Mr.Peterson

"Eu quero você!"

Acordo atordoada por não ter dormido direito pela lição de casa das pragas. Queria enfrentar elas, mas eu só iria me ferrar, mais do que estou. 

Me sento na cama e pego o celular vendo que havia algumas notificações de mensagens de um estranho, não tinha foto de perfil e isso me deixou curiosa. Aperto na mensagem e a leio, "hoje na escola na sala do ginásio, me encontre às 15:30". Mas que estranho, quem me mandou isso? Vejo o número do celular do desconhecido e ligo, mas só dá caixa postal. Quem será que me mandou isso?  

Quebra de tempo...

- Aí! - digo enquanto tiro mais um chiclete do meu cabelo que a Maddie e suas amigas colaram em mim. 

Essas garotas são tão idiotas, não me deixam em paz mesmo. Fiz o trabalho de casa delas, mas mesmo assim elas me trataram mal. Que droga! Por que isso só acontece comigo? Por quê? 

Arranco o último chiclete do meu cabelo e prendo ele em um rabo de cavalo solto. Pronto, finalmente acabei. 

Me encosto na pia do banheiro e olho o relógio em meu pulso vendo que são quase 15:30, espera... Me lembrei daquela mensagem. Seria loucura se eu fosse? Aí... Talvez seja perigoso, nunca se sabe quem eu posso encontrar lá, mas... Quer saber?  Eu vou, quero saber quem é, eu realmente preciso matar a minha curiosidade. Pode ser a Maddie, mas vai saber.

Saio do banheiro passando pelos corredores que estavam quase vazios e viro à direita vendo a última sala, a sala do ginásio que sempre está vazia, chego em frente à porta e seguro a maçaneta. De começo eu hesitei, mas mesmo assim entrei vendo o lugar escuro e totalmente vazio, cominho até o centro da sala e solto um, "alguém aqui?" E apenas ouço o som da fechadura da porta sendo trancada e me assusto. 

-  Quem é? - digo com o coração quase saindo pela boca.

Estava tudo escuro e eu não enxergava nada só conseguia ouvir o som da minha respiração que já estava descontrolada pelo medo.

- Sou eu Rebecca - ouço a voz do professor Peterson e me acalmo.

- Professor Peterson?! Por que me chamou aqui? E por que está tudo escuro? - solto um suspiro aliviada.

- É que eu preciso da sua ajuda... - ele diz e sinto sua voz ficar mais próxima de mim. 

- Da minha ajuda? - digo e dou passos para trás sentindo que ele está mais próximo ainda e acabo me chocando contra a parede sentindo minhas costas doerem. - Quer que eu faça um resumo de novo?

- Preciso de você... aqui e agora - sua voz saia mais rouca e baixa.

Eu não estou entendendo nada, o que ele quer dizer com isso? Ele está tão estranho, eu nunca vi ele assim.

- Professor, eu não estou entendendo nada. - minha voz saiu falha e ofegante dando a entender que eu estava aflita.

- Eu quero você... - sinto seus braços me cercarem contra a parede me deixando sem saída.

Coloco as mãos em seu peito tentando o afastar, mas ele se aproxima mais de mim deixando nossos corpos colados um no outro me fazendo sentir sua respiração acelerada e seu perfume amadeirado invadir as minhas narinas. Ele segura minha cintura com força me prendendo mais ainda a ele, minha cabeça ficou encostada em seu queixo que dava para sentir sua respiração quente bater contra minha testa.

- O que você está fazendo? - empurro seu peito mas continuo presa.

- Você quer saber? - ele pergunta próximo ao meu ouvido deixando sua voz abafada.

- Sim... - assenti. 

- Eu estou fazendo o que eu queria fazer a muito tempo. - sua voz fica mais baixa e ao mesmo tempo mais grossa.