13 - O voo

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Na manhã seguinte Felix pede a Nathalie que ligue para o hospital para que mantenham Adrien internado por mais 48 horas e sem direito a visitas. Marinette já tinha acordado cedo e estava na recepção do hospital quando recebeu a notícia de que não poderia ver Adrien. Frustrada, decidiu dar uma volta pela cidade e tirar umas fotos. Londres tinha lugares belíssimos, agora ela via tudo com outros olhos. Tirou várias fotos para mostrar a Nath, queria sua avaliação como profissional. Já estava sentindo saudades dos amigos e pensou em ligar. Quando pegou seu celular, ele tocou.

Mari:-Alô, quem é?

Felix:- Marinette, aqui é o Félix. Será que você poderia vir ao meu escritório? Gostaria de conversar com você.

Mari:- Claro, Felix. Me passe o endereço. - disse tentando disfarçar o nervosismo

Felix:-Posso pedir ao motorista para lhe buscar.

Mari:- Eu estou no Centro, tentei visitar o Adrien, mas não deixaram. E eu estou de carro. Me passe o endereço que eu vou até você.

Felix: - Ok, então.

Felix lhe passou o endereço e em 15 minutos Mari já estava lá.

Nathalie:-Senhor Felix, a senhorita Marinette já está aqui.

Felix:-Tudo bem Nathalie, mande-a entrar.

Mari:- Bom dia Felix, por que me chamou aqui? Se foi por causa de ontem eu quero me desculpar e...

Felix:- Tudo bem, Marinette, eu mereci. Mas não foi por isso que lhe chamei. Quero contratar seus serviços de fotógrafa.

Mari:- Meus serviços? Para que?

Felix:- Deixe-me explicar. Temos uma casa na Toscana, na Itália. Uma casa antiga, muito grande e bonita. Ninguém vai lá há anos e eu estou querendo vendê-la. Gostaria de fazer fotos da propriedade para anunciá-la.

Mari:- Mas qualquer imobiliária faz esse serviço, por que eu?

Felix:- Como eu disse, é uma propriedade antiga e grande. Gostaria de um profissional que captasse a essência do lugar, isso com certeza valorizaria o imóvel.

Mari:- Por mim, tudo bem. Quando eu irei?

Felix:- Iremos hoje logo após o almoço.

Mari:- Iremos? quer dizer que você vai comigo?

Felix:- Sim, algum problema?

Mari:- Não, claro que não. É que eu achei que você estaria ocupado demais para me acompanhar.

Felix:- De maneira nenhuma. E além do mais, preciso lhe explicar como quero as fotos.

Mari:- Tudo bem então.

Felix:- Eu gostaria de lhe convidar para o almoço, mas tenho uma reunião agora. Pedirei ao motorista que lhe pegue lá em casa às 14horas, tudo bem? Leve uma pequena mala. Dormiremos lá e retornaremos amanhã à noite.

Mari:- Isso é mesmo necessário?

Felix:- Sim.

Mari:- Está bem então. Ah, só mais uma coisa: por que o Adrien não está recebendo visitas?

Felix:- Ele estava sentindo muitas dores por causa dos pontos e foi sedado. Meu pai quem deu essa ordem. Ele deve estar melhor amanhã.

Mari:- Tudo bem então. Vejo você mais tarde.

Felix:- Até logo.

Mari sai e Felix chama Nathalie.

Felix:- Nathalie, pegue umas roupas minhas lá em casa e faça uma pequena mala. Avise ao piloto que vou para a Toscana hoje às 14h e que voltaremos amanhã à noite. Avise aos empregados para deixarem tudo impecável e arrumar o quarto de hóspedes. E que eu quero a casa vazia quando eu chegar.

Nathalie:- Sim senhor. O senhor vai sozinho?

Felix:- Vou com a senhorita Marinette.

Nathalie:- Sim senhor. Vou providenciar tudo.

Felix:- E traga-me um sanduíche, não terei tempo para almoçar hoje.

Nathalie acena com a cabeça e sai. Felix liga para Gabriel e lhe conta seu plano. em pouco tempo ele e Mari estão no aeroporto para pegar o jatinho da família.

Mari:- Nunca andei em um avião particular. Aliás, nunca andei de avião.

Felix:- Há quem ame e há quem odeie.

Mari:- Acho que vou amar. É muito bonito, por sinal. É difícil não gostar do que é bom.

Felix:- E do que mais você gosta?

Mari:- Gosto de conhecer pessoas, de conversar, de emprestar meu ombro para dar conforto...gosto de tirar fotos de crianças e animais, são sempre muito sinceros no olhar. Gosto de doces e de cozinhar para meus amigos. Gosto da minha vida, da minha independência, gosto de me olhar no espelho e ver quem eu sou.

Felix ouvia tudo com atenção. Não estava acostumado a esse tipo de conversa. Tudo em sua vida girava em torno dos negócios, todas as suas conversas eram sobre empresas, carros, motores, dinheiro.

Mari:- E você, Felix, do que você gosta?

Felix:- Eu? - Felix não esperava aquela pergunta.

Mari:- Sim, você. Não me diga que sua vida é só trabalho. Do que você gosta? O que faz nas horas livres?

Felix:- Eu não tenho horas livres. Todo o meu tempo é otimizado em função das empresas.

Mari:- Mas você não é um robô. Em algum momento da sua semana ou mês você tem que parar, tem que fazer uma pausa. O que faz quando precisa parar?

Felix:-Bem, quando eu estou estressado, gosto de ir para a varanda e olhar para o céu. Principalmente à noite.

Mari:- Isso é realmente bom. Lá em Paris, perto da minha casa tem um parque. Gosto de ir para lá para ver o por do sol. Fico imaginando se também é lindo em outros lugares.

Felix:- Acho que quanto melhor a companhia, mais bela a paisagem fica.

Mari sentiu suas bochechas esquentarem. Felix era um homem sério, mas também era muito sedutor. Tratou logo de mudar de assunto...

Mari:- Então, quando chegaremos? Estou ansiosa...

Felix: -São 5 horas de voo...sabia que estamos sobrevoando a França?

Mari:- Será que dá pra ver a torre Eiffel daqui de cima?(Mari olha pela janela)

Felix:- Hum...se der para ver, vai ser aqui do meu lado (Felix estava do outro lado do corredor, de frente para Mari)

Mari:- Posso tentar? (Mari solta o cinto e se levanta para olhar pela janela do lado de Felix. Ela se inclina e fica com o rosto bem próximo ao dele). Será que vai dar para ver?

Felix:-(Por Deus, por que ela tem que ficar tão perto?) Eu posso trocar de lugar com você - diz se levantando rapidamente e sentando no lugar de Mari.

Mari:- Ah, ok, obrigada.



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