Corro pelos corredores da horrível clínica, onde o clima é tão pesado e exaustivo que sinto que meus ombros estão no chão, que meus olhos estão pesados e isso faz com que mais e mais lágrimas saiam. Estou encharcada dos pés à cabeça, a forte tempestade me tomou de surpresa. Procuro o corredor de emergência, onde tem várias enfermeiras o quarto no fim do corredor. Caminho lentamente até aonde se encontram e com o olhar perdido entre as pessoas, tento desviar das pessoas que estão em minha frente.
- Senhorita Souza? – Diz a voz que escutei quando me ligaram.
Eu me viro e encontro os olhos azuis brilhantes do médico. Isso me lembra algo, mas sacudo a cabeça tentando me livrar desses pensamentos.
- Sua mãe está aqui. Esse é o quarto errado.
Ele começa a andar em minha frente, dando passos lentos, mas seguros pelo corredor. Menos mal que ela não estava naquele quarto, eu já estava me assustando com a gravidade da situação.
Chegamos em um corredor que se pode dizer que é ainda pior que o outro. As pessoas correm de um lado para o outro, com bandejas, soro e aqueles aparelhos para medir a pressão. A movimentação nunca termina e isso me deixa tonta. O médico me leva até um quarto com o número 146, ele se vira para mim e pega um pequeno caderno.
- Sinto muito você só vai poder ver a bebê e seu padrasto.
- Por que? – Pergunto com a voz tremula.
- A situação dela é grave.
- É sério, eu preciso passar. Posso vê-la?
Seguro a maçaneta da porta, mas o médico me para e se coloca na frente da porta.
- Sinto muito, mas ela precisa descansar. Sei que você está triste e quer saber como ela está, mas é impossível nesse momento. A batida foi muito forte e ela ainda não acordou.
- Você acha que ela vai melhorar?
- Vamos fazer o possível. – Diz com a voz firme.
Concordo com a cabeça e baixo o olhar para os meus tênis. Estão completamente molhados. Vou ficar resfriada por ser idiota.
- Posso ir ver a bebê?
O médico concorda e me leva para outro corredor. Abro a porta do quarto 85 e ele faz um sinal com a mão dizendo que eu posso passar. Um sorriso se esconde atrás de seu rosto sério e me dá a confiança de que está tudo bem. Entro tremendo e avanço com as pernas fracas.
Engulo um soluço ao ver a pequena Letícia em uma cama grande demais para seu pequeno corpo, sua testa está coberta por uma gaze e três de seus dedos da mão direita também estão enfaixados. Seu rosto está sereno, como se estivesse dormindo tranquilamente e não quisesse que ninguém a incomodasse. Aproximo minha mão de sua bochecha e me estremeço ao sentir o contato de sua pele fria contra a minha.
Me assusto ao sentir o celular vibrando em meu bolso; uma mensagem que acaba de chegar. Tiro o celular e vejo a tela.
Estamos a caminho da clínica.
É Agus.
Mordo o lábio inferior e digito alguns números no telefone. Levo o celular até a orelha e escuto os toques da chamada.
- Por favor, atende, por favor – Repito para dentro. Vejo de novo o frágil corpo de minha irmã na cama e lágrimas saem de meus olhos. Me viro esperando escutar sua voz.
- Olá, você está ligando para o Julio, nesse momento ele não pode atender, mas se você deixar uma mensagem irei te ligar depois...
- Nos momentos que eu mais preciso de você, não tem tempo para mim. – Sussurro para mim mesma, e com a raiva acumulada em minhas veias, jogo o celular novamente para dentro o meu bolso.
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Capitulo novo porque eu estou felizz. Desculpe pelos erros, não revisei. Votem e comentem o que acharam, abraços.
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Abraços Grátis - Isulio (Adaptada)
Romance"Muitas vezes não encontramos as palavras adequadas para expressar o que sentimos, seja por timidez ou porque os sentimentos nos dominam, e é em um abraço que encontramos a solução, no idioma dos abraços. Eles nos fazem se sentir bem, aliviam a dor...