A Vênus e O Espadachim Negro

Capítulo 12 - Um Mais Um Parte I

Capítulo 12 – Um mais Um
 

Acordei mais cedo que o habitual e para falar a verdade eu mal consegui dormir a noite, tive receio que Asuna tivesse uma convulsão de tão alta que deveria estar sua temperatura, ela queimava feito brasa e estava vermelha como um tomate e mesmo após dar banho nela e o remédio, ela continuou suando frio molhando a cama toda e por isso não consegui dormir muito bem.
Coloquei minha calça preta folgada e uma blusa branca e caminhei até a cozinha, o dia amanheceu chovendo tanto quanto ontem, por isso eu levantei cedo para ver se tinha algum caldo ou ao menos preparar algum, mesmo sabendo que cozinhar nunca foi uma das minhas habilidades favoritas mas por ela, minha amada que estava ali deitada doente eu o faria.
Tateando o armário e a geladeira encontrei batatas e outros legumes, então resolvi fazer uma mistura de caldo de batatas com carne e legumes, tudo junto e misturado deve ficar bom.
Enquanto eu fazia isso ouvi sons estranhos vindo do banheiro.
 
-Asuna?
Não obtendo resposta imediata dela corri para o banheiro, mas mal poderia dizer nada quando cheguei lá ela estava debruçada sob o vaso, toda desajeitada eu instintivamente fui ajeitar os cabelos dela enquanto vomitva, nunca a vi tão pálida na vida.
-Eu vou morrer...
-Não, não vai Asuna...eu não vou deixar.
Respondi sorrindo para ela.
-Sai Kirito kun é nojento...me deixa sozinha...
-Você mal consegue se segurar no vaso. E tem mais...isso é o que os casais fazem Asuna, apoia um aos outros. Lembra quando fiquei doente em SAO?
-Lembro...quando você...arrfhhhh.
E de novo ela soltava vomitava no vaso.
-É só uma virose. Vai passar. Eu vou ajeitar um banho para você aqui na banheira ok?
-Ok...Kirito kun...você...
-Sim. EU te dei banho hoje de madrugada e vou dar outro banho agora, você não está em condições de reclamar de...n...
Mas antes que eu pudesse repreendê-la imaginando que ela iria brigar comigo por ter feito isso ela...
-Obrigada por cuidar de mim.
Seus olhos estavam sem vida, sua pele estava tão pálida que parecia um roxo claro, mas o seu sorriso foi sincero...
-Não por isso Asuna...Vou te colocar na banheira e vou para a cozinha. Venho já.
 
Enchi a banheira e coloquei os sais e logo após levei o corpo dela nu nos meus braços colocando-o lentamente imergindo na água, aproveitei para trocar os lençóis sujos do suor da febre que ela passou a madrugada toda suando e depois fui terminar o caldo. Se minha mãe ou sugu pudessem me ver fazendo tudo isso ao mesmo tempo, jamais acreditariam nisso. Eu havia construído muros com minha família, antes de SAO não ajudava no jantar, nas louças e nem em nada, mas hoje em dia não se aceita mais uma atitude dessas certo?
Por isso eu mudei. Asuna me ajudou a mudar, me transformou como Homem e como pessoa.
Voltei ao quarto e a tirei da banheira enrolada numa toalha e a coloquei na cama com os lençóis recém trocados, peguei uma outra roupa dela um vestido vermelho de mangas que eu jurava ser uma saia, vesti-a entre beijos e carinhos para ela não se sentir com tanta vergonha e também saber que eu o fazia porque eu queria, com muito gosto por sinal.
A calcinha ela mesma colocou, infelizmente...
A deitei na cama e fiquei a seu lado sentindo seu cheiro e seu calor enquanto o caldo estava cozinhando.
 
-Estraguei a viagem não é?
-Ah não...com essa chuva nem temos como sair daqui.
-Mas foi tão bom ontem.
-Sim. Para mim valeu a pena tudo.
-Para mim também Kirito Kun.
E nesse momento ela entrelaçou suas mãos nas minhas. 
-Uma pena que hoje acaba nossa lua de mel.
-Nós precisamos de mais tempo assim, juntinhos, só senti falta da Yui.
-Eu também mas se a Yui estivesse aqui não teríamos como fazer no lago não é?
-É verdade...
-Como vai ser quando tiver nossos filhos, com quem os deixaremos?
-Ah sobre isso...
-O QUE FOI? Você não quer mais ter filhos Kirito Kun?
-Não é isso é que...
Eu queria realmente saber porque ela estava tomando o anticoncepcional, pois pelas minhas recordações ela teve alergia a cinco tipos quando começou a tomar quando voltamos ao mundo real, acabamos desistindo da ideia e usar camisinha. 
-Hum...?
-Eu mexi na sua bolsa para pegar o remédio e vi anticoncepcional. Desde quando você tomou a decisão de tomar e não me disse nada Asuna? Não que você teria que me dizer, mas eu lembro bem você não se dava bem com eles...
-É. Mas eu falei com o Ray sobre isso outro dia e ele me deu aqueles comprimidos e eu não me senti mal como das outras vezes.
-Ray de novo...ele é bom não é?
-Digamos que ginecologia não é a área dele mas ele pediu ajuda a uma amiga de Boston.
-Hum...
-Mas só estou tomando há alguns dias nada demais. 
-É mais segurança para nós. 
-Sim, seria irresponsável não é mesmo?
-...Talvez. E sobre nossos futuros filhos bom, temos muitas opções de pessoas que poderiam cuidar deles enquanto curtiríamos a vida.
-Ahhhhh seu aproveitador...
-Um pouco...
 
Por um instante senti que ela escondia alguma coisa de mim mas não era o momento de conversar sobre isso, ela estava quase adormecendo e eu por pouco não deixei o caldo queimar...
Não tinha nada pra fazer com aquela tempestade que caía sobre nós, vencido, a única coisa que me restava era comer, beber e fazer sexo se a Asuna não estivesse doente... Então me contive as duas primeiras opções.
Ela dormia no quarto enquanto eu fiquei na sala secando a garrafa de vinho, só restando míseros dois dedos do liquido vermelho, ouvi alguém bater na porta e me assustei afinal aquele lugar era um deserto total ao menos era o que pensei.
Pior ainda foi a pessoa que apareceu diante da minha porta.
 
-O..O QUÊ DIABOS VOCÊ FAZ AQUI KIKOUKA SAN?
-Eu vim porque era urgente, desculpe atrapalhar sua lua de mel mas é extremamente urgente.
-Quê? COMO ME ACHOU?
-Vai me deixar entrar? EU VOU FICAR GRIPADO!
-Como te achei não é importante, o que é mais urgente é o que irei dizer a você. 
-E por quê tinha que me incomodar nas minhas? ... arf...
Se eu pudesse...se eu pudesse...se pudesse...cairia no pescoço dele ali mesmo.
-É urgente. Onde está Asuna san?
-Ela está...deitada na cama. Não se sentiu muito bem hoje.
-Ah não me diga que ela está naqueles dias e você perde a oportunidade de aliviar seus impulsos adolescentes?
-AH PELO AMOR DE DEUS! VÁ SE...CALADO! CALADO! CALADO! Ela tá com virose.
-Ah. Bom, eu queria conversar com vocês dois.
-Espera aqui que eu vou falar com ela.
-Kirito kun você está embriagado? Que cheiro de...de...vinho talvez?
-Não é da sua conta.
Me dirigi até o quarto já irritado pela presença do maldito Kikouka, acordei a Asuna que dormia novamente e estava começando a ficar morna de novo, provavelmente era a febre voltando, pensei.
Ajeitei ela na cama apoiando seu corpo sentado nos travesseiros e fui na sala chamar o infame Kikouka. 
-VAMOS. 
-Vou entrar no ninho de amor de vocês?
-KIKOUKAAAAAAAAAA!
-Calma, você está estressado hein. 
-Boa tarde Asuna san...com licença.
-HÃ? Kikouka San mas... O que houve?
-O kirito está estressado hoje.
-Ele é assim quando ele gosta de uma pessoa. Não é kirito kun?
-Rum! Vamos direto ao ponto porque não quero deixar de aproveitar minhas últimas horas de descanso.
-Bom serei direto, preciso que vocês voltem a entrar no submundo.
-O QUÊ? – Respondemos uníssonos. 
-Vocês não querem?
-Quer dizer que eu poderei entrar no Submundo de novo?
Por um instante meu coração bateu forte, Asuna só observava minhas reações.
-Mas por quê Kikouka san? – Ela perguntou na dúvida enquanto se ajeitava nos travesseiros.
-Alguém invadiu o UW e precisamos saber quem foi não é mesmo Kirito kun? Proteger aquele mundo é nossa missão.
-Sim...
-E de onde vocês descobriram isso Kikouka san?
-Boa pergunta Asuna san, não sabemos quem e de onde vem, na verdade isso seria impossível porém, alguém muito habilidoso o fez e não sabemos como. O submundo corre perigo.
Ao olhar o rosto de Asuna senti uma sombra, uma mistura de medo, assombro como se ela soubesse de algo que eu não sabia, como se ela sentisse quem ou o quê faria algo assim. Será que ela me esconderia algo se o soubesse? Será que ... não...ela não faria isso comigo...não...
-Se fosse alguém supostamente, com um super computador e com acesso a vários tipos de dados essa pessoa conseguiria acessar ao UW?
-Sim com certeza, foi exatamente o que pensei e falei com a Dra Rinko.
-Certo, Kirito kun arrume as malas vamos voltar urgente.
-O Quê? MAS...M...Não estou entendendo?
-Precisamos descobrir... e... 
-Você está bem Asuna san? 
Kikouka san perguntou enquanto ela se levantava da cama quase caindo no chão, ele que no momento estava sentado em uma das cadeiras que tinha no quarto a segurou. De repente minha noiva ficou atordoada de uma forma estranha que eu nunca tinha visto.
-Asuna...deve ser a febre Kikouka san, coloque ela aqui na cama.
-Acho melhor levar ela a um hospital.
-Não preciso de hospital, preciso ir para casa.
-Calma Asuna...
-Kirito Kun...
-Quando você pretende que a gente volte para lá?
-O mais breve possível, se der amanhã mesmo após suas aulas. Se puderem.
-Amanhã não.
-Por que não kirito kun?
Asuna me perguntou olhando fixamente para mim.
-Porque você não estará melhor até amanhã. Vamos deixar para quarta é melhor, assim dá tempo para ela se recuperar.
-Tudo bem. Aguardarei então.
Kikouka respondeu sem procurar saber maiores detalhes.
-Kirito kun não podemos esperar...
-Asuna você está nessas condições...
-Eu ficarei bem.
-Terça então? Tudo bem? Amanhã não...Você não estará bem até amanhã.
-Está certo, terça então.
-Terça Kikouka.
-Certo. Então era isso, agora vou embora e deixar vocês em paz.
-Kikouka san poderia nos levar junto com você?
-Er...bom... 
Kikouka estranhamente olhando para mim esperava pensando que eu diria alguma coisa, mas...o que eu iria fazer naquela situação?
-Posso sim.
-Então espere-nos que iremos arrumar nossas coisas e iremos voltar agora mesmo.
-Asuna eu não estou entendendo nada. Sei que a situação é urgente mas...
-Kirito kun eu preciso voltar para casa...
-Tá bem...vou arrumar as nossas coisas então. Pelo menos vamos comer o caldo que eu fiz para não sobrar.
-Certo.
-Kikouka vamos comer conosco já que invadiu minha mini férias pessoais.
-Ah eu ficaria muito agradecido de comer a comida que você preparou Kirito Kun...
 
Definitivamente eu não entendia o porquê da risada e do olhar irônico do Kikouka para mim, muito menos o jeito como ela reagiu a notícia. Nem eu que seria o mais interessado em entrar lá estava assim, Asuna estava me escondendo alguma coisa e isso me deixou muito desconfiado. MAS O QUE SERIA? Por quê ela faria isso comigo? 
Arrumamos nossas coisas, ela ainda continuava fraca mas sua expressão preocupada só a tinha visto assim quando estávamos em aincrad quando fui atacado, um pouco antes de declarar meus sentimentos por ela. Fomos o caminho todo em um silêncio estarrecedor, Kikouka nos deixou na minha casa mas Asuna logo chamou um táxi e foi direto para sua casa sem muito conversar comigo, eu insisti para levar ela mas ela recusou firmemente. Não entendia porquê daquele comportamento estranho...
Chegando no meu quarto eu joguei a mala em qualquer lugar e fui ligar o computador no intuito de buscar alguma informação e claro ligar o augma para falar com Yui.
 
-Yui.
-PAPÁ. Por quê vocês sumiram? Fiquei com saudades da mama e do papa.
-Estávamos isolados infelizmente não conseguimos falar com você antes.
-O que houve?
-Não pegava rede nenhuma lá, tentamos de tudo e nada...
-Tudo bem Papa eu imaginei. – A pequena pixel pousa em meus ombros. – Está preocupado papa?
-Sim, alguém invadiu o submundo e querem que eu e sua mãe vá descobrir quem é. 
-Hum...papa quer que eu busque na internet alguma informação?
-Sim, mas não era isso eu também...Só...Queria ver você também. Afinal sumimos e te preocupamos na certa.
-Não tem problema papa. Eu vou olhar isso. 
-E Yui...sobre a sua mãe, ela está...
-VOU TER UM IRMÃOZINHO OU IRMÃZINHA?
-Porque todo mundo acha que ela está grávida? Não é isso é que...Ela está estranha Yui. Se notar qualquer coisa você em contaria não é?
-Sim papa. Eu prometo que eu conto sim. 
 
E sorrindo para minha filha pixel alisei seus cabelos. Se Yui soubesse o quanto a amo...
Aproveitei e enviei uma mensagem perguntando se Asuna já tinha chegado em casa, mas ainda não obtive resposta. 
 
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