O chão gelado pouco incomodava os dois corpos deitados sobre ele, muito menos a brisa que os envolvia, vinda da janela. Ten e Taeyong se encontravam num mundo só deles, onde nada e nem ninguém poderia os atrapalhar, era como o céu. Abraçados fortemente e de olhos fechados, os dois deleitavam da companhia um do outro, sentindo cada toque, aroma e sensações que um pós sexo poderia proporcionar. Tão imersos um no outro, seus corações transbordando paz e amor um pelo outro. Ten estava tão relaxado e leve que quase nem percebeu a risada baixinha que Taeyong produzia. Abriu os olhos e o fitou, curioso.
— O que é tão engraçado?
— Depois de todos esses anos, é a primeira vez que transamos de verdade.
— Boquete conta como transa — respondeu Ten, um pouco indignado.
— Não conta não — rebateu Taeyong, ainda rindo. — Meu Deus, você era tão puritano naquela época!
— Eu era virgem! Tinha medo, como todo adolescente, é normal.
— E agora, senhor Ten Chittaphon, se sente arrependido de não ter transado comigo antes?
O garoto fez uma careta, mas sim, depois de todas aquelas sensações e delírios, aquilo entrava pra sua longa lista de arrependimentos.
— Quero comer alguma coisa — disse Ten, desviando do assunto. — Vamos à algum lugar?
— Mas estou com tanta preguiça... transar me dá sono.
— Então posso pedir algo? Estou morrendo de vontade de sushi.
Taeyong sorriu. Como Ten era fofo.
— Claro que pode, a casa é sua. Mas, quero conversar com você antes.
Ten se levantou rapidamente, encarando Taeyong, preocupado. Não gostava de ouvir aquelas palavras.
— Posso pelo menos colocar minhas roupas?
+++
Os dois fecharam o ateliê e Ten foi tomar um banho, enquanto Taeyong fazia o pedido ao restaurante. Ambos estavam preocupados com aquela conversa, Ten pelo o que Taeyong iria dizer, e Taeyong pelo como iria dizer aquilo a Ten. De qualquer forma, aquela conversa seria o ponto crucial de suas vidas dali em diante. O que iriam fazer? Ficariam juntos? Era torturante demais.
Assim que Ten saiu do banho, se acomodaram no quarto de Taeyong com a comida. O tailandês odiava enrolações, então foi logo ao assunto.
— Tae, eu...
— Espere — interrompeu Taeyong. — Me deixe falar primeiro.
Ten assentiu, mastigando lentamente.
— Eu sei que está tudo confuso, eu realmente não sei como vai ser quando vermos aqueles dois novamente, mas... — Taeyong respirou fundo. — Quero fazer uma proposta para você.
Ten ficou levemente surpreso, pedindo para o outro continuar. Taeyong era puro nervosismo, entrelaçando seus dedos sem parar e olhando para baixo. De repente, não tinha mais tanta fome.
— Não sei se você vai me achar um pouco precipitado demais, ou louco, mas eu senti tantas coisas com você Ten, coisas que eu pensava que não podia sentir novamente. Você me faz eu me sentir tão bem, me faz sorrir, me faz ver que a vida é tão maravilhosa do seu lado, que eu não quero mais ficar longe disso, eu não quero mais ficar longe de você. Quero que você venha morar aqui, comigo. Eu sei que temos muitas coisas para resolver, mas estou disposto a passar por tudo isso, resolver o quanto antes, só para ficar com você. Por favor, não pense mal de mim...
Taeyong estava a ponto de chorar, se atropelando em suas próprias palavras. Ten por outro lado estava sem reação, sua cabeça a mil com a proposta. Ele queria dizer sim, queria ir correndo para Taeyong, largar tudo e finalmente ser feliz de verdade com aquele que seu coração escolheu, mas sua cabeça não permitia, ainda tinha Johnny...
— Tae, você sabe que eu ainda namoro Johnny, tem tantas coisas que me impedem...
O coreano abaixou a cabeça ao ouvir aquilo, deixando as lágrimas rolarem finalmente. Poucos segundos depois, sentiu o toque suave das mãos de Ten sobre seu queixo, erguendo seu rosto.
— Eu também estou disposto a enfrentar isso, nós vamos enfrentar juntos. Eu amo você...
Agora ambos choravam, de felicidade e alívio. Se beijaram no meio daquele mar salgado, ansiosos pela nova vida que teriam. Era como um sonho, depois de tanto, agora podiam se dar ao luxo de viver juntos.
Mal quiseram comer, estavam tão apressados que Taeyong pegou seu carro e foram em direção ao apartamento de Ten, pegar suas coisas e depois... bom, aquilo pouco importava. Estavam juntos, nada mais importava.
O apartamento estava vazio, com tudo no seu devido lugar. Ten pegou suas malas e começou a guardar sua roupa, sorrindo sem parar. Queria fazer aquilo rápido, não queria dar de cara com Johnny, ou pior. Enquanto arrumava, acabou achando o moletom vermelho de Taeyong, que franziu o celho ao ver a peça.
— Nossa, isso é antigo! — disse, rindo. Ten ficou vermelho.
— Eu usava de pijama, depois guardei e nunca mais usei — admitiu, envergonhado.
— Compreensível.
Taeyong o dobrou com todo o cuidado, e colocou na mala junto com as outras peças. Ten sorriu com o ato.
— Ok, acho que peguei tudo.
— Não se preocupe, se quiser, vamos comprar roupas novas amanhã.
— Taeyong, eu não quero usar do seu dinheiro...
— Eu sei que não, e não vai usar — ele se aproximou de Ten, o beijando brevemente nos lábios. — Eu quero tudo novo com você, nem que pra isso precisemos comprar o mundo.
Ten deu uma gostosa gargalhada, puxou Taeyong pela cintura e o beijou mais uma vez. Novamente, entraram em seu mundinho seceto, imersos um no outro, que nem perceberam a sombra que os observava silenciosa pela porta do quarto.
— Estou atrapalhando algo?
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running 2 u - lty. + tcp.
Fanfictionten teria que correr se quisesse ter o amor de taeyong novamente [taeten | spinoff de cherry bomb | menções a yuwin e johnten]