CAPÍTULO 27

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(Nick)

- Eu ainda não entendo essa sua necessidade sua de voltar as aulas tão cedo, Nick. – Lucian fala enquanto pegamos nossas mochilas e as colocamos sobre nossas carteiras, após esse exaustivo dia de aulas, principalmente para mim – Você ainda sente dor. É visível.

- Mas não é nada, só são algumas pontadas na região da costela e no rosto. Não vou deixar isso me parar. – mas admito que essas pequenas dores que ainda sinto me incomodam muito ao longo do dia – Se essas dores vão me incomodar lá em casa ou aqui, eu prefiro aqui. Ainda mais que tinha que decidir algo.

- O que você tem tanto que decidir? – meu amigo me questiona e eu olho disfarçadamente para o professor Guilherme, arrumando suas coisas, parecendo apressado.

Tanto ele quanto meus colegas de curso me perguntaram como eu estava depois do ocorrido comigo, pois parece que todo mundo soube o que aconteceu. Aqui não é cidade pequena, mas em momentos como esse que vejo que não é tão grande assim.

Mentira.

É bem grande aqui, a questão é que, parece que quando tem algo para descobrir, todo mundo descobre.

E sabendo disso eu apenas fui gentil e simples em minha resposta para meus colegas, dizendo que estava me recuperando bem.

Nem precisei fazer algo do tipo com o professor, pois o mesmo chegou atrasado hoje, coisa que nunca aconteceu em mais de um ano dando aulas para nós, e apenas disse: "Que bom que está de volta, Nicholas". E eu acenei com a cabeça e ele logo foi arrumar as coisas para começar a aula.

- Não é nada. – digo olhando para Lucian ao colocar minha mochila nas costas e vou voltando meu olhar ao professor, no que o vejo me encarando ao terminar sua arrumação.

Arrumação exagerada, praticamente mania de arrumação, como o Alex. Como não pude ver isso antes?

- Bem, mesmo assim eu acho que você deveria ter ficado em casa descansando... – meu amigo insiste, ainda preocupado comigo.

- Então porque não vamos logo para que eu possa descansar? – digo já o puxando pelo braço.

- Tudo bem... – Lucian confirma enquanto o puxo e pega por pouco a sua mochila da mesa, que pela minha puxada quase não consegue – Para quê tanta pressa, garoto?! – Ele me questiona perto da saída da classe – Parece que até está evitando alguém.

- De onde tirou isso? – eu questiono enquanto fujo do nosso professor com nosso amigo, planejando passar pela porta e seguir pelo corredor, onde vou usar nossos colegas e os outros estudantes de andar como barricadas.

Isso tá parecendo mais RPG do que tudo.

- Espera! – ouço aos poucos passos que dei, no mesmo momento em que sinto me segurarem em meu ombro. E tanto eu quanto o Lucian nos viramos para ele – Estão apressados hoje! – o professor Guilherme brinca ao nos alcançar, quem eu estava fugindo.

Acho que isso significa que eu me daria mal nesses jogos de RPG. Seria o primeiro a morrer.

- É o Nicholas que já chegou com tudo na classe e quer sair mais rápido ainda. – Lucian fala e eu olho dele ao professor de forma incomodada.

- Estou ainda em recuperação, não gosto de ficar muito tempo parado no lugar. Por isso estou com pressa. – eu explico e vejo Lucian me olhar desconfiado.

- Entendo. – fala o professor Guilherme e sinto o aperto em meu ombro aumentar. E o olho estranho, o fazendo me soltar em seguida – Desculpe. Eu só parei vocês para saber como está, Nicholas. – ele diz olhando para mim com carinho – Eu estava apressado na minha chegada, super atrasado, e não tive tempo hábil para ver como estava. – e nisso o professor sorri para mim.

Eu Só Quero Ser Seu - LIVRO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora