41. Permission to Dance

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UM MÊS DEPOIS

O grande dia tinha chegado.

E a minha ficha ainda não caiu. Mesmo depois de tanto tempo, mesmo depois de contar os dias com o Cold Demons, ainda não parece ser real.

Mesmo com Cheryll fazendo a minha maquiagem, eu esperava abrir os olhos depois de pronta e estar em outro lugar. Talvez depois de ter acontecido tudo. Toda essa descrença fazia uma ansiedade gigante se alastrar por todo o meu corpo.

Rowan me avisara do sentimento, então eu precisava controlá-lo. Meu grupo estava dependendo de mim. Nós dependíamos um dos outros. E para que tudo saísse como planejamos, eu precisava manter a calma. Todos nós precisávamos.

Treinamos arduamente durante o último mês que restava para apresentação. Aumentamos a carga para duas vezes ao dia. Foi bastante pesado, sempre terminávamos com os pés e corpos doloridos de tanto praticar. Meu tempo foi alternando entre os ensaios e o colégio, tirando isso, não conseguia tirar um segundo sequer para poder respirar direito.

Eu não me lembro de ter uma rotina tão agitada, quem via jamais desconfiaria que passei mais de dezesseis anos da minha vida no sedentarismo.

As partes que desempenhamos bem continuaram perfeitas e as falhas foram melhoradas de forma significativa. Eu sei que as Hot Angels serão incríveis assim que entrarem em campo, é um sentimento que me deixa muito agitada, entre a admiração e o medo.

Porém, eu sabia que teríamos chances. Nós daríamos o nosso melhor.

— Está pronto — Cheryll avisa.

Abro os olhos e corro até a frente do espelho para ver o resultado. Cheryll mais uma vez, mostrava os seus talentos escondidos. Meus lábios foram pintados de um vermelho vivo, enquanto nos olhos foram delineados com uma linha grossa de preto, com pequenas brilhos avermelhados grudados ao redor para destacar ainda mais.

Meu cabelo cacheado está todo solto, caindo até o quadril, porém, dois coques estão no topo da minha cabeça, e dois fios, um de cada lado do meu rosto, estão soltos ao redor roçando perto das minhas bochechas.

– Alguém sabe onde está Diane? – Becca fala com o telefone grudado na orelha, quando ninguém sabe respondê-la ela retorna para o seu estado de irritação.

– Isso ainda não parece real – falo com a voz rouca.

– Não parece mesmo real – Tessa surge com um saco pardo que ela respira e inspira a cada segundo. – Eu vou desmaiar.

– Mas você está saindo tão bem! – Cheryll fala se preparando para maquiar Darla, que sentou no meu lugar assim que me levantei. – Teve aquela vez que ensaiamos no meio da rua, para um bando de estranhos e você foi uma das melhores.

– Você acha que estou com medo de receber atenção? – Tessa dá uma gargalhada. – Eu nasci pro estrelato, Cheryll, estou mais nervosa com a chance de perdemos e fracassarmos.

– Nem um pouco nervosa com a atenção? – pisco os olhos, impressionada.

Tessa tenta responder, mas a fala se perde no meio do caminho. Ela enfia o saco de volta na boca, inflando e desinflando de acordo com a sua agitação. Pior que ela, é Becca, que está, pela oitava vez, repassando os passos com o restante do pessoal que está praticamente pronto e perguntando, a cada dois segundos, onde está Diane.

Combinamos de nos arrumar na casa da Becca, até o seu pai está presente ajudando. É o dia de folga dele e Becca o pediu que ajudasse e trazer as roupas e carregar as caixas com nossos pompons.

Teoria da Serendipidade [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora