Declarações

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    - Peterson... - me levanto o olhando um pouco envergonhada - Me dá uma chance, por favor! - imploro calmamente. Meu rosto está vermelho de tão tensa que estou.

   - Eu fui um bobo esse tempo todo, fiz uma bagunça na sua vida com meus sentimentos. Mas da última vez que você rompeu comigo, percebi que estava confusa sobre nós. - Me olha fixamente com um olhar triste. - Me desculpa, mas acho que você não entende ainda. Apenas se esforce nos estudos. Espero que consigamos nos tornar bons amigos como antes... - suspira.

    - Não, agora estou decidida. Quero você! - digo sinceramente, mas ele nega com a cabeça.

    Ele se abaixa pegando suas coisas e me sento no chão bem pertinho segurando o braço dele suavemente. Levanto meu rosto olhando para o dele fazendo com que ele parasse. Puxo o pano de sua blusa para que ele se sentasse e assim o fez. Nossos olhos estavam a todo momento em conexão. 
 
    Deslizo a mão em seu rosto tocando seu lábio inferior e avanço dando um leve selar sentindo sua boca macia, ele fica apenas parado recebendo meu ato de vontade. Peterson pega em meu pescoço me puxando até ele e sinto seus lábios encostarem em meu ouvido.

    - Se você me quer tanto assim, se esforce para conseguir me ter. - ele cochicha em meu ouvido arrepiando os pelos de minha nuca e se levanta pegando suas coisas. Antes de sair me olhou uma última vez vendo minha expressão de surpresa.

    Fico raciocinando por uns minutos. De certa forma me surpreendeu. Agora terei que correr atrás dele. Não sei o que posso fazer. 

    Toco em minha boca lembrando de Peterson e fecho os olhos imaginando o que fizemos a pouco. Para sentir isso novamente tenho que fazer algo. Seduzi-lo? Dar presentes? Um jantar? 

Peterson on

   Pensei que eu iria enlouquecer quando Rebecca me deu um selinho. Ah... aquele olhar e aquela voz. O jeito como ela consegue me fazer desejar por mais. 

   Estou um pouco pensativo em relação ao que ela vai fazer. Será que ela realmente vai se esforçar. Por quanto tempo vou aguentar não ceder minhas tentações por ela. 

   Hoje percebi que realmente não consigo parar de quere-lá. 

   Enquanto dirijo meu carro imagino ela ao meu lado sorrindo timidamente ao olhar pra mim.

Dia seguinte...

    Cheguei mais cedo hoje para planejar a aula e claro... não consegui parar de pensar em Rebecca. De certa forma fiquei imaginando o que ela vai fazer. 

   Entro na sala e me assusto vendo Rebecca sentada em minha mesa. Tento manter a postura. 

   - O que faz aqui tão cedo? - pergunto disfarçando meu nervosismo.

   - Só queria passar um tempo com você antes das aulas... - sorri e se levanta vindo em minha direção. Pega em meu braço me puxando para o canto da sala.

   - A câmera não pega aqui... - coloca as mãos em meu peitoral e estica os pés me alcançando dando um beijo em meu rosto. Fecho os olhos fortemente tentando controlar meus impulsos. 

   Ela se afasta e se senta em uma carteira de frente a minha mesa. 

   - Tem uma coisa que queria pergunta pra você. - ela me olha sorridente - Qual o seu sonho? - pergunta. 

   Vou até minha mesa e abro a agenda, me sentando.

   - Hm, meu sonho é... não sei. - respondo sincero. 

   - Não sabe?! - pergunta confusa.

   - Não... - respondo vendo ela me observar atentamente. - Qual o seu? - pergunto interessado.

   - Bom, sonho eu não sei, mas meu objetivo é entrar em uma faculdade em algo que eu gosto e trabalhar no que eu gosto. - ela diz deitada sobre os braços atenta a mim. 

   - O que você gosta? - gostaria de saber o que ela gosta até porque ela nunca me disse. 

   - Coisas que eu possa criar, consertar e programar... sei lá. - responde confusa.

   - Você não sabe do que gosta né? - pergunto e ela assinte. - Então como vou confiar em alguém tão confusa? - provoco-a.

  - Sobre você, meus sentimentos são certeiros. - ela se levanta e caminha até mim - Vem comigo! - puxa meu braço, êxito mas acabo seguindo-a.

   Saímos da sala e ela me leva até a sala onde eu a tinha levado na primeira vez que nos beijamos, não há câmeras e é usada como depósito. Ela fecha a porta e tranca.

   Rebecca me abraça pela cintura e suas mãos passeiam pelas minhas costas em carícias. 

   - Faça o que quiser comigo. - ela diz em um suspiro. 

   Pego em seus ombros e afasto-a. Seguro suas mãos e encosto minha testa em sua cabeça fechando os olhos.

   - Não diga isso... - falo baixo sentindo minhas emoções explodirem dentro de mim, como fogos de artificio.

   - Você sabe que eu quero e você também quer. Vamos parar com esse jogo e ficar juntos logo. - ela envolve seus braços em minha cintura e encosta sua cabeça em meu peito.

   - Tem certeza? Não vai recuar? - pergunto seriamente.

   - Não. Eu recuava porque não confiava e tinha medo de você, mas se você realmente não for quem demonstra ser, a culpa não será minha por escolher confiar. - desabafa.

   Isso me fez questionar. Pra ela desconfiar de mim alguma coisa deve ter. Vou tentar ser cuidadoso e ouvir ela. Não vou fazer nada que ela não queira. 

  - Também confesso que por eu ser aluna você só tivesse algum tipo de fetiche por isso. Porque um professor não deveria gostar de um aluno. - ela diz insegura.

   - Se você sentir algo estranho em relação a mim, me conte. Não quero que você fique pensando essas coisas, porque não são verdade. Infelizmente acabei me apaixonando por você agora. Seria mais fácil se isso tivesse acontecido depois. - digo. - Ah... e se você puder, me chame de Richard quando estivermos fora da escola. -
Seguro seu rosto a fazendo olhar pra mim. - Me desculpe pelas coisas acontecerem dessa forma. Termos que nos esconder sempre, isso deve ser muito desconfortável pra você. - de certa forma me senti culpado. Eu deveria ter me declarado depois dela se formar. Fui muito impaciente.

   O sinal bate e nos separamos, cada um foi para seu lado. Eu para minha sala e ela para a primeira aula do dia.





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