IMPORTANTE: Não esqueça de conferir a playlist, anexada no link externo do livro ou nas notas finais o nome para encontrarem, todo título é o nome de uma música, vocês vão reconhecer.Minha maior felicidade no segundo dia de aula é encontrar uma mesa disponível no refeitório e sentar antes que alguém a ocupasse.
Estou sentada e assistindo o refeitório começar entupir de alunos, retiro o lanche da minha mochila, sem tirar a atenção da entrada por mais de dez segundos. Não nego que parte de mim, talvez esperava o deleite de poder admirar Rowan andando com um sorriso radiante, mas a maior parte espera por duas garotas.
Tessa e Becca.
No dia anterior, tínhamos trocados contatos, mas não passou disso. Fiquei rolando na cama boa parte da noite, tentando pensar em algum assunto interessante para mandar para elas, mas nada surgiu, principalmente porque não sei absolutamente nada sobre elas.
Sei que Becca é inimiga de Hope Simmons, Tessa vende maconha e para por ai as informações. Não sei nem quem é Hope Simmons e nem uso drogas para iniciar uma conversa com o pouco que sei sobre os assuntos.
Talvez eu tenha sido precipitada. No meu colégio antigo, eu não tinha amizades, então, não sabia como as pessoas se relacionavam socialmente e não tinha uma base para tentar alguma coisa que realmente fosse eficaz.
Dou uma mordida no meu almoço, suspirando enquanto tento encontrar alguma forma de comunicar com duas pessoas extremamente diferentes de mim.
– Minha intuição nunca erra – a frase inesperada me faz pular na cadeira, ao prestar atenção direito, vejo Becca bem ao meu lado, vestida de preto dos pés a cabeça – sabia que estaria aqui.
Ela puxa uma cadeira e se senta a minha frente, me pergunto como ela surgiu do meu lado sem que eu notasse, mas o simples fato dela estar ali já é o suficiente. Não nego que por dentro eu estou pulando de alegria ao vê-la por perto, mas minha animação diminui um pouco ao perceber que grande parte das pessoas estão nos encarando.
– Por que achou que eu estaria aqui? – indago.
– Palpite, o depósito não é o melhor lugar para alguém comer, lá é mofado, tem teias de aranha, provavelmente estava lá no dia anterior porque não achou um lugar aqui ou do lado de fora – ela acerta de primeira e fico impressionada.
– Acertou de primeira – falo surpresa com seus dons de adivinhação enquanto limpo meu rosto cheio de grãos, apesar de querer não falar sobre isso, o incômodo é tanto que acabo deixando escapar minha angustia: – você sabe me dizer por que está todo mundo olhando para gente?
– Não para a "gente", para mim, especificamente, eu não dou as caras no refeitório, é muita gente junta e isso me incomoda.
– E por que veio hoje?
– Porque imaginei que você estaria aqui, claro – ela cruza os braços em frente ao peito – não posso deixar a minha nova parceira francesa de crimes comer sozinha e perto da carne podre do St. Martin.
– Obrigada – falo, fracassando em esconder meu sentimento de êxtase por ela estar aqui – parece ser uma grande responsabilidade.
– E é, mas fica difícil dar a alguém que não se comunica – Becca ergue as duas sobrancelhas, claramente está cobrando uma postura com sua indireta – esperei algum sinal seu ontem, pensei que as pessoas pediam o número das outras para se comunicarem.
– Sobre isso... – sou pega desprevenida – Eu não sabia que mensagem mandar, não sou muito boa nisso.
Becca dá uma risada que me deixa na defensiva.
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Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]
Novela JuvenilLola Fontaine não estava preparada para o que iria encontrar ao se mudar para Millstown, uma adolescente antissocial e reclusa que teria que enfrentar uma nova cultura, novas pessoas e costumes, mas apesar de todas as barreiras, ela tinha uma única...