Clarke Griffin.
Meu dia tinha se dividido no meio, entre ser muito bom e muito ruim. Trabalhar na Guess era como realizar um sonho, além de ser bem recebida, sabia que era digna daquela cargo. Por outro lado, sentir falta de Lexa e ir na livraria achando que seria recebida bem, foi como se um balde de água fria fosse jogado em cima de mim, fazendo com que eu encarasse a realidade à força. Naquele momento, não queria fazer nada, se deixasse, passaria dias na cama como já fiz outra vez. Mas no fundo, eu sabia que não poderia deixar que minha vida fosse por água abaixo. Já era o bastante sofrer por uma pessoa, não queria ter que aumentar essa lista perdendo meu emprego.
Me encostei no balcão, apoiando um dos meus cotovelos naquele mármore frio, enquanto minha mão livre levava a garrafa de vinho até a taça, despejando ali o líquido roxo. Minha única e velha companhia naquela hora. Antes que pudesse beber, ouvi meu celular vibrar ao meu lado. Por um momento achei que fosse Octavia, já que havia desligado na cara dela mais cedo, mas quase caí pra trás ao ler "Lexa" na tela do aparelho. Segurei o celular com força, olhando aquele nome por, pelo menos, uns cinco segundos. Em um ato rápido, atendi e levei o aparelho até o ouvido.
— Lexa? — Foi maior do que eu. Precisava ter certeza de que era, de fato, ela me ligando.
— Sim, sou eu.
Suspirei em alívio. Ouvir a voz dela com mais calma era tão bom, não imaginei que isso aconteceria de novo. — Não achei que me ligaria, não depois de hoje.
— Sobre isso... Sinto muito pelo jeito que Costia te tratou, ela consegue ser uma estraga prazeres quando quer. — Era notável o tom de desconfortável na voz dela. Então o nome daquela mulher era Costia?
— Nunca achei que diria isso da sua própria namorada. — Caminhei até o sofá, sentando no braço daquele móvel e esquecendo do vinho em cima do balcão.
— Minha namorada? Eu não namoro com Costia. — Estranhei quando Lexa começou a rir do outro lado da linha.
— Ah, eu achei que sim. — Por algum motivo, me senti melhor ao saber da boca dela que não namorava aquela mulher. E dali em diante, não estava mal humorada como minutos atrás.
— Olha, é meio complicado falar sobre isso por aqui. O que acha de nos encontrarmos? Eu ainda quero saber o que você queria me dizer.
Meu coração batia tão rápido que achei que desmaiaria. Então nós íamos mesmo acertar as coisas? Era a minha chance de me desculpar e não estragar tudo de novo. — Seria ótimo, Lexa. Quando você pode?
— Estou livre todos os dias, por enquanto. Acho que seria melhor me dizer quando fica melhor pra você, eu faço questão de ir na sua casa. — Woods fez uma pausa. — Quer dizer, se você quiser, é claro.
Eu ri baixinho, só imaginando a cara envergonhada dela depois de dizer aquilo. — Claro que eu quero. Acha que pode vir amanhã à tarde? Estou livre esse horário.
— É perfeito pra mim. — Falei, com um sorriso enorme no rosto.
— Nos encontramos amanhã então? — Sentia que poderia surtar a qualquer momento.
— Se depender de mim, sim. — Falei, soltando uma leve risada nasal. — Clarke?
— Oi?
— Você tá bem?
Aquela pergunta me pegou de surpresa e então lembrei o que havia acontecido no fim de semana. É, eu estava tudo, menos bem. — Vou ficar.
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In My Head.
FanfictionO medo que existe entre uma amizade de um ensino médio é que tudo acabe. De repente mesmo. Como um clique. E tinha acabado, tão rápido, que quando Lexa se deu conta, haviam se passado dez anos desde à última vez que viu Clarke, sua melhor amiga. Se...