✝ Mission ✝ | H.S

Um.

      

I'm waking up to ash and dush
I wipe my brow and sweat my rust
I'm breathing in my chemicals
I'm breaking in, shaping up
Then cheking out in the prison bus
This is it, the apocalypse

Radioactive – Imagine Dragons

✝

  Ninguém perguntou a Harry Styles se o estômago de um homem pode encolher-se devido à ansiedade, porém, se alguém o tivesse feito, teria desatado a rir-se e teria dito que isso é impossível.

        Além disso, porque haveriam de perguntar?

        A ansiedade não está no seu dicionário; embora saiba o que significa sentir tensão e que o coração bata mais depressa. Afinal de contas, a expectativa fez parte da sua vida durante muito tempo. Não conseguia pensar nos anos nas Forças Especiais e depois em operações secretas sem passar por momentos de stress, mas isso não é o mesmo.

        Porque razão um homem está a ficar tão nervoso quando treinou especialmente para enfrentar o perigo?

        Harry estaciona o seu Audi A8 no estacionamento atrás do edifício que não via há três anos. Que não via e que não pensava... Mas que mentira. Teve muitos sonhos, muitos deles fazendo-o acordar com o coração acelerado e os lençóis revirados e suados.

        A primeira coisa em que os seus irmãos e ele tinham acordado, mesmo antes de planearem abrir juntos uma empresa chamada Especialistas em Situações de Risco, foi que de maneira nenhuma voltavam a atravessar aquelas portas de vidro.

        - Eu não. - disse Niall num tom sombrio.

        - Nem eu. - acrescentou Louis.

        E Harry mostrou-se de acordo. Não voltaria a passar por aquele maldito sítio nem que as galinhas ganhassem dentes.

       Ela aperta os dentes. De pouco valeu aquela promessa. Está em Washington D.C,  tempo frio e cinzento próprio daquele mês de novembro e neste momento ele atravessa as malditas portas de vidro e avança pelo chão de ladrilhos para a mesa de segurança.

        E pior é que tudo está igual, como se ele nunca tivesse ido embora. Ele põe a mão automaticamente ao bolso para tirar o cartão de identificação, mas, é claro, não tem nenhum cartão no bolso, apenas a carta que o levou até ali.

        Harry dá o seu nome ao segurança, que primeiro o comprova numa lista e depois no monitar do computador.

        - Faça o favor, senhor Styles.

        Atravessa a porta de segurança.

    Primeiro controlo, pensa Harry enquanto os aparelhos eletrotécnicos levam a cabo uma exploração preliminar.

        Um segundo segurança entrega-lhe uma placa de identificação para visitantes.

        - Os elevadores são em frente, senhor.

        Ele sabe onde são os malditos elevadores. Sabe que depois de entrar e carrear no botão, que as portas demoram dois segundos a fechar-se e que o elevador leva sete segundos a chegar ao andar dezasseis. Sabe que o corredor parece mais um igual aos mais comuns escritórios, exceto pelo facto de teto luminescente estar cheio de lasers e só Deus sabe do que mais, todos eles vigiando-o da cabeça aos pés, que a porta preta onde se lê «Apenas Pessoal Autorizado» se abre quando toca num teclado numérico com o polegar e fixa o olhar para a frente para que outro laser lhe leia a retina para verificar que é realmente Harry Styles, o espião.