coisas em aberto. A enfurecia estar ali, num lugar desconhecido, sem nenhuma ideia de pra onde deveria ir e sem saber quando Sasuke voltaria. Quando ele disse que seria rápido, ela esperou por cinco minutos até ficar impaciente. Agora já haviam se passado dez, e nenhum sinal dele. Metade de sua consciência tentava a acalmar, dizendo que não havia outra coisa para se esperar de Sasuke. A outra metade, um pouco mais impulsiva e impaciente, a impelia a ir encontrá-lo e iniciar um monólogo sobre comunicação e companheirismo, deixando explícito que ela não aceitaria ser mantida desinformada em relação ao que dizia respeito a ambos. Essa parte logicamente ganhou após passaram-se quinze minutos, e Sakura seguiu silenciosamente o caminho pelo qual Sasuke adentrou minutos antes.

A floresta era úmida, com a maioria das árvores altas e com folhas largas. No chão, alguns arbustos volumosos despontavam em direção a seus joelhos, dificultando seu caminhar silencioso. Sakura se concentrou, tentando sentir o poderoso chackra de Sasuke, mas não precisou. Conseguia ouvir sussurros do que parecia ser uma conversa. Cuidadosa, ela ocultou seu chackra e seguiu evitando ao máximo fazer ruídos. Adiante, numa pequena clareira, ela conseguia ver a capa preta de seu companheiro contrastando com o verde da mata. Quando sorrateiramente se aproximou mais um passo, conseguiu enxergar o que o havia levado a adentrar a mata fechada.

A sua frente, havia uma garota de braços cruzados e com uma expressão irritada. Pela altura, parecia ter dezesseis ou dezessete anos, e sua pele tinha uma tonalidade ligeiramente mais clara que o negro característico dos moradores da Vila da Nuvem. Apesar de sua cor lhe dar um ar de realeza, o que encantou Sakura foram os cabelos: uma cortina castanha que descia em redemoinhos por suas costas. Se a postura confiante e o corpo atlético não tivessem denunciado que tratava-se de uma kunoichi, a bandana que prendia seus cabelos certamente o teria. Aquela provavelmente era a mensageira de Sasuke.