Becca e eu ainda encarávamos Tessa completamente estarrecidas.
– Como? – ela fala calmamente e cutuca o ouvido – Eu não entendi, repete.
– Porcaria – Tessa bufa – por que a ideia é tão ruim assim?
Becca e eu nos entreolhamos.
– Não é ruim é só... Surpreendente – digo – está dizendo que... Vai fingir para todo mundo que está namorando Owen?
– A troco de que? – Becca fala – Essa parte eu não entendi, ele foi um completo idiota com você.
– Ele tem uma porção de seguidores no Instagram, quando postei foto com ele, consegui sete seguidores em um dia – Tessa continua e mostra o celular de tela rachada – se eu continuar assim, talvez ganhe mais e talvez aumente minha popularidade pelo colégio.
– Por que isso é tão importante para você? – arrisco a dizer.
– Eu quero ser grande, Lola e, querendo ou não, meu trabalho vai envolver isso: popularidade, quanto mais eu tiver visualizações, seguidores, melhor vai ser para mim e eu tenho pouca visibilidade, já tentei várias formas de tentar mudar isso, mas pelo visto fui notada por ter saído com um cara popular do colégio, quando saímos daquela vez, ele fez questão de frisar que o pai é rico e principalmente, que tem contatos, vai em eventos de marcas famosas e essas coisas que rico tem passe livre.
– Mas... – Becca cruza os braços em frente ao peito – Isso é uma péssima ideia, fingir um namoro? Vai ter que continuar olhando pra cara dele.
– Depende – a garota dá um sorriso capcioso – eu chamei ele ontem à noite para falar sobre isso, combinamos em apenas tirar algumas fotos juntos, nada que demore mais que cinco minutos.
– Você o que? – Becca e eu quase gritamos na mesma intensidade.
– Isso mesmo que ouviram e espantem: ele concordou.
– Ele concordou em fingir seu namorado? – repito abismada – Isso parece ser um filme de comédia romântica.
– Mas não é mesmo – Tessa fala na frente antes mesmo que Becca solte alguma piada ácida – ele aceitou se eu fizesse um desconto e tanto pela maconha, odeio o que ele fez? Sim, mas vou tentar tirar proveito as custas dele e ainda vou ter um cliente para as coisas do George.
– Mas vai dar desconto para ele – Becca continua com as sobrancelhas erguidas.
– Vou dar o desconto, mas ele não tem balança em casa para medir se eu fui honesta sobre o peso – ela gargalha diabolicamente – ser passado para trás é o mínimo que ele merece depois do que fez.
– Eu não sei não, Tessa – falo insegura fechando a porta do meu armário – não sei se é uma boa ideia.
– Boa não é, mas é melhor do que nada – ela insiste – vou garantir que ele tenha excluído todas as novas conversa e sempre resolver as coisas pessoalmente, não quero nada manchando minha carreira no futuro, aliás, combinamos que se ele vai me trair nesse namoro falso, que seja escondido, eu diria que o mesmo aplica para mim, mas como prometi: garotos nunca mais.
– Eu não sei o que pensar disso, sinceramente – Becca admite – não sei se fico impressionada ou com medo com a sua jogada de marketing.
– Só estou repetindo uma receita básica – Tessa dos ombros – acha mesmo que não existe namoros falsos entre famosos só para alavancar a carreira? É uma jogada boa.
– Gosto de pensar que são reais – pontuo – é triste pensar que você está junto de outra pessoa só por interesse.
Paramos de conversar quando Darla chega ao lado de Sara e Daniel, acenando para nós freneticamente. A primeira coisa que noto é que o cabelo rosa de Daniel está raspado igual ao de Darla, e madeixas de Sara estão na altura do ombro, com ondas escuras mais encurtadas e uma franja despojada para combinar.
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Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]
Teen FictionLola Fontaine não estava preparada para o que iria encontrar ao se mudar para Millstown, uma adolescente antissocial e reclusa que teria que enfrentar uma nova cultura, novas pessoas e costumes, mas apesar de todas as barreiras, ela tinha uma única...