Uma morte de repente

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Estava deitada na grama, com os braços sob a cabeça, admirando o céu iluminado e os desenhos que as nuvens formavam

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Estava deitada na grama, com os braços sob a cabeça, admirando o céu iluminado e os desenhos que as nuvens formavam. Sentia o vento bagunçar meus cabelos, que insistiam em ir para o meu rosto. Ouvir o som das folhas das árvores e das crianças brincando ali perto, era como uma terapia para mim. Aquela praça era o meu lugar favorito, era ali que ficava quando precisava pensar ou, simplesmente, ficar sozinha. Era o meu cantinho.

- Sabia que ia te encontrar aqui. - diz Brandon, meu melhor amigo. Nos conhecemos quando tínhamos oito anos, quando me mudei para Phoenix. Ele era meu colega de escola e foi a primeira pessoa a falar comigo no meu primeiro dia de aula. Eu era muito tímida na época, ainda sou um pouco, na verdade. Mas se ele não tivesse vindo falar comigo, talvez não teríamos a amizade que temos hoje. Ele me conhece melhor que ninguém, sempre sabe o que está rolando comigo. Hoje não seria muito diferente. - Como está se sentido? É uma decisão e tanto. - ele diz, se sentando ao meu lado, eu continuei deitada.

- Nem me diga. Eu não faço a mínima ideia do que fazer. Me ajuda? - pergunto, fazendo biquinho, o fazendo rir enquanto observava a paisagem e olhando para mim em seguida.

- Lexi... Eu não posso te ajudar com essa. Eu não quero que você vá, óbvio. O que eu vou fazer sem você por aqui? Quem eu vou ficar incomodando todo santo dia? Eu sei que você não vai ir pra sempre - disse ele quando percebeu que eu estava prestes a interromper - E sei o quanto isso é importante para você. É, tipo, o seu sonho desde... Sempre!

- Eu sei! - disse, exasperada, sentando em seguida, encolhendo os joelhos e os abraçando. - Achei que essa decisão ia ser mais fácil de tomar.

- Bem, saiba que, não importa o que você escolher, vou estar aqui para te apoiar. - diz ele depositando um beijo em minha testa e me abraçando logo depois, eu apoiei minha cabeça em seu ombro.

Há alguns meses atrás, minha mãe decidiu me contar a verdade sobre meu pai. A história que eu conhecia era que ele, depois que descobriu que minha mãe estava grávida, desapareceu do mapa. Simplesmente sumiu.

Obviamente, fugindo de sua responsabilidade, deixando tudo para a minha mãe.

Mas, tudo aquilo era mentira. Ele nem sabia da minha existência, minha mãe nunca o contou. É claro que contei tudo para meu diário vivo, Brandon. E ele me encorajou a procurá-lo. E depois de meses o procurando, finalmente encontrei algo. Ele merecia saber sobre mim e eu precisava conhecê-lo, nem que fosse para destruir a minha fantasia. E, agora, precisava me decidir se iria para Wichita Falls, Texas. Alguém lá sabia sobre seu paradeiro e poderia me ajudar a encontrá-lo.

Meu telefone começa a tocar.

- Oi, mãe. - digo, assim que atendo o telefone.

"Filha! Onde você está?! Me ajuda!"

- Mãe?! Se acalma. O que está acontecendo? - Brendon me encarou assustado e confuso.

"Ele está aqui! Ele está aqui! Chame seu tio!"

- Ele quem, mãe?

A próxima coisa que ouvi foi um grito e o telefone caindo no chão.

- Brandon, temos que ir para minha casa! Aconteceu alguma coisa com a minha mãe!

- O que houve? - ele pergunta, preocupado.

- Não sei... Ela estava apavorada, tinha alguém na casa!

Chegando em casa, tentei abrir a porta, mas ela estava trancada. Peguei minha chave e abri a porta lentamente. Estava tudo escuro e um completo silêncio. Quando comecei a entrar na casa, Brandon colocou sua mão em meu ombro, me fazendo parar e encará-lo.

- Temos que ligar para a polícia.

Me virei para dentro novamente, adentrando a casa. Os móveis da sala de estar estavam todos bagunçados. As poltronas estavam viradas, um abajur antigo quebrado ao meio, vários objetos derrubados no chão. Antes de seguir caminho, peguei um metal que tinha perto da lareira, que usamos para mexer na lenha quando a acendemos, no caso de encontrar alguém indesejado no meio do caminho.

Comecei a ir em direção a cozinha. As compras que minha mãe tinha feito estava toda esparramada no chão. E então eu a vi.

Minha mãe estava sentada, encostada na geladeira. Sob ela, uma poça de sangue. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Limpei meu rosto e continuei andando pela casa, para ver se ainda tinha alguém por lá.

- Lexi... Meu Deus... - disse Brandon, com a voz um pouco embargada.

- Liga para a emergência. - disse, cochichando. - Mas fala baixo. Pode ter alguém aqui dentro, ainda.

- Vamos sair daqui, por favor. - Brandon diz, claramente com medo de que algo acontecesse conosco.

- Vai lá pra fora e faz a ligação. - disse, de forma autoritária, seguindo o meu caminho em seguida.

Depois de ter vasculhado a casa inteira, voltei para a cozinha. Ela tinha um buraco no meio do peito, como se tivessem atravessado uma mão por ela. Seus olhos estavam abertos. Passei minhas mãos por eles e os fechei.

- Descanse em paz, mãe... - disse, seguido do choro e dos soluços. Sinto uma mão no meu ombro e, logo depois, um abraço. Ele chorava junto comigo.

Eu não tinha condições, físicas e psicológicas, de organizar nada sobre o enterro da minha mãe. Meu tio teve o bom coração de cuidar de tudo por mim. Agora, eu morava com ele. Já faz uns dias desde o ocorrido, e tudo o que eu consigo pensar é quem faria uma coisa daquelas. Foi uma morte terrível, e preciso saber quem fez isso e porquê.

Estava na sala de estar, ouvindo música, quando a campainha toca. Me levantei e a atendi. Dois homens, com ternos, estavam em frente a porta. Um, mais alto, com os cabelos compridos e castanhos, com olhos azuis. E o outro, com os cabelos curtos e castanho-claro, e olhos verdes. Eles ficaram em silêncio e o de cabelo curto me encarava, parecia em choque.

- Sim? - disse, franzindo o cenho, estranhando aqueles visitantes.

- Com licença, eu sou Agente especial Eriksen, FBI, este é o meu parceiro, Agente Smith. - começou o mais alto. - Nós gostaríamos de conversar com a senhorita Lexi Hayworth, sobre a morte da senhora Leena Hayworth.

She has my eyes - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora