Foi por mim

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Lexi's POV

Meu tio parecia completamente surpreso com o que eu havia dito. Mas tinha algo em seu olhar que demonstrava que ele sentia alguma familiaridade com a minha decisão. Ele com certeza pensava em minha mãe, considerando as coisas que li naquele diário. Ela parecia não pensar duas vezes quando precisava encarar algum perigo, principalmente se essa situação era em relação às caçadas.

- Me conta o que aconteceu. Como sabem que eu corro perigo? E quem está atrás de mim? - pergunto.

- Lexi, querida, não faça isso. - meu tio responde, preocupado. Entendo que ele esteja preocupado comigo. Eu estou com tanto medo quanto ele, mas isso precisa acabar.

- Tio, eu não acho que esteja tão segura quanto o senhor pensa que eu estou. Confio em você e sei que faz o seu melhor. - digo, segurando suas mãos. - Mas essa coisa já está perto de me pegar, eu tenho certeza disso.

- Por que diz isso? - o "agente" pergunta, curioso.

- Não sei explicar, mas sinto que tem algo me observando. Nesses últimos dias, com mais intensidade. - respondi, me lembrando dos sonhos que tive nas últimas noites. - Tive uns… sonhos estranhos, também. Um cara corria atrás de mim para me matar e a minha mãe estava lá. Ele dizia para ela "Acha mesmo que valeu à pena? Ela vai ser a próxima".

- o homem me encarou estranho, parecendo ter entendido algo. - O que houve?

- Quando estávamos investigando a cena do crime, achamos uma mensagem do assassino na parede, acima da pia. Estava escrito exatamente essa mesma frase. - tio Ethan me olhou, preocupado. - Por isso achamos que estava em perigo. Ainda não sabemos quem é, mas temos certeza que foi um demônio. E se você viu ele, é provável que a sua casa não esteja assim tão segura, Ethan. - o homem olhou para o meu tio.

- Stephan. - disse tio Ethan. Eu e Eriksen nos encaramos, sem entender. Tio Ethan, percebendo que estávamos perdidos, continua - Eu devia ter te contado isso antes, me perdoa.

- O que quer dizer com isso, tio? - pergunto, tentando entender porque me pedia perdão.

- Lexi, sua mãe fez um pacto para salvar sua vida uma vez. - senti um nó na minha garganta começar a se formar e meus olhos lacrimejarem. - Este demônio, Stephan, sua mãe tentou matá-lo várias vezes antes, mas nunca conseguiu. Com certeza é ele. - ele disse, encarando quem ele chamara de Winchester antes. - Já se passou dez anos.

- Minha mãe morreu por mim. - digo, com dificuldade. Não conseguia acreditar no que ouvi.

- Devia ter contado antes, me desculpa. - apenas o abracei. Não havia o que falar. Depois de me acalmar, me soltei dele, limpei as lágrimas e mais determinada ainda, disse:

- Precisamos matar essa coisa.

É claro que estava com medo do que poderia acontecer mas tinha que fazer isso. Pela minha mãe, fazer seu sacrifício valer a pena.

...


Foi decidido que conversaríamos todos no dia seguinte, sobre o que seria feito. Finalmente descobri os nomes dos falsos agentes, se chamavam Sam e Dean, eram irmãos. 

Por um momento, fiquei pensando se seria o mesmo Dean do diário, e com isso em mente peguei o diário e a foto que tinha nele. Olhando aquele homem ao lado da minha mãe mais uma vez finalmente percebi quem ele parecia. Era um dos falsos agentes, o tal Dean. Então não é a toa que eles pegaram esse caso, eles conheciam a minha mãe. 

Balancei minha cabeça, como se tentasse espantar aqueles pensamentos. Pensaria nisso em um outro momento. Minha mente já estava começando a criar novamente teorias de que aquele homem poderia ser o meu pai e, como ele não sabia de nada, de acordo com o que a minha mãe me contou, não adianta nada pensar nisso no momento. Além disso, não queria falar sobre o assunto com o meu tio. Ele já estava bem abalado com tudo o que acontecia.

She has my eyes - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora