A Vênus e O Espadachim Negro

capítulo 4 - Reencontro

15 de Setembro, Setagaya 20:30hs
 
Na mansão da família Yuuki uma pessoa bate a porta montado em sua Harley Davison, um jovem de blusa branca e mangas longas e calça preta social, era Ray Robbins o melhor amigo do irmão de Asuna e considerado pela família como um filho. 
A mãe dela abriu a porta e logo ficou surpresa por vê-lo no japão afinal o rapaz mora nos EUA. 
 
-Ray que saudades de você! – Ela fala abraçando-o, a mãe dela vestia um blaser vermelho e uma saia social também no mesmo tom, ainda com meias calças e sapatos. Ela havia acabado de chegar do trabalho. 
-Tia! – Ele diz a abraçando fortemente. – Muitos anos...
-Muitos anos. Soube que você se tornou um neurocirurgião e um verdadeiro cientista, aos 23 anos...você é um prodígio. 
-Tia...pára! Assim me deixa com vergonha. – Ele fala sentando no sofá da sala de estar.
-Você que deveria ser o noivo da minha filha. 
-Ele deve ser um cara especial, Kirigaya não é?
-Er... – ela suspira. – Sinceramente...
-Tia a sra é exigente demais. 
-Por que todos não poderiam ser normal como você? Você que deveria ser meu filho no lugar da Asuna. Arh...
-Onde ela está por falar nisso?
-Ah...não sei, acabei de chegar. Mas se quiser, já sabe onde é o quarto dela e pode ir pessoalmente vê-la, afinal vocês se gostam como irmãos...
-Isso mesmo tia Kyouko. 
-Ah, onde está hospedado? – Ela perguntou enquanto se encaminhava para sala de jantar. 
-Em um hotel tia..
-Não. Não deixarei você ficar em hotel nenhum, somos sua família e você ficará conosco. Pode até dormir no quarto da Asuna porque eu sei que apesar de ser o melhor amigo de Kouichirou, sei que vocês são um verdadeiro grude...

 
A família Yuuki acolheu Ray ainda quando criança, seu pai era japonês e sua mãe americana ela morrera no parto e o pai morreu 8 anos depois, seus pais eram ricos e deixaram para ele toda a fortuna a qual ele usou para seus estudos. Sem parentes no japão o jovem foi criado lado a lado com a família Yuuki, a amizade começou com Kouichirou mas logo se estendeu a Asuna que se apoiava em Ray como verdadeiro amigo e irmão, na verdade sua relação com ele era até melhor do que com seu irmão. 
Ele sorri e agradece pela hospitalidade, quando saiu do japão ainda criança para estudar e morar no EUA nunca deixou de ter contato com Asuna e a família Yuuki. Entrou na faculdade de medicina aos 16 anos em Harvard e antes mesmo de terminar os estudos já tinha passado em testes de residência, mas preferiu fazer o doutorado em neurociências em Stanford se tornando um neurocientista e chamando a atenção de uma agência de inteligência ainda no seu 4 ano de faculdade, aos 20 anos na época inclusive nessa mesma época ele teve contato distante com Kayaba Akihiko pois o Full dive era de seu interesse POIS ELE pensava no uso em Biohacking . Ele estudava sobre o uso de toda a capacidade cerebral, ele também realizava atendimentos médico em população vulnerável além de ser voluntário do MSF (médicos sem fronteiras), era o ser acima de qualquer suspeita ninguém jamais imaginaria que ele era um...espião por trás da sua máscara de neurocientista e neurocirurgião.
Ele chega a porta do quarto de Asuna e bate-a levemente. 
 
-Ei...irmãzinha. Vou abrir... – droga...ela não sabe que eu vi a cena dela saindo da casa do babaca do kirigaya...
-RAY! – Asuna abre rapidamente a porta e se depara com o seu amigo irmão na porta. – Ray! RAY! 
-E ai? – ele diz a abraçando fortemente. – Você me parece triste. Tia Kyouko quer que eu seja seu noivo, vê se tem condições isso?
-ARH...minha mãe... acho que ela tem razão. 
-Endoidou? Surtou Asuna?
-Não, er...claro não sobre você mas sobre...sobre...
-O que houve? Deixa eu advinhar? Brigou com o noivo? – Ele fala entrando no quarto dela e sentando na cadeira que fica na mesa do computador enquanto Asuna senta na beirada da cama. 
-Eu o peguei com outra pessoa em uma situação muito ... – Estranha? Constrangedora?– Constrangedora.
-Certamente deve ter uma explicação irmã. – Eu exatamente como essa cena aconteceu, afinal eu estava espionando seu noivo no momento... -  Eles constantemente se chamavam de irmão e irmã.
-Talvez irmão...eu desliguei o telefone. Não quero falar com ele agora, eu também guardei muitas coisas. 
-Quer conversar?
-Você soube o que aconteceu comigo em SAO?
-Sim, a tia me ligou inclusive vim te ver nas férias da faculdade mas você estava em coma e não havia nada que eu pudesse fazer. 
-Agora teve o incidente de UW, você é cientista então deve entender...é...muita coisa aconteceu entre eu e Kirito kun, mas ...
-Hum... – ele fala num tom curioso. – continua...mana. - Sim irmãzinha eu sei mais do que você imagina mas ... você perceberia se eu estivesse mentindo então me atentarei em ser verdadeiro mas sem revelar a verdade, isso é ser espião.
-Ele tem várias pessoas que o amam, ele é uma pessoa adorável, amável, amigo e leal, mas...as amigas nutrem fortes sentimentos por ele e isso atrapalha as vezes porque me sinto distante dele apesar de saber que sou única no coração dele. 
-Eu sei...
-Como?
-Irmã... nunca te vi assim...tão apaixonada...você o ama não ama?
-Sim, mas...por quê ele não faz nada para sair dessa situação RAY? – Sua voz ficou brevemente alterada, Ray então levanta-se da cadeira senta ao lado esquerdo da irmã que está sentada na beirada da cama ainda.
-Irmã...a pior traição é aquela que vem da alma... – Nesse momento, Ray passa a mão direita sobre os ombros dela a puxando para perto de si.
-Como assim? – Asuna pergunta sem entender.
-Ele pode até ser tentado, ter várias garotas em cima dele mas se seu coração, sua mente e seu espírito mantém-se firme em seus propósitos, ele não irá te trair.
-Eu acreditava nisso mas...eu peguei ele em cima dela sem roupa. 
-Bom...erh... – Cara...eu vi a cena toda, como eu posso dizer a ela que o tapado do Kirito não teve culpa? Não posso revelar que sou da CIA...então...Desculpa irmã, vou buscar outro jeito de te ajudar e não perder a missão.  – Tem uma boa razão para tudo. Escute ele por favor. 
-Por quê eu deveria?
-Porque... – Vou apelar para o sentimental... – Segundo você mesma, vocês dois passaram pelo inferno juntos. Então... uma história de amor não se acaba assim...
-Por que você está solteiro hein? Do jeito que você é perfeito deveria ter uma namorada no mínimo.
-Bom... – Porque ser espião requer abdicar de sua vida pessoal... – Meus estudos são minha prioridade maninha. – Ele fala bagunçando os cabelos de Asuna. 
-Você vai ficar aqui hoje?
-Tia me deixou hospedado aqui...então...
-Então...iremos conversar a noite toda. Ahaaha...
-Asuna eu tenho uma idéia de como apimentar sua relação com o Kirito kun... 
-Não...n... – Asuna fica corada com a colocação do amigo.
-Vou ajudar vocês a fazerem as pazes. Agora faremos exatamente o que eu disser OK?
-OK. – Ela responde rindo.

 
Ray sabia dentro de si que para seu plano dar certo ele tinha que estar próximo do casal, com sua irmã era a noiva do alvo da missão, se eles se  separassem isso atrapalharia seus planos e da agência. 
Asuna e ele ficaram conversando a noite toda, ela acabou deixando o celular desligado e desde a hora que saiu da casa de Kazuto. Após muitas horas de conversas, ela e Ray acabaram dormindo na cama dela, exaustos de risadas, lágrimas e muita conversa, ela desabafou todas as palavras que muitas vezes não saiam de sua boca diante de toda sua vida.
Mas ele na verdade estava acordado, gentilmente ele se levanta e olha ao redor do quarto dela e vê em cima da mesa redonda próxima a cama o dispositivo que chamou-lhe a atenção: o amusphere, ele observa atento a cada detalhe. Eram 3:00hs da manhã mas Ray era focado e acima de qualquer suspeita.
 
Ele aperta um dos pequenos botões de seu relógio que dele sai uma pequena luz azul que na verdade é um scanner, ele então passa pelo amusphere de Asuna e a luz se torna verde concluindo o trabalho de scanner. Os dados são passados do relógio para o celular onde e ele acaba ligando para uma pessoa.
 
-Está tudo ok por aqui também...essa missão vai ser difícil e longa do que eu pensava. Melhor arranjar um emprego de meio período como médico antes que suspeitem de tudo...
[Precisamos encontrar o intersect o mais rápido possível.]
-Não vai ser tão simples quanto a general pensa. O dispositivo do garoto e da... ASUNA não está com ele instalado. 
[Você acha que eles sabem de alguma coisa?]
-Talvez o Kirigaya, mas é difícil dizer eu não fiz contato com o alvo. Ele é desconfiado...já a Asuna está fora. Na verdade eles provavelmente não sabem de nada do projeto ares.
[Certo. A prioridade é encontrar o intersect e ...]
-Eu sei...eles correm grande perigo. Eu sei disso.
[Você não vai ter alternativa...disponibilizaremos uma conta GM para você se assim achar melhor.]
-Puta que pariu! Além de médico, eu tenho que aprender a jogar nessa coisa? Tá de onda?
[Se o Intersect parar em mãos erradas, o soro do super soldado também irá...]
-Isso está saindo pior do que eu imaginei, mas tudo bem.
[Agente Walker...só podemos contar com você antes que isso vire um acidente internacional e possivelmente uma guerra mundial.]
-Limpar a bagunça da NSA depois de toda lambança do UW já foi um incidente internacional, eles não fazem ideia de quem solicitou a invasão, isso é uma vantagem para nosso lado. E quanto a Asuna nem imagina que eu sei de tudo. Ah, e como você é a única pessoa na agencia que sabe meu nome verdadeiro, não precisa me chamar pelo codinome.
[Agente Ray...a próxima instrução é chamar a atenção naquele mundo...]
-Não há nada que eu não encontre ou não descubra e muito menos não faça. Deixe comigo. Amanhã farei minha primeira aparição em ALO.
[Não esqueça...mantenha distância do Kikouka...aquele cara pode descobrir seu disfarce com poucas ligações.]
-Pode deixar.

 
Ray desliga o telefone olhando para Asuna ainda dormindo, um espião faz escolhas que dolorosas e difíceis por isso a maioria não cria laços, criar laços com alguém requer que abdique de muitas coisas entre elas falar a verdade. Para um espião que tem muitas faces, a verdade se torna algo muito...muito distante...