Reforço

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- Você tá brava? - ele pergunta com uma expressão amedrontada.

- Não, é que hoje não acordei com um humor muito bom, sabe? - digo seriamente.

- Entendi... - ele coça a nuca e desvia o olhar.

- Tenho que ir, até mais. - digo dando um mísero sorriso e continuei seguindo meu caminho para a sala.

Peterson on

Ela deve ter ficado chateada com a nota. Mas pelo menos agora vou poder passar mais tempo com ela e criar mais afinco. Assim ela vai começar a confiar em mim e vou conseguir conquistar ela aos poucos.

[...]

No final das aulas eu já estava me preparando e com o material de reforço em mãos, só faltava esperar a Rebecca vir até minha sala para poder colocar o plano em ação. Bom, não sei muito bem o que fazer, mas vou tentar fazer ela se sentir confortável.

Ouço uma batida na porta e me levanto rapidamente, já sinto minha respiração encurtar e o meu peito disparar. Abro a porta.

- Oi, pode entrar. - sorrio e ela entra.

Ela se senta na primeira cadeira no meio da sala que fica em frente à minha mesa. Ela estava com uma expressão fechada, meio fria.

Fechei a porta e peguei uma pasta com um caderno em minha mesa e puxei uma cadeira colocando de frente pra ela. Quando me sentei percebi que estava bem próximo, tanto que senti meus joelhos encostarem nos dela.

Ela me olha com um semblante sério e pega seu material o colocando sobre a mesa.

- O que vai me ensinar hoje? - Rebecca pergunta apoiando os cotovelos sobre a mesa se aproximando fixando seu olhar em mim.

- Eu... vou ensinar sobre a filosofia medieval. A gente estudou esse assunto no começo do semestre. - peguei a pasta e entreguei um papel pra ela mostrando os conceitos e detalhes.

- Sim, eu me lembro de ter estudado isso. Também me lembro de ter feito uma redação que você elogiou bastante. - ela diz e me fita, vejo que ela aproxima sua mão e pega na minha mão me puxando bruscamente o que me fez ficar com o rosto bem próximo do dela me deixando pasmo, surpreso e inquieto. Ela chega mais perto ficando com a boca bem próxima da minha. - Será que eu realmente preciso estudar isso de novo? - Sinto sua respiração bater contra a minha deixando os pelos da minha nuca em pé.

Fiquei calado por uns segundos, parecia que tinha dado pane no meu cérebro, tanto que eu não conseguia raciocinar direito.

- Sim... - digo com a voz falha e recaio meu olhar para sua boca e volto para seus olhos.

- Ok, então me ensine. - ela solta minha mão e se distância.

Isso foi bem inesperado, por um momento me imaginei fugindo da sala.

Comecei a explicar o assunto, gaguejei um pouco mas depois parei, no começo ela estava prestando atenção mas depois começou a olhar para a janela observando os carros e as pessoa passando, ficou brincando com a caneta e sempre bocejava, ela tinha atenção em tudo, menos em mim. Confesso que me senti incomodado, parecia que eu estava falando com a parede.

- Rebecca, você tem que prestar atenção em mim! - digo num tom rígido e ela me olha com tédio.

- Não dá pra prestar atenção em você. - diz se sentando de maneira desleixada e bocejando. - Você ensina tão mal que me dá sono. - diz soltando um suspiro.

- Por que você está agindo de forma tão infantil? - pergunto.

Rebecca me olha com deboche e se levanta ficando em minha frente e a olho sem entender. Ela afasta a mesa e inesperadamente senta em meu colo de frente pra mim apoiando suas mãos em meu peitoral.

Fiquei surpreso e senti um desejo crescer instantaneamente, meu membro já estava se enrijecendo o que me fez segurar em sua cintura firmemente.

- Eu acho que você deveria me deixar ir embora. Não tô me sentindo disposta. - diz tranquilamente.

- Rebecca... - recaio meu olhar para o seu corpo. - Você está tentando me deixar excitado? - pergunto seriamente.

- Não. Por que? Isso te deixa excitado? Você mesmo disse que queria voltar a ser como eramos antes. Não se lembra do dia que você me puxou pra sentar no seu colo? - me olha ironicamente me deixando sem graça.

Fiquei calado, eu não sabia o que dizer, dessa vez ela me pegou. Eu nunca me senti tão pasmo na minha vida.

Ela percebe que me deixou inquieto e se levanta, pega seus materiais e começa a guardar. E eu só conseguia observar, simplesmente calado.

- Eu tenho que ir. - Ela me olha como se eu não fosse nada, ajeita a mochila nas costas, caminha até a porta quando sai ouço sua risada ecoar pelo corredor.

Não, eu não posso deixar ela me me controlar assim.

Me levantei e caminhei rapidamente pelo corredor, quando me aproximei dela segurei fortemente seu braço a impedindo de ir fazendo ela se assustar ficando boquiaberta.

- Rebecca, você não pode fazer isso comigo, eu sou seu professor e enquanto estiver na escola não pode me desobedecer, eu não te dei permissão para sair da sala e o seu reforço ainda não acabou. - digo zangado e vejo seu rosto ficar avermelhado. - Me desculpe. - solto seu braço que tinha ficado com uma pequena marca. - Vamos voltar para a sala, por favor. - digo e ela assinte.

[...]

Rebecca on

O professor Peterson me assustou bastante, pensei que ele fosse me bater. Foi muito estranho. Eu definitivamente tentei deixar ele desconfortável e com raiva, mas fiz isso porque ele merecia. Eu ainda acho que ele me fez de idiota com aquela nota e essas aulas extras. Agora tô um pouco confusa com tudo, ele me olha de um jeito estranho, não consigo decifrar.

Dou um gole no meu chocolate quente e ligo a tv para me distrair dos pensamentos. 

Mr.PetersonOnde histórias criam vida. Descubra agora