A traição descoberta

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Tigoriano e mais dois aureles estavam na porta quando deram a notícia a Kentra. Ela parecia não acreditar.

— Como ? — Perguntou ela.

— Quase não vimos, mas Dute lutou como um herói. — Respondeu Tigoriano. Ele entregou para ela um objeto embrulhado. – Outra coisa. Sabemos que quando alguém vai embora, geralmente sua arma desaparece, mas a de Dute continua aqui. Este é o radente dele.

— Tá bem. — Ela estava aos prantos. Havia, de repente, perdido seu marido e pai de seu filho.

— Se precisar de alguma coisa, conte comigo. Imagino pelo que está passando. — Tigoriano sentia pena daquela família agora incompleta. Mas não podia fazer nada.

— Muito Obrigada.

Os aureles saíram, e meia-hora depois Cário, Rêtulo e Ariane chegaram. Ariane era uma grande amiga de Kentra. Tinha olhos verde, era magricela, com a pele clara e um tom castanho em seus cabelos. Trabalhava como jornalista no ministério e era a madrinha de Átimes. Exibia um vestido azul e short amarelo. 

Os três tentaram reconfortar a viúva.

— Átimes já sabe? — Perguntou ela resentida pela amiga.

Kentra balançou a cabeça para os lados com dificuldade, pois estava muito triste.

Cário, Rêtulo e Kentra estavam aos prantos.

— Não entendo como. — Dizia Kentra enrolada em meio às lagrimas.

Cário estava em silêncio. Não tinha reação. Todos estavam sofrendo.

Átimes entrou na sala. Vestia uma camisa azul e short preto.

— Por que você tá chorando, mãe? — O garota já começou a ficar mal.

— Posso falar com ele em particular?

— Claro. — Respondeu Rêtulo.

Eles saíram para a cozinha.

— Sente-se. — O menino se sentou querendo saber do que se tratava.

— Átimes. Sabe qual é o emprego de seu pai, né?

Ele balançou a cabeça em sinal positivo.

— Enfrentar os malvados.

— Isso.  — Ela inspirou ar rapidamente. — Ele estava trabalhando e acabou enfrentando Destrot. Porém dessa vez ele não sobreviveu. — Átimes começou a chorar e recebeu um abraço da mãe. – Ambos ficaram assim por uns vinte minutos.

— Não quero!!! Por quê ? — Ambos choraram ainda mais. 

Átimes não aguentava pensar que nunca mais veria o pai. Dute sempre se arriscava, mas ninguém nunca imaginou algo assim.

Os amigos entraram.

— Kentra. Temos que ir. Chame-nos se precisar, e sejam fortes. – Aconselhou Cário. — Tchau, Átimes. — O tio do menino estava com dificuldade para respirar.

Eles se despediram e foram embora.

— Átimes. Escute-me. — Ela pôs a mão sobre os ombros do filho. — Você tem que ser forte agora. Eu também. — Ela chorou um pouco mais. — Não tenho ideia de como a gente vai aguentar, mas temos que seguir. Viver. Sobreviver.

— Sem meu pai !?

— Pelo visto sim. — O menino tinha o coração acelerado ao ver sua mãe em um péssimo estado.

Átimes Genard e os osderianos- O Suc MentarOnde histórias criam vida. Descubra agora