Em minha mente.

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Clarke Griffin.

Eu não sei se o lugar que levaria Alexandria para esquecer os problemas iria ajudar. Mas era aonde eu mais encontrava paz quando me sentia mal por algum motivo na adolescência. Nunca tinha contado para Lexa sobre o mesmo, na verdade, para ninguém, mas era a hora de abrir uma exceção, ainda mais se tratando de alguém importante para mim. Seus olhos conseguiam exalar medo, pânico e tristeza, mesmo que Woods não quisesse demonstrar. Ou talvez a minha ficha de que nada estivesse bem com ela caiu tarde demais. E mesmo que eu me perguntasse do porquê dela não me ligar, não me mandar uma mensagem quando tudo aconteceu, também conhecia muito bem o seu jeito. Aquele de carregar tudo consigo, pesando todos os problemas em seus ombros, (até mesmo aqueles que não fossem seus), guardando cada parte de algo que te deixava magoada dentro de si mesma. Levou um tempo para que eu realmente a conhecesse, conseguisse decifrar pelo menos um pouco de como ela realmente era. Não que ela fosse alguém difícil de lidar, pelo contrário, foi fácil manter uma amizade, mas entender seus sentimentos era algo de outro mundo.

Aonde estamos?

A voz de Lexa me despertou, fazendo com que um pequeno sorriso abrisse em meus lábios.

Espere e verá. — Falei baixo, estacionando a July perto de uma das árvores que tinha ali.

Desci da moto cuidadosamente e quando Woods fez o mesmo, eu segurei uma de suas mãos e caminhei até a cerca de madeira que havia ali. Era a única coisa que separava nós do grande penhasco, aquele que mostrava a cidade de Charleston inteira. E mesmo que fosse madrugada, conseguia enxergar um exagero de luzes acesas. Eu a olhei, esperando que sua reação fosse positiva e que um sorriso surgisse naquele rostinho que se encontrava tão pra baixo no momento.

Clarke... Aqui é incrível. — Disse, soltando minha mão delicadamente e indo até a cerca, afim de olhar mais de perto.

Eu vinha aqui na época da escola, me trazia paz. Quer dizer, ainda traz.

Dá essa sensação mesmo. Eu poderia ficar o dia todo, é tão lindo.

Não é? Vem, vamos sentar ali.

Chamei a mulher com um aceno, enquanto eu caminhava até a árvore mais perto da vista, sentando perto do tronco. Naquele momento eu nem me importava mais em sujar minha calça jeans, e quando Lexa se sentou ao meu lado, deduzi que ela também não estava se importando. Se eu fosse mais nova, pensaria naquele momento que uma bebida seria o ideal, mas não naquele dia. O silêncio era bom entre nós, mas eu sabia que se não perguntasse, Woods nunca se abriria.

Quer conversar sobre aquilo?

Quebrei o silêncio que pairava e Lexa abaixou suas íris, suspirando em seguida.

Aconteceu depois de alguns dias após a formatura. Eu sai por algumas horas, fui em uma festa com um pessoal e voltei um pouco tarde... Quando cheguei em casa, a porta da frente estava encostada, o que nunca acontecia. E quando eu entrei — Lexa ficou quieta por uns segundos, fazendo o possível para não olhar para mim. — Minha mãe estava no chão, e meu pai perto dela. Tinha tanto sangue e... E eu não sabia o que fazer, Clarke. Se eu não tivesse saído, isso nunca teria acontecido, nunca.

Ei, calma. — A puxei para um abraço apertado, e Lexa retribuiu sem pensar duas vezes. — Lex, isso não foi culpa sua, okay? Você não sabia, não tinha como saber.

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