Mr.Peterson

Clima estranho...

Acabei de conhecer Sean, não sei muito sobre ele e acho bem estranho ele agir assim, como se fossemos íntimos.

- Continue segurando bem firme em mim! - ele dá um piscadela para mim no retrovisor.

- Ok... - digo um pouco envergonhada. 

Se ele continuar assim eu vou perder minha postura de santinha. 

Ele liga a moto e começa a pilotar saindo da frente da casa de minha avó. 

Eu ainda estava bem agarrada nele. Isso era um pouco estranho, mas era bom, seu corpo estava bem quente nessa brisa fria.

No momento em que ele sai do bairro e entra numa rua vazia começa a acelerar. Fiquei com medo e apertei ele mais forte segurando em sua camiseta firmemente.

- Cuidado para não agarrar em outra coisa... - ele diz e solta uma risadinha. 

Eu não acredito que ele falou uma coisa dessas. 

Fiquei envergonhada e o soltei um pouco.

Nisso Sean acelera mais e acabo por agarrar novamente.

- Não precisa ter medo. - ele diz e olha para o retrovisor vendo meu rosto assustado. 

Ah claro resolveu bastante depois de você falar isso. Estou super calma hahaha...

Nesse momento passamos por uma ponte e de longe dava para ver o centro da cidade toda iluminada. Era tão lindo de se ver, as luzes ficavam parecendo com as estrelas no céu.

- Lindo né?! - Sean sorri e vejo seus lindos olhos azuis brilharem. 

- Muito lindo! - aprecio seu reflexo pelo retrovisor. 

Realmente... um colírio para os olhos. 

Após um tempo chegamos no meu bairro e aponto para a minha casa e ele para. Desço da moto e por pouco aparece minha calcinha por conta do vestido. Tiro o capacete e entrego em suas mãos.

- Nossa, moramos bem perto mesmo. Eu moro em frente. - ele aponta para a casa da frente. 

Era uma casa tradicional americana, mas linda. Tinha um gramado bem verde e a casa era inteiramente um azul marinho,sua frente tinha uma grande janela e ao lado uma garagem. A luz da sala estava acessa, dava para ver uma moça de meia idade, talvez seja a mãe dele. No segundo andar dava para ver seu quarto de longe, mas as luzes estavam apagadas. 

- Sua casa é linda! - que nem ele, penso.

- Bom... estou a pouco tempo nela e realmente é uma ótima casa. - ele diz com as mãos na cintura analisando a residência. - Espero ficar aqui por um bom tempo. - sorri e olha em seguida para mim. 

- Você se muda com muita frequência? - pergunto curiosa afim de conhecer mais sobre ele.

- Um pouco, já estive em 7 casas ao longo da minha infância até hoje por causa do emprego da minha mãe... ela é geologa. Conheci muitas pessoas, precisei me desapegar de muitos amigos, mas isso me fez ter um pouco mais de facilidade em me comunicar com as pessoas. Só que eu não quero mais me mudar. - sua expressão se transforma de feliz para triste instantaneamente.

- Então... eu meio que moro sozinha porque não quis me mudar para a Austrália com minha mãe e... acho que não conseguiria mudar tanto de casa como você. Eu te admiro. - rio tentando o alegrar um pouco.

- A é? Então vai me admirar mais ainda quando me ver tocando violão. - ele sorri se gabando. Pelo jeito consegui animar ele. - Aliás, você é de qual turma da escola? - pergunta curioso.