Sonhos se tornam realidade... Ou não

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Dean's POV

Estava tudo pronto e colocaríamos o plano em prática no dia seguinte. Apesar das circunstâncias, foi bom passar um dia com Lexi, assim, pude conhecê-la melhor. Ela é tão inteligente e tem raciocínio rápido e, apesar de ser teimosa, escuta a opinião de todos. Acho que só os olhos são iguais aos meus, pois de restante é igualzinha a Leena.

Me senti mal por não poder contá-la a verdade quando ela perguntou sobre mim e Leena. Queria tanto que ela soubesse de tudo. Mas eu sabia que Ethan tinha razão em não contá-la, pelo menos por agora.

Ainda estávamos na casa deles, sentados na sala, terminando de resolver alguns detalhes, quando Lexi disse que tomaria um banho e deu boa noite. Depois que subiu as escadas, Sam se virou para mim.

- Ficou admirando ela o tempo todo. - encarei Sammy, sem saber o que dizer. Não achei tivesse percebido.

- Ela é igual a Leena. Como pode? - respondi, olhando para Ethan, que confirmou o que disse com um olhar, mostrando que pensava o mesmo.

- Que bom que ela puxou a mãe e não a você. - diz Ethan, de mau humor. Tinha que estragar o momento.

- Uau, obrigado. - disse, irônico. - Sabe, Ethan, eu percebi agora que você foi a vida inteira assim. - Ele me encara, confuso. - Rabugento. - Revirou os olhos e passou a olhar para um canto qualquer, como se me ignorasse. - Me lembro de quando, finalmente, a Leena tinha aceitado sair comigo. Você quase me bateu quando me viu para buscar ela.

- O que esperava que eu fizesse? Eu sabia da sua fama horrível. Pensei que iria acabar machucando a minha irmã.

- Só que isso não aconteceu. - Lembro de Lexi e todos os anos que perdi de conhecê-la e meu sorriso se desmanchou. - Foi o contrário, na verdade.

- Ela fez pensando em você. - Ethan respondeu.

- É, eu sei. Mas machucou, de qualquer maneira. - digo, pesaroso.

...

Fomos para um galpão que descobrimos e preparamos tudo. Ficava no meio de uma floresta com árvores muito altas. Estávamos esperando Sam voltar, pois havíamos esquecido um dos ingredientes para convocar o demônio. Lexi estava sentada no meio da armadilha de demônio, olhando para um ponto fixo e mexendo nas unhas, fazendo barulho com elas.

Me lembrou de Leena. Ela costumava fazer isso quando estava nervosa ou queria me contar algo.

Apesar de Lexi sempre falar que está calma e tranquila, dá para perceber de longe que não está. Não a culpo, é a vida dela que está em jogo. Só queria que isso não precisasse estar acontecendo.

- Hey - chamo sua atenção. - No que tá pensando?

- Nada. - A encaro com uma feição de quem não acreditou muito e ela percebe. - E se der tudo errado? - ela disse, se levantando e caminhando na minha direção. - Eu sei que foi eu quem aceitou e insistiu em fazer tudo isso, mas e se o nosso plano falhar?

- Não vai. Nós planejamos bem. - tento acalmá-la. É claro que havia uma grande chance de dar tudo errado, mas falar isso para ela agora seria pior. - Sei que tudo isso deve ser apavorante pra você, mas não tem com o que se preocupar. Tem três caçadores com bastante experiência para te ajudar aqui. - respondi, sorrindo para ela.

Logo que terminei de falar, ela me surpreendeu com um abraço e um "Obrigada" baixinho. Apenas retribuí e ficamos revendo o plano, para, segundo ela, tranquilizá-la.

...

Lexi's POV

Estava terminando de colocar os ingredientes na tigela, como os caçadores me mostraram. Peguei a faca que estava ali, cortei minha mão e deixei o sangue escorrer. Enquanto eu fazia isso, tio Ethan, Sam e Dean iam para os seus lugares. Acendi um fósforo e toquei dentro da tigela.

Por um momento nada aconteceu, comecei a pensar que tinha feito alguma coisa errada. Mas, de repente, ele apareceu, exatamente como nos meus sonhos. Um homem alto, de cabelos e olhos escuros, em um terno vermelho sangue. Um arrepio passou por todo o meu corpo, com as lembranças horríveis daquelas noites mal dormidas.

- Oh, não! Estou encrencado! Você me pegou! - ele diz, irônico, dando o seu sorriso mais sarcástico logo depois.

- O que quer comigo? - pergunto.

- Ok, direta. Gostei. - ele responde, com um sorrisinho.

- Você já não pegou o que queria? Foi minha mãe quem fez um pacto, não eu. - disse.

- Tem razão. Você não tem nada a ver com isso. Mas! - ele diz, levantando o dedo indicador. - Sabe quantas vezes sua querida mãezinha tentou quebrar esse contrato? Ela quase conseguiu, uma vez. Me trancou naquela caixa imunda. - ele faz uma expressão de nojo e raiva. - O que eu estou tentando fazer agora, queridíssima, se chama vingança.

- Sinto muito, mas a sua vingança não vai ser realizada. - tio Ethan diz, saindo do seu lugar, acompanhado de Sam e Dean.

- Não mesmo. - diz Dean.

- Ai, que bonitinho. Tentando proteger a bebezinha. - fala de maneira infantil. - Já chega de enrolação, tá na hora da ação. - ele diz, com os olhos se tornando completamente vermelhos e um sorriso maléfico. Ele começa a caminhar devagar, na minha direção e eu dou passos para trás. A armadilha não foi forte o suficiente para prendê-lo.

Dean veio para minha frente, me protegendo.

- Corre pra floresta, agora! - Ele diz, se virando para mim.

Quando o demônio saiu completamente da armadilha, Dean o atacou, assim como Sam se preparava. O demônio empurrou Dean para longe.

- Pai! - eu gritei, sem nem pensar no que falava.

- Lexi, corre, agora! - Ele diz novamente. E eu obedeci.

Corri com toda a velocidade que conseguia pela floresta. Por conta dos galhos das árvores, já estava cheia de arranhões e sangrava, principalmente, no rosto e nos braços. Estava começando a ficar cansada de correr, minhas pernas doíam quando, de repente, acabei tropeçando em uma pedra.

Ele havia me alcançado e eu nem tinha percebido, até ele me levantar, agarrando meu pescoço. Tentava, em vão, me soltar dele, mas ele era muito forte e eu já estava começando a perder a consciência.

- Eu disse que faltava pouco para tudo acontecer. - ele diz, seguido de uma risada alta. Porém ela é logo interrompida por uma expressão de dor, e um brilho amarelo em seus olhos e boca. Quando percebi, estava no chão e ele também.

- Lexi! - Dean me abraça forte, passando a mão em meus cabelos tentando fazer com que eu ficasse calma. Eu o abracei de volta e chorei, como não chorava há muito tempo.

She has my eyes - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora