Doce criatura.

O encontro final.

Louis estava tomando banho em seu quarto no andar térreo, com algum esforço e um banheiro adaptado ele não precisava mais de ajuda para um bom e relaxante banho. 

Dentro da água morna ele mexia os dedinhos dos pés, isso era algo impensável a alguns meses, mas agora ele podia sentir seus dedos, sentir o calor ou o frio e sentir as espumas que o cercavam, era como nascer de novo e estar cercado de sensações novas e intensas, ele se sentia muito bem. Pretendia contar a Harry sobre isso antes mesmo de contar ao Dr. Liam, mas neste momento ouviu o som da pequena janela do banheiro se abrindo, curvando um pouco na banheira para enxergar a janela imaginava que o vento a tivesse aberto, mas tomou um grande susto quando viu Edgar entrando rápido por ali.

-Está aproveitando a casa Louis? Eu particularmente nunca usei este banheiro, é pequeno, deprimente e feio, mas combina muito com você irmãozinho.

Louis iria gritar mas a arma apontada para seu coração o fez engolir o grito e ficar parado esperando.

-Meu querido irmãozinho...Eu o odeio tanto! Você teve amor, carinho e uma família, nunca sofreu em sua vida, sempre cercado de afeto, admiração e mimos enquanto eu era jogado fora como um trapo velho e sujo...Eu fui abandonado! Rejeitado! Humilhado e maltratado!!

Louis ouvia os argumentos de seu irmão mesmo sabendo que eram loucura.

-Edgar...Mamãe nunca soube de você, ela sempre foi uma mãe maravilhosa, ele sempre me amou muito, sei que se ela soubesse de outro bebê o teria amado como fez comigo, ela sempre foi inocente, assim como eu e Sophia! Por favor pare, isso é loucura!

Edgar o mandou sair da banheira e vestir um roupão que estava ali perto, ficou admirando seu esforço em se apoiar na beirada da banheira e se elevar lentamente passando para a cadeira e pegando o roupão para se vestir, ele estava tremendo de medo.

-Vá para a cama, deite-se. Ordenou Edgar e em seguida o amarrou na cama e o amordaçou firmemente.

Depois disso vestiu as roupas que Louis deixou sobre uma cadeira, seriam as roupas para o jantar a noite, um momento especial entre ele e Harry, passou a colônia nova e penteou os cabelos que já estavam cortados exatamente como os de Louis, depois se sentou na cadeira de rodas e sorriu para seu reflexo no espelho.

-Estou completamente patético, só me resta usar um sorriso tímido e depois enganar meu marido para uma última noite de sexo...Ele é tão bom nisso! Senti falta desta parte, os outros homens eram geralmente tão inaptos, sem nenhum pingo de criatividade, mas não meu Harry!

Edgar suspirava como se realmente sentisse saudades.

-Meu Harry era intenso, ele conseguia me foder duas a três vezes na mesma noite e eu enlouquecia em suas mãos!! Pena que ele sempre era tão doce e gentil comigo...As vezes eu desejava algo mais perigoso e insano, mas ele nunca me ouvia.

Louis não podia se mexer e nem gritar e só podia ouvir e implorar a Deus ou a alguma entidade cósmica para ajuda-lo enquanto a loucura tomava mais e mais conta daquele homem que neste momento se parecia tanto consigo mesmo que era assustador.

Edgar apagou a luz e saiu do quarto empurrando a cadeira de rodas lentamente procurando o telefone para ligar para seu Harry, ele  queria logo em casa.

Louis estava assustado demais para qualquer coisa, ele ouvia os sons da casa, risadinhas de Sophia e seus passos, o som da avó brincando e dos empregados conversando, se ao menos alguém viesse ao quarto ele poderia ser salvo, todos seriam salvos.

Harry sentiu seu celular vibrar e o pegou sorrindo.

-Louis? Aconteceu algo meu lindo?

A voz levemente rouca sussurrou doce.