CAPÍTULO 04

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(Nick)

O clima já estava bem tenso, mas agora com esse surto repentino do Gregori, e suas palavras, deixaram o clima mais pesado. Além da preocupação de nós três aqui fora ter ficado maior.

Dá para sentir o desespero do garoto, passado pela porta de seu quarto.

Me pergunto se ele realmente está falando sério sobre morrer e se tem um plano para tornar isso real. Pois se tiver, ninguém vai conseguir impedi-lo com ele trancado, e a catástrofe vai ser instalada.

- Gregori, o que você está dizendo?! – grita Marcela enquanto bate na porta do quarto desesperadamente.

Um momento de silêncio.

- Me deixem... – uma voz fraca soa por trás da porta, bem próximo de nós, onde parece que ele deve estar.

Olho para Vitoria e a vejo com as mãos sobre a boca, em um semblante triste, mas também apavorada com o que pode acontecer com o garoto que a ajudou a perceber seu amor próprio.

Vendo a importância do loiro para muitas pessoas que eu me importo, com todo cuidado chego perto da porta e resolvo agir.

- Gregori. – eu o chamo com todo cuidado – Podemos conversar?

- Quem é? – ele pergunta com a voz ainda fraquejando.

- É... Sou eu, o Nicholas. – o respondo meio que na duvida de que, se revelasse quem eu sou, poderia piorar a situação.

E mais uma onda de silêncio aparece. E esse vácuo que ele faz de vez em quando já está me deixando nervoso, pois a cada parada dele eu sinto como se o Gregori estivesse fazendo, ou já feito, algo que atente de verdade contra sua própria vida.

E depois dessa longa parada, que foi a maior de todas, eu ouço... Risos?

Ele está rindo.

Começou baixo, mas agora sem se quer perceber o som se tornou alto e poderoso, sendo bem audível aqui fora do cômodo. E se bobear fora da casa também pode ser possível de se ouvir.

Olho para Marcela, que está como que não entendendo essa atitude dele. Vitoria por outro lado ainda está na mesma posição que antes, com as mãos no rosto, mas agora atenta ao riso de Gregori.

Uma risada, forçada e exagerada.

Uma risada que parece que em vez de divertir está o sangrando por dentro. Pelo menos é assim que eu posso o distinguir.

E o som para do nada. Me arrepio só de pensar no que isso significa. Mas aí vem o barulho na porta. Uma batida atrás da outra, ritmada e constante.

Isso até parece...

- Ele está batendo a cabeça na porta?! – pergunto para ninguém em particular e assim não houve resposta, mas o som parou assim que falei.

E a risada volta tão forçada quanto antes.

- Eu devo estar muito mal para que meu inimigo se preocupar comigo a ponto de vir me ver! – Gregori diz com uma verdadeira fúria na voz.

Mas não sei dizer para quem é essa raiva toda.

Ele visivelmente está abalado.

- Eu não sou seu inimigo, Gregori. Nunca fui. – falo calmamente e torço para que a conversa flua e eu consiga o ajudar.

- Mesmo depois de tudo que eu fiz? – do nada vem a sua pergunta e com tom mais tristonho, bem diferente da fúria de antes – Eu fui um idiota desde a primeira vez que o vi, o ignorei, me achando melhor que você, achando que você me colocava contra a Marcela, pois ela vivia falando de você. – olho para minha amiga nesse momento, seu rosto tem culpa estampada.

Eu Só Quero Ser Seu - LIVRO IIOnde histórias criam vida. Descubra agora