Capítulo 2

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voltei

boa leitura aí!

(...)

- Sobe aí! - voz um pouco fina pra ser dos homens que eu vi na frente do campus. Olhei para o lado e vi um rapaz jovem sem capacete. Parece ter próximo a minha idade, os cabelos um pouco grandes e levemente bagunçados por causa do vento. E seu estilo era meio...retrô? Uma calça preta que ainda deixava a mostra sua meia branca, um all star de cano médio, diferente do meu e bem mais usado. O visual todo preto com uma camisa sem estampa e uma jaqueta que possuia alguns rasgos. Espera, ele pediu pra que eu suba na moto? 

- Ah...não - respondi confuso com um pedido tão repentino de um completo estranho pra mim.

- Olha, eu só estou tentando ajudar ta bom. Os caras tatuados e grandões lá na frente da Blackwell vão te cercar duas ruas antes de você chegar em casa - ele disse e eu fiquei pasmo. Eu já estava desconfiado que o dia estava tranquilo demais.

- Como ficou sabendo disso? - perguntei receoso, não tem porque eu desconfiar de uma afirmação dessas, eu conheço o Bryce e sei do seu poder nessa cidade para fazer o que ele quiser.

- Eu tava lá na frente também, meu amigo Bailey conhece um dos idiotas que trabalha pro chefão, o Frank, o garoto acabou falando pra ele o que eles estavam planejando a pedido do filho engomadinho do Walker - eu fiquei paralisado com aquilo, meu corpo claramente demonstrava nervosismo, mas eu não sabia o que falar. Não esperava que o Bryce seria capaz de colocar uma gangue de traficantes pra...me matar - Eles vão acabar desconfiando se você demorar demais pra chegar e vão te procurar pelas redondezas. Então se você subir aqui eu posso te tirar das ruas mais rápido.

Minha consciência voltou aos poucos, só então percebi que estava encarando meus pés e me sentindo observado pelo rapaz ainda na moto. Levantei o olhar e vi duas orbes verdes me encarando esperando uma resposta, o sol estava batendo no seu rosto e parecia que seus olhos se assemelhavam a dois faróis. Preferi não arriscar mudar minha direção andando, sem responder com palavras, cheguei mais perto e subi na moto. Que ótimo, não tem lugar pra segurar aqui atrás.

- Pode segurar na minha cintura - ele falou virando um pouco a cabeça para me olhar. Ele estava lendo os meus pensamentos? Ou só percebeu como minhas mãos estão perdidas no meu colo? - Tem algum lugar pra onde você quer ir? Ou posso só te deixar longe daqui? - ele falava tudo numa calma que eu invejei. Acho que se eu tivesse toda essa paz de espírito que ele aparenta ter, seria mais feliz.

- Eu ia no mercado - falei a verdade, eu poderia aproveitar a carona.

- Acho que lá é longe o suficiente - ele afirmou e eu me assustei com o barulho alto que a moto fez - Não vai cair aí atrás! - disse brincando e tive a reação involuntária de sorrir.

Os primeiros movimentos da moto foram devagar, acho que ele percebeu que eu estava sem jeito para segurar na sua cintura logo de cara. Ele fez o caminho tranquilamente, mesmo morando aqui desde que nasci, eu ainda ficava impressionado com essa cidade. Ela parecia ter escolhido a velocidade que quer evoluir, a maioria das coisas ainda tinha o visual que vemos em fotos dos anos 80 e 90. Eu vi uma locadora de filmes, brechós, uma lanchonete onde pessoas pediam para comer em seus carros do lado de fora, já que não possuia mesas. Os carros parecem ter parado no tempo também, ainda tinham o visual belíssimo de carros antes dos anos 2000. Eu podia sentir a brisa do mar da rua onde estávamos. Arcadia Bay é uma cidade no litoral do Oregon, éramos conhecidos antigamente como os maiores exportadores de peixes, já que a cidade vivia disso. Isso mudou com a chegada da família Walker, milionários, eles tinham seus próprios planos de investimentos, e isso já era perceptível desse lado da cidade, era possível ver terrenos com empilhadeiras, tratores.

Best Part of Me - NoshOnde histórias criam vida. Descubra agora