CAPÍTULO 24

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(Nick)

- Então?! Não vão me responder?! – eu voltei a perguntar depois de muito tempo em silêncio e de encaradas entre os dois.

- Nós não vamos disfarçar o que você ouviu. – professor Guilherme disse finalmente, me olhando muito sério – Eu sou o pai biológico do Alex. Essa é a verdade.

Eu não estava acreditando no que ouvia.

- Só a biologia mesmo porque pelo resto ele é meu filho. Eu o criei! – Jonathan se exaltou com o professor.

- Isso porque você não me deixou ter essa oportunidade! Nem você, nem a Elena! – o professor Guilherme voltou a gritar e eu vi que essa briga deles não ia dar em nada.

Eu só estava muito desnorteado para querer ouvir mais da mesma briga.

- Você estava muito bem nas suas viagenzinhas para prestar atenção em alguém além do seu próprio umbigo. Você sabia que o Alex era seu filho e nunca se importou! –Jonathan jogou na cara do professor.

- Eu nunca soube, nunca fiz as contas antes de pouco tempo atrás! – rebateu ele ao pai do Alex.

Quer dizer... Ele não é pai do Alex geneticamente, mas ao mesmo tempo é porque o criou e...

Eu não sei mais quem chamar do quê!!!

- Chega! – eu gritei para os dois depois de ouvir aquela discussão sem sentido e que estava me enlouquecendo junto com eles – Eu quero saber a verdade, agora! – inquiri aos dois.

- Daqui a pouco chega mais alunos. – o professor Guilherme falou olhando muito tenso para seu relógio e depois a nós dois.

- Se mais alguém ouvir pode cair nos ouvidos do Alex. – Jonathan disse muito preocupado e vi o professor me encarando desesperadamente.

- Nick, você se importaria de esperar? – o professor Guilherme me pediu e eu o olhei com cara de "Eu descobri que o pai do meu namorado não é o pai dele, mas sim o professor e ainda quer que eu espere?!" – Mesmo sendo muito cedo, há chances de outro aluno chegar. Não quero que o Alex saiba de mim desse jeito.

- O Lucian está vindo. – eu contei enquanto mostrava a mochila dele na minha mão direita.

- Então eu tenho que ir. – Jonathan falou e começou a andar para a saída, todo fugitivo, mas parou do meu lado e me encarou – Posso ir na sua casa conversar com você depois? – ele me perguntou e eu apenas acenei que sim. Ele se voltou alguns passos para trás, para meu professor – Não minta para ele, Guilherme. Diga a verdade.

- Desde quando eu minto, Jonathan? – o professor Guilherme o questionou, parecendo muito ofendido.

- A sua vida inteira você mentiu. – eu olhei para o professor e ele abaixou a cabeça. "Culpado." Pensei na hora – Eu vou estar te esperando em sua casa. – Jonathan reafirmou e eu acenei de novo, não queria aumentar essa conversa – Não fale com o Alex até eu conversar com você, certo?

- Certo. – eu disse ainda muito anestesiado, pois concordava com tudo apenas para não querer ouvir mais brigas.

Jonathan saiu e olhei para o professor na minha frente, ele sem saber o que fazer, assim como eu.

- Por favor. – ele estendeu a mão em direção aos acentos, onde eu e o Lucian costumamos ficar. Eu me sentei, mas não tirei os olhos dele – Só aja normalmente, o normal possível até as aulas terminarem. Por uma coincidência terrível, ou abençoada, eu peguei só por hoje a ultima aula. Depois vamos sair para conversar.

Eu não respondi.

Fiquei quieto, o observando algumas vezes, como as inúmeras vezes que ele sentou e levantou da mesa. Mas não pode fazer isso muito mais quando os dois primeiros alunos chegaram, cerca de 5 minutos. E poucos minutos depois veio Lucian, todo eufórico, se sentando ao meu lado.

Eu Só Quero Ser Seu - LIVRO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora