Algumas horas depois eles chegaram ao aeroporto de Florença. Mari já estava com sua câmera em mãos registrando tudo o que via e achava interessante. Felix só admirava o jeito encantado da menina olhar tudo ao seu redor. O motorista os aguardava e assim foram para a propriedade Agreste na Toscana. Já passava das oito da noite e Mari não poderia fotografar mais nada naquele dia. Chegaram à casa, uma linda construção antiga, mas muito bem conservada e decorada. Tinha dois andares e vários quartos. Estava arrumada como se sempre tivesse gente ali, apesar de estar vazia.
Mari:— Nossa, está tudo tão arrumadinho...tinha alguém aqui?
Felix—Só alguns empregados. Pedi que deixassem tudo em ordem.
Mari:— E eles não ficam aqui?
Felix—Não. Eles moram na cidade. Só ficavam aqui quando eu precisava. Mas há muitos anos que ninguém vem aqui...
Mari:—Não entendo porque. Uma casa tão bonita, num lugar lindo desses
Felix—Acho que faltava motivo. Ou companhia. Ou os dois...
Mari:—Posso fazer uma pergunta pessoal?
Felix—Já está fazendo...-riu
Mari:— Por que nunca se casou? Quer dizer, você é bonito, charmoso, inteligente, rico...não duvido que existam muitas moças caindo aos seus pés...
Felix:— Obrigado pelos elogios - riu. Eu não sei...acho que nunca encontrei a pessoa certa...Mas e você? Nunca encontrou a pessoa certa?
Mari:— Eu até encontrei sim...mas ele era a pessoa certa de outro alguém...
Felix:— E quanto ao Adrien? Você era apaixonada por ele. Ainda é?
Mari:—Como sabe disso?
Felix:—" Você é o meu sol, é quem me motiva acordar todos os dias. Você é tão especial pra mim e nem se dá conta" acho que foram essas palavras que você usou naquele dia...
Mari:—Você se lembra? Ai meu Deus, que vergonha...
Felix:—Não sinta vergonha. Foram as palavras mais bonitas que alguém já me disse e, mesmo que não tenham sido pra mim, fui eu quem as ouviu. E guardei todas elas comigo.
Mari:— Espero que encontre alguém para lhe dizer palavras bonitas um dia. Você é um bom homem, Felix, mesmo que às vezes pareça que não tem coração...(riu)
Felix:— Obrigado pelo elogio, eu acho. Eu também espero encontrar alguém um dia que sinta por mim o que você sente pelo Adrien. Mas, mudando de assunto, você está com fome?
Mari:— Faminta, na verdade.
Felix:— Quer sair para jantar?
Mari:— Eu estou um pouco cansada. Que tal se a gente comesse algo aqui mesmo?
Felix:— Não sei se os empregados deixaram alguma coisa pronta.
Mari:— Então vamos à cozinha para dar uma olhada.
Felix:— Marinette, eu não sei nem fazer sanduíche...
Mari:—(rindo) Fica tranquilo que eu te salvo de morrer de fome.
Então os dois foram para a cozinha. Tinha uma cesta de frutas e legumes sobre a mesa e Marinette achou um pote com spaghetti fresco na geladeira. Mari pegou tomates, alho, cebola, manjericão e fez um belo molho.
Mari:— Vou fazer um macarrão pra gente. Você come macarrão, né? Ou só come comida de rico?
Felix:— Minha mãe sempre fazia macarrão pra mim e pro Adrien quando a gente vinha aqui
Mari:— Imagino! Aqui deve ser um lugar muito bom pra brincar.
Felix:— Era sim. E eu me lembro da gente brincando com você lá na mansão. Você era miudinha, e corria atrás da gente quando jogávamos bola. Uma vez você caiu e ralou o joelho. O Adrien brigou comigo dizendo que a culpa era minha e te levou no colo até a sua mãe. Você tinha uns 3 anos e o Adrien seis. Era bonito o jeito como ele te defendia.
Mari:— Eu não me lembro disso, mas gostaria de lembrar. Minhas lembranças com o Adrien são só do tempo em que eu era invisível.
Felix:—Por que diz isso?
Mari:— Porque enquanto eu usava óculos e era "nerd" ele nunca me olhou. Foi preciso a velha Mari morrer pra surgir uma nova. Essa sim chamou a atenção dele.
Felix:— E não era isso que você queria?
Mari:— Na verdade não. Eu voltei pra enterrar o passado, só não achei que ele fosse me dar uma rasteira. Mas eu sei que o Adrien está noivo e eu não quero atrapalhar a vida de ninguém. Só quero saber se ele vai ficar bem depois do incidente com as taças... Eu vou fazer as suas fotos e quando voltarmos eu vou embora. E dessa vez pra não voltar mais.
Felix:—É uma pena, pois aprecio a sua companhia.
Mari mais uma vez ficou sem graça com as palavras de Felix. O que ele estava querendo dizer com tudo aquilo? Ele a queria longe de Adrien, mas ao mesmo tempo perto dele? Mudou logo de assunto para quebrar aquele clima estranho...
Mari:— Acredito que uma casa desse tamanho tenha uma adega. Lembro que o senhor Agreste gostava muito de vinhos. Por que não vai ver se acha algum pra acompanhar essa massa?
Felix:— Mas é claro que temos. Amanhã vou lhe mostrar uma coisa...uma surpresa...vou buscar o vinho.
Felix saiu e Mari continuou cozinhando. Ela preparou dois pratos e o chamou para a varanda.
Felix:— Mas por que na varanda? Aí não tem mesa.
Mari:— Você nunca comeu sentado no sofá, com o prato na mão?
Felix:— Na verdade não.
Mari:—Pois pra tudo tem uma primeira vez. Sente-se aí e segure o prato assim, ó (Mari mostrou como fazer). A taça você coloca na mureta.
Felix:— Mas por que comer aqui fora?
Mari:— E por que comer lá dentro? Olha esse céu. Você não costuma ter muito tempo para apreciá-lo, então aproveite o momento!
Felix parou de comer e olhou. Estava realmente uma noite linda. Já não se lembrava da última vez que fizera aquilo. Ficou em silêncio. Os dois terminaram de comer e finalizaram a garrafa de vinho. Felix não era muito de papo e Mari acabou ficando quieta, entendia que ele era assim mesmo, calado, então fez companhia ao seu silêncio. Depois entraram e Felix lhe mostrou o quarto de hóspedes. Despediram-se e foram dormir.
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Por que te amo tanto?
RomansaVocê teria coragem de deixar tudo para trás para esquecer uma paixão? Mudar de ambiente, mudar de vida, começar uma nova história! Isso seria suficiente? A distância pode realmente te fazer esquecer ou ela pode te fazer enxergar aquilo que você nunc...