Iroso

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POV Camila

Se felicidade fosse vendida na botica seria o remédio mais vendido do mundo. Mas é uma pena que não.

Se felicidade fosse comercializada nos grandes armazéns, o café cairia em um declínio sem chance de retornar.

Se a mim fosse dada a chance de tirar um pouco da minha felicidade e colocá-la em um pote e dar ao ser mais triste do planeta, essa pessoa passaria a ser completamente feliz.

Toda essa alegria em meu peito tem nome, sobrenome, belos olhos verdes e um beijo de enlouquecer qualquer um. Meu coração iria explodir ou sairia pela boca, ou sairia pela boca e então explodiria. Não há sentimento como o amor, não há como explicá-lo.

Nos olhos dela eu vi amor, nos olhos dela eu vi que me quer e me quer por muito tempo, por toda a vida eu diria. Nos olhos dela encontrei acalento, carinho, amizade e esse amor tempestuoso que me leva a querer cometer as loucuras mais sensatas, nem sei se isso faz algum sentido mas é a verdade que habita em mim, é a minha mais doce verdade.

Não sei como iremos fazer, mas agora que estou com ela, não há chances de deixá-la ir. Eu sei que posso mudá-la, sei que posso mostrar a ela o que vejo, e com meu amor e paciência vou conseguir fazer dela a mulher que se mostra somente a mim. Minha doce e apaixonada Lauren Jauregui. Que meus olhos possam estar cegos para a realidade é uma probabilidade, que eu esteja a tampá-los para não ver a verdadeira mulher, pode ser. Mas irei continuar a tentar.

- Quer parar de fantasiar? Isso está começando a ser irritante.

- Não posso, Dinah. Eu vou me casar! Vou me casar com ela.

- Deusa sabe quando, mas sim. Vão se casar, mas não precisa me ignorar.

- Não estou a lhe ignorar, Dinah. Só estou muito feliz e entusiasmada para parar de sorrir.

- Deus tenha misericórdia de mim.

- Por falar em Deus, preciso falar com o padre Gregory. Faz muito tempo desde minha última confissão.

- Vai contar sobre os beijos que andou trocando com Lauren?

- Dinah! Fale baixo, quer que alguém nos escute?

- Fique tranquila, seus pais saíram logo depois do café da manhã e levaram Sofia. E por qual motivo toda a pressa?

Ultimamente meus pais estavam assim, sorrateiros, entre cochichos e sempre carregando Sofia de um lado para o outro.

- Não sei, mas estou a suspeitar de algo que está me deixando com os cabelos de pé.

- Teme por sua irmã?

- Muito, há algo de suspeito nessa situação toda. Mas vamos mudar de assunto, ontem pela tarde me disse que gostaria de falar em particular comigo e desde então tempo foi o que menos tivemos, conte-me agora o que é.

Por um momento achei que fosse brincadeira de Dinah, mas o seu semblante mudou, o olhar caiu e os lábios tremeram em um choro contido.

- Meu pai está pensando em ir embora de Baker.

Não! Não podem tirar minha amiga de mim, não pode ser assim. Nós supostamente deveríamos continuar juntas e amigas por todo o sempre.

- Dinah, mas... como?

- Papai está farto de como mamãe é tratada, de toda a política suja que envolve a cidade e prefere que meus irmãos e eu não nos tornemos frutos dessa podridão. Palavras dele.

- Mas Dinah, se mudar não é um tanto radical?

- Você não entende, Mila. Não sabe o que é ver as pessoas se afastando de você por que sua mãe é negra, ver as pessoas fazendo o que fazem com ela.

Chains (Camren)Onde histórias criam vida. Descubra agora