Um livro que eu nunca havia lido.

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Alexandria Woods.

Não era muito fã de motos, mas nunca me atrevi a dizer para Clarke. Sua fascinação pelo veículo de duas rodas era notável de longe, ainda mais por deixar isso claro para todos que estavam em sua vida. Então não seria tola de dizer que me davam medo, por que Griffin faria o possível para que eu não sentisse. Isso poderia variar entre me mostrar vídeos de pessoas que tinham motos na época e que elas não traziam nenhum perigo constante ou até a possibilidade de que a garota pegasse alguma emprestada e me fizesse andar com ela pela cidade até que meu medo desaparecesse. Mas, naquele momento, enquanto segurava sua cintura com força e sentia meus cabelos aos ventos, confesso que não senti medo. Pelo contrário, era libertador e a adrenalina se fazia presente mesmo sem que nada apresentasse perigo em nossa volta. A mulher de medeixas louras não sorria, mas dava para notar a felicidade em seu olhar, que mesmo na estrada, transmitia um brilho que quase transbordava admiração pelo o que via. Clarke Griffin era um livro. Um livro que eu jurava conhecer cada palavra e parágrafo. E mesmo eu, sendo uma leitora nata, percebi que dizia conhecer, sem nem ter aberto aquele livro uma única vez sequer.

Clarke estacionou July em frente ao bar, e o carro de Bellamy veio logo atrás, parando na vaga ao lado da nossa. Eu desci da moto, ajeitando meu vestido e em seguida meus fios, que provavelmente estavam mais bagunçados do que antes de subir naquela moto. Dava para escutar Clouds do BØRNS tocando abafadamente, e eu nem pensava muito em beber naquele momento. Para ser sincera, o cheiro de cigarro barato e bebidas fortes me davam enjoou, e eles se empreguinaram em minhas narinas, antes mesmo de eu por os pés ali dentro. Os garotos já saíram do carro apressados, pareciam que necessitavam beber e eu imaginava aonde aquilo poderia dar, já que desde o ensino médio, nenhum deles - principalmente Bellamy. - tinha juízo. Mas aquilo já não era problema meu, não naquele momento. Empurrei a porta, entrando logo depois de Octavia e Clarke. O lugar era mediano, com pessoas por todos os lados, mesas lotadas e garçonetes para lá e pra cá o tempo todo. O estilo me lembrava bares dos anos 90, como eu já tinha visto em filmes, e isso sim foi o que me chamou atenção ali.

Vamos beber! — Octavia gritou para mim, caminhando com Clarke para o bar.

Eu me perguntei, por um segundo, se aquilo era um convite ou uma afirmação. Mas eu as segui, antes que as perdesse de vista também, já que não fazia a mínima idéia de onde os garotos estavam.

Só uma água, por favor. — Disse para o barman ao chegar no balcão. Percebi os olhares estranho das duas, que me fizeram revirar os olhos.

Não, sério mesmo que veio para um bar beber água? — Octavia perguntou, parecia não acreditar no que via.

Alguém precisa ficar sóbria por aqui, não concorda, Clarke? — A loira bebia uma marguerita com vontade e eu peguei dela. — A menos que queira deixar July aqui.

Joguei baixo, mas foi preciso.

Ai, tudo bem! Sem bebidas.

Então isso quer dizer... Mais margueritas para mim! — Octavia pegou a taça da minha mão e foi andando para pista de dança.

Eu ri daquela cena, finalmente sentando em um daqueles banquinhos.

Deveria beber, é eu que estou dirigindo.

Não estou muito afim de bebidas hoje, senhorita irresponsável. — Brinquei, lançando um olhar em direção a Clarke.

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