CAPÍTULO 12

661 55 105
                                    


(Nick)

- Eu tenho que recusar novamente, Elena! – minha mãe diz mais uma vez para a mãe do Alex – Eu disse que estou bem e que vou arranjar logo um emprego. Já tenho muitas propostas. – na real é que eu não tenho visto essas propostas que ela tanto fala.

Vejo sempre ela com jornais especializados em arquitetura e entrando em sites de emprego, mas quase sempre volta das entrevistas que tem com uma negativa.

Talvez seja o resultado dela ter estado só em duas empresas na vida dela de arquiteta ou o fato dela ter sido demitida quando estava a frente de um dos projetos mais audaciosos da sua carreira, o que beira a estranhamento dos recrutadores.

Mas também tem aquelas entrevistas que parece que tudo foi bem, mas depois ligam dizendo que ela não é o perfil de candidata para a vaga. Mesmo que em muitas delas minha mãe era bem mais qualificada e o recrutador se mostrava interessado na entrevista.

E vou tentar me recusar a pensar que há dedo do Jonathan nessas recusas.

Ele já teria passado dos limites.

- Eu já te disse quando vim aqui da ultima vez, Vanessa. Eu também sou dona daquela empresa, ajudei o Jonathan todos os dias lá e quero te colocar no mesmo posto de antes. Eu sei que sua demissão foi injustificada. – insiste a mulher rica mais simples desse mundo.

Na verdade a dona Elena logo que soube da demissão da minha mãe veio aqui em casa e pediu mil desculpas, junto com a reposição do cargo dela, mas dona Vanessa cabeça dura não aceitou.

Como também sei que não vai aceitar hoje, nem por ser fim de semana e ter convidado a mãe do Alex para almoçar.

Mesmo com a barriga cheia com uma comida deliciosa e a amiga de trabalho ter só ter tocado no assunto agora, talvez como um plano para amaciar a fera, minha mãe vai aceitar voltar ao antigo emprego.

- Elena, eu sei que você tem toda a boa intenção do mundo, mas eu realmente não quero voltar para a empresa. – não disse. Ela está irredutível.

Olho para meu tio, que também me encara, pois o mesmo deve ter adivinhado a recusa novamente.

- Olha, eu sei os verdadeiros motivos do Jonathan para ter feito essas demissões. Diferente da desculpa da necessidade da empresa. – dona Elena fala sem medo de expor seu marido.

- Ele jogou a mesma desculpa para mim, como se colasse em alguém. – Alex sussurra para mim, mesmo sem necessidade, pois estamos na escada, longe o suficiente do sofá da sala onde os outros estão conversando – Ele queria nos atingir, isso sim.

Na verdade a intenção dele era de me atingir, mas não pensou nas consequências, ou seja, a confusão que faria para si mesmo.

Dou um beijo no Alex para que ele tire essa cara amarrada que fica quando o assunto do pai vem a tona e ficamos calados para continuar a ouvir a dona Elena tentando convencer minha mãe de voltar para a empresa.

- Eu verifiquei e constatei que não tinha excesso de funcionários na empresa. E eu recontratei quase todos. Tirando você, que insiste não voltar, só perdemos outro que tinha conseguido outro emprego. – fala dona Elena, que se inclina e pega na mão da minha mãe – Vanessa, pensa pelo menos no nosso projeto. A gente pensou nele juntas e ganhamos o direito de fazê-la juntas. Não posso acreditar que você vai desistir das nossas conquistas assim!

Dá para sentir a inconformidade da arquiteta e sua vontade da volta de minha mãe para continuarem o projeto que fizeram em equipe.

- Eu não sei... – minha pela primeira vez fica bem balançada.

Eu Só Quero Ser Seu - LIVRO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora