CAPÍTULO 03

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(Nick)

Essa sensação de que vou me ferrar não sai da minha cabeça.

E estando agora nesse elevador, que sobe sem parar, esse sentimento está se unindo de forma complexa com um pouco de medo.

Mas aí vocês me perguntam: "Medo de quê? Você já até enfrentou o seu sogro, não vai ser diferente agora".

Talvez vocês estejam certos, mas a questão é que ainda estou nervoso e tudo só deu uma pioradinha quando a gente parou na frente do prédio, não, prédio é pouco, monumento que é a empresa da família do Alex.

Ele mesmo ao chegarmos me disse que o pai havia mudado a empresa de lugar, por pura acessibilidade, há uns 19 anos atrás, assim que assumiu o comando do pai, e que aquele prédio havia sido projetado pelo próprio Jonathan.

E sério, vendo por fora e depois por dentro quando entramos no hall principal, eu devo dizer...

Aquele filho da puta do meu sogro, no sentido ruim mesmo, tem um baita de um talento para arquitetura!

Não é de se espantar o Alex dizer que sempre adorou vir na empresa quando criança e agora como estagiário. O lugar além de ser imenso, tem paredes com várias formas, desenhos em linhas e contornos que se cruzam e que deixam o lugar com ar requintado de um nível muito profissional, mesmo para leigos na área como eu.

- Ei! – Alex chama a minha atenção e aperta a minha mão – Porque está soado tanto?

Rapidamente retiro a minha mão da dele e a enxugo na roupa.

- Desculpe. – falo bem acanhado por ter sido pego.

- Não é nada. – ele fala para mim, a pega de novo e entrelaça meus dedos os seus – Você parece nervoso. – Alex então me encara com cara de curioso – Você nunca veio aqui? Porque sua mãe trabalha aqui há mais de um ano.

- Não, eu vim com meu tio algumas vezes, só não tinha reparado na época que era tão grande. – eu admito, pois a maioria das vezes eu vinha distraído na entrada e saída.

Só entrei na empresa de fato algumas vezes, pois o Jonathan tem uma regra que restringe entrada de terceiros, vulgo filhos dos funcionários, e por isso do resto das vezes esperava no carro do meu tio Kleber, ele vir com minha mãe. O que era até melhor para mim.

Não queria trombar no Jonathan na época, mesmo não estando namorando o Alex, pois ainda estávamos na época das pirraças nas vezes que vim, já não queria vir para não trombar com o chefe da minha mãe e de alguma forma a prejudicar.

Também o cara já não foi com a minha cara na primeira vez que me viu, depois fingiu para os amigos que tinha gostado de mim na festa dos empreendedores no ano passado. E por fim, mesmo não sendo do tipo fofoqueiro, acho que ele não deve pensar e muito menos falar bem de mim, principalmente pelo seu jeito arrogante e o fato de eu agora namorar o seu filho.

- Aqui é realmente grande. – Alex fala enquanto olha para o teto, sorrindo de animação – Mesmo agora que venho todos os dias, ou antes, quando mais novo, o lugar sempre parece maior que a ultima vez que vim. Como se sempre tivesse mais para ver aqui, entende? – meu amor me questiona e eu aceno que sim com a cabeça.

- Que bom que vê as coisas assim. Você parece que tem boas lembranças daqui. – eu falo vendo isso pelo seu sorriso ao descrever seus momentos na empresa, agora e de todas as vezes que conversamos sobre ela.

- E tenho. – diz Alex sorrindo muito.

- Então, como você vem sempre aqui... Pode me dizer se o elevador sempre demora tanto para chegar ao destino? – eu pergunto em tom de brincadeira, mas é uma verdade isso.

Eu Só Quero Ser Seu - LIVRO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora